Capítulo 5

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— Posso lhe fazer uma pergunta? – disse Josh assim que se viu sozinho com ela, enquanto ela ajustava as programações do sistema.

— Já fez – respondeu ela rindo

— É sério.

— Sabe que pode Josh – ela suspirou dramaticamente pra ele de brincadeira, sem parar o que fazia.

— Por que tem dúvidas quanto a ele?

— A ele quem? – ela paralisou, com um dedo a centímetros de uma das teclas do painel.

— Não se preocupe, não vou nomeá-lo. Mas não se engane nem por um momento pensando que eu não sei.

— Pelos Deuses! Todos sabem, agora? – ela exalou batendo na tecla com um pouco mais de força do que pretendera.

— O que quer dizer? – perguntou ele pego de surpresa

— Meu irmão não tinha como não saber, o desgraçado lê minha mente. Então... Contou a meus pais – ela contou cara de martírio – Agora você! Vou ter que voltar ao treinamento externo, aparentemente não aprendi nada sobre discrição.

Ele não pode deixar de rir. Enquanto ela bufava com raiva e encerrava as configurações no painel.

— Na verdade, sou capaz de apostar minha vida que seu irmão não teria descoberto, caso não fosse capaz de ler sua mente e ninguém mais, aposto de novo, percebeu absolutamente nada.

— Então como você...

— Somos amigos Ary! Conheço você. Passamos bastante tempo juntos para que eu seja capaz de identificar as quase inexistentes variações em seu rosto, em suas atitudes e movimentos. Sem contar que convivo há muito mais tempo com ele, então posso te assegurar que o que quer que esteja sentindo por ele, não é nem perto do que ele sente por você.

Não! – ela não sabia mais o que dizer pela surpresa da revelação.

— Sério! Não faço ideia de como você mascara seu cheiro, mas ele não é tão cuidadoso. Além de não ser tão observador com os arredores também, não sou o único a ter percebido seu interesse mais do que desesperador em você.

— Mas...

— Por que acha que os soldados fizeram um relatório tão extenso a ele sobre seus treinamentos? – ele interrompeu-a — Eles estão se divertindo com a agonia de nosso futuro soberano. – Josh sorriu – Muitos são como eu. Não entendem porque devemos continuar seguindo leis e decretos ultrapassados. Querem que ele tenha êxito em conquista-la. Não querem mais ser conhecidos e marginalizados como desgarrados... E ter nosso futuro soberano envolvido em uma relação entre espécies não poderia ser mais benéfico nesse caso.

— Quer dizer que sonham com um relacionamento entre espécies de seu futuro rei, para que ele possa mudar essas leis quando ascender ao trono? – ela perguntou meio chocada e meio pensativa – E eu sou o peão nesse jogo perigoso então?

Guardiã de GantháOnde histórias criam vida. Descubra agora