A Garota de Cabelos Ruivos

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Heya!

Na semana seguinte, depois de uma longa reunião de negócios, Dean estava extremamente cansado e mal humorado - como sempre. Seus olhos pesavam enquanto ele friamente se despedia de alguns sócios e passava informações para sua secretária nova. Aquela era a sétima em menos de um mês. Todas as outras se demitiram pelo mesmo motivo: Não agüentavam o temperamento inconstante do loiro.

Dean apostava sozinho que aquela não duraria uma semana.

Assim que conseguiu sair do prédio onde ficava a empresa de seu pai, ele dirigiu até a floricultura de Balthazar. Porém quando parou o carro na frente do local e viu a placa de "fechado", logo lembrou que o homem havia viajado para a Irlanda.

- Mas que droga! - Deu um murro no volante enquanto revirava os olhos. Então ele lembrou que Balthazar havia lhe dado um cartão com outro endereço de floricultura. Ele só precisava achar.

Seu carro era extremamente organizado, assim como tudo em sua casa e seu trabalho, então não foi tão difícil achar o pequeno cartão rosado com o endereço - Flowers&Chocolate - Pronunciou lentamente, sua voz ecoando por todo o carro - Espero que valha a pena.

Como Balthazar havia dito, não era tão longe. Levara apenas cinco minutos para que o loiro estacionasse em frente àquele lugar.

Era pequeno e sua fachada era completamente adornada com flores de todos os tipos. Na enorme janela de vidro estava pintado com uma letra elegante o nome da floricultura. Era possível ver uma ou duas pessoas no local carregando algumas plantas até onde parecia ser o balcão.

Dean desligou o carro e saiu. Assim que passou pela porta, um sininho soou e logo a atenção da balconista voltou-se para o loiro. Ela tinha cabelos ruivos e usava um macacão esverdeado de jardinagem com a logo da loja. O sorriso enorme em seu rosto fizera o loiro revirar os olhos e pensar "Que ótimo, mais uma como Balthazar".

Ele caminhou até a ruiva observando todo o local a sua volta. Não era como a loja de Balthazar - que era um pouco escura e possuía apenas prateleiras nas paredes. Aquele lugar era como um mini supermercado de flores, com prateleiras e etiquetas que catalogavam aquelas belas e coloridas plantas. Era tudo muito limpo e organizado e Dean admitiu que pelo menos naquele quesito eles haviam ganhado pontos com ele. O loiro notou também que havia um corredor completamente de vidro que levava aos fundos da loja e ele deduziu que talvez fosse ali que eles colhiam as flores para vendê-las.

Ao chegar ao balcão a ruiva sorridente havia acabado de entregar um buquê para uma senhora que aguardava juntamente com o troco.

- Boa tarde caro senhor, sou Charlie - Ela o saudou com alegria - Seja bem vindo ao Flowers&Chocolate. Em que posso ajudá-lo neste belo dia? - O homem de olhos verdes estava emburrado com toda aquela animação da garota. Será que as pessoas não entendiam que o mundo era cruel demais para ficar distribuindo sorrisos à toa?

Porém ele parou de se importar logo. Se a garota queria sorrir, que sorrisse. Ele tinha problemas maiores para se preocupar.

- Tulipas - Respondeu seco e o sorriso da garota apenas aumentou, se é que ainda era possível.

-Qual a cor, senhor? - Mais um sorriso.

-Brancas - Ele respondeu esperando que ela fosse logo buscar as flores. Ele já estava atrasado.

-Eu adoro tulipas sabe? - Ela perguntou esperando que o loiro dissesse algo, porém ele apenas fingiu um sorriso e ela continuou - Significa amor, prosperidade, esperança - Ela seguia divagando e Dean estava irritado então ele a interrompeu rude.

- Eu estou aqui para comprar um buquê de tulipas brancas e não para saber o que elas significam. Apenas vá busca-las e me poupe de suas explicações. Eu tenho pouco tempo - E aquilo bastou para que o lindo sorriso no rosto da garota começasse a murchar.

Aquele era o arrogante e rude Dean Winchester que todos odiavam. Que todos passavam a quilômetros de distância. Aquele Dean que fazia alguém tão radiante quanto Charlie murchar como uma rosa arrancada de seu galho sem cuidado.

Como alguém tão bonito poderia ser tão cuzão? Charlie pensou indignada.

- Me desculpe senhor, vou providenciá-las o mais rápido possível - Charlie não estava apressada por causa de seu profissionalismo no trabalho. Longe disso. Ela só não queria ser tratada novamente com arrogância. Ela conhecia, infelizmente, o tipo de Dean. Havia pelo menos dez em cada esquina de Nova Iorque e alguns deles eram estúpidos o suficiente para traírem as esposas e depois tentarem comprar seu perdão com belas rosa ou orquídeas.

A ruiva montou um belo buquê na estufa de vidro atrás da loja e voltou para o balcão agradecendo aos céus por Naomi ter saído para receber um novo carregamento de flores. Se ela estivesse ali e visse como o loiro havia a tratado, com certeza o colocaria para fora debaixo de vassouradas.

-Gostaria de mais alguma coisa, senhor? - Charlie disse assim que colocou o belo buquê de tulipas brancas sobre o balcão e recolheu os braços com pressa - Temos um ótimo chocolate quente caso queira experimentar. É o melhor da cidade e foi eu mesma quem...

- Apenas a conta - O loiro a cortou e Charlie se segurou para não tratá-lo mal. Ela não gostava de se irritar e raramente o fazia, mas aquele cara estava a tirando do sério.

- Certamente - Suspirou e recebeu os vinte dólares da mão de Dean com muita má vontade. Se aquelas flores não fossem tão bonitas, ela com certeza o teria feito engolir o buquê inteiro, e jogaria um vaso de terra na cara dele. Mas se conteve - Espero que volte sempre - Mentiu. Só dissera aquilo porque era política da empresa. Ela odiaria ver aquele homem novamente.

Assim que ele virou as costas e saiu da floricultura, a ruiva lhe lançou o dedo do meio e lhe deu língua. Era menos do que ele merecia.

🌹


Dean dirigiu até o cemitério enquanto ouvia uma música qualquer na rádio. O dia havia amanhecido ensolarado e quente, porém com o passar das horas havia se fechado e logo começaria a chover.

Estacionou o carro na vaga de sempre e caminhou em direção ao portão do lugar ignorando o cumprimento amigável do bondoso senhor que vigiava o local durante o dia.

Fez o mesmo percurso que fazia sozinho há seis anos. E ao chegar ao tão conhecido túmulo de Mary Winchester, ele tirou as flores murchas que trouxera na semana passada e colocara as novas.

- Olá mamãe - Sentou-se no banco que havia bem ao lado e suspirou fechando os olhos e sentindo a brisa fria acertar seu rosto. Ficou ali pelo que pareceram horas quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair ele não se importou com seu terno caro ou com a possibilidade de ficar doente. Ele apenas observou as lápides e algumas pessoas que visitavam seus entes queridos correrem em direção aos carros para se proteger da chuva.

Quando a chuva ficou mais forte, ele levantou-se e decidiu que era hora de voltar para casa.

- Até breve mamãe - O homem se despediu e começou a andar em direção a seu carro.

O que ninguém notaria, era como o homem havia usado a vantagem das gotas de chuva para camuflar a lágrima que escorria por seu belo e perfeito rosto.

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N/a: OOOOIEE! MUITO OBRIGADA POR TODOS OS COMENTÁRIOS E VOTOS. EU SURTEI MUITO! VOCÊS SÃO INCRÍVEIS!

O que acharam do capítulo? Não esqueçam de me dizer :D

The Florist [Destiel] INCOMPLETAOnde histórias criam vida. Descubra agora