XIX C - Festa de Sábado - Camila

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Camila; 18/06/2017 às 4:32 P.M.

Dá para fazer uma lista com as coisas que foram erradas nessa festa. Começando com a embriaguez da Carol e terminando na merda que eu fiz.

18/06/2017 às 1:39 A.M.

Decidi sair de cena durante o blecaute enquanto Paola, que estava vestida de Pocahontas, beijava um garoto qualquer. Duvidava que aquele fosse o seu John Smith.

Era um pouco difícil andar no meio de todas aquelas pessoas no escuro. Tropecei em alguns pés e esbarrei em casais que se beijavam. A música estava tão alta que podia sentir as batidas dentro de mim.

Quando a música acabou as luzes voltaram a se acender. Começou a tocar Criyng in The Club - Camila Cabello e eu já não respondia mais pela minha própria voz.

Eu estava dançando e ao mesmo tempo procurando meus amigos. Não procurei por muito tempo, já que um deles apenas topou comigo.

Quando digo topou, estou na verdade querendo dizer que ele quase me derrubou quando esbarrou em mim.

- Hei, um pedido de desculpas cairia bem agora. - Reclamei.

- Camila... Hãn... Me desculpe. - Juliano murmurou.

Ele não parecia muito feliz em me encontrar, o que me magoou. Imaginei se estava atrapalhando ele ir atrás de alguma garota ou algo do tipo, o que me deixou ainda mais pra baixo.

- Onde você esta indo com tanta pressa? - Resolvi matar a curiosidade.

- Banheiro. - Respondeu ele de forma evasiva, seus olhos estavam perdidos em algum lugar atrás de mim.

Aquilo meio que me tirava do sério. Ele nem mesmo olhava na minha direção. Fechei a cara.

- Claramente estou te atrapalhando. - Constatei e saí da frente dele. - Pode ir.

Ele respirou fundo e passou a mão pelos cabelos.

- Eu fui rude, não fui? - Disse ele. - Me desculpe, eu só... Tenho de fazer algo extremamente importante. - Deu um beijinho na minha bochecha e se afastou. - A gente se fala mais tarde, OK?

- OK. - Murmurei.

Juliano se jogou de novo no meio da multidão e sumiu na direção das portas.

Olhei ao redor e, finalmente, avistei Carol a uma distancia de aproximadamente quatro metros de onde eu estava. Ela estava dançando - se é que posso chamar aquilo de dança. Em suas mãos havia um copo com um líquido vermelho sangue que eu tenho certeza de que não era groselha.

Catarina, que estava ao seu lado, parecia preocupada, os lábios estavam apertados formando um traço fino e as sobrancelhas juntas.

Quando nossos olhos se encontraram fiz uma pergunta silenciosa. O que está acontecendo? E ergui as sobrancelhas.

Ela está bêbada, foi a sua resposta.

Fiz o melhor que pude para abrir caminho e me aproximar delas, levei várias cotoveladas e pisões no processo.

Carol estava ainda pior de perto. O batom estava borrado e ela tinha perdido o seu "laço da verdade", que na verdade era o cordão da cortina da avó dela. Não acho que a Dona Ana ficará muito feliz ao saber disso.

Ela estava me lembrando a garota de um vídeo viral que vi uma vez.

- Camila! - Exclamou ela ao me ver e jogou os braços ao redor do meu pescoço em um abraço apertado.

- Deus... - Foi a minha resposta indignada.

Olhei para Catarina em busca de ajuda, ela foi então ao meu socorro.

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