Ariella (A proposta) - 2° LIVRO

#CAPÍTULO 30#

Oliver Walker

Saio do quarto arrumado para ir a reunião. Desço a escada pulando degrau por degrau e encontro Camilla sentada no sofá assistindo televisão. Ela chegou ontem junto com o meu pai de viagem. Não ia aguentar deixá-la nos Estados Unidos sozinha. Precisei insistir para que viesse ficar comigo aqui já que ela não queria sair dos Estados Unidos. Seus olhos me examinam, demoradamente, e passo a língua nos lábios ressecados. Ela se levanta devagar, e anda na minha direção.
- Não deixa isso distrai-lo, meu filho. Você é capaz de fazer muito mais do que pensa. - ela adverte, com um semblante sério. Com certeza, meu pai deve ter contado o meu estado hoje pela manhã.
- Obrigado. - Agradeço, com um sorriso torto. Camilla é a única pessoa que não faço questão de esconder os meus sentimentos. Ela é como uma mãe para mim, tenho em minha vida desde pequeno e sempre a levarei comigo para onde quer que eu vá.
- Vai comer alguma coisa? - ela pergunta, curiosa.
- Sim. Estou indo jantar, tenho uma reunião hoje no restaurante. Descanse. Não precisa me esperar, e pare de ficar arrumando a casa. Não a trouxe para a França para te ver fazendo isso.
- Eu sei filho, mas sabe que eu gosto. - Camilla fala.
- Sim, mas aproveita a França ao invés dos pratos e da vassoura. - reclamo, com um sorriso nos lábios. Meu celular começa a tocar. Paro no centro da minha imensa sala
- É o Dimitri? - ela pergunta.
- Sim. - Encerro a chamada.
- Diga que mandei um beijo. - Camilla fala assim que alcanço a porta. Saio de casso as pressas, e entro no meu carro. Decidir demitir o Borges como meu motorista particular, e para ser sincero às vezes me arrependo, mas ele estava envelhecendo e eu preferir que ele ficasse com sua família. Então, lhe dei uma boa grana para que pudesse viver sua vida sem precisar trabalhar. Ele ficou comigo bastante tempo e sua lealdade sempre foi admirada por mim.
Coloco o o celular no banco ao lado, e viro a rua para buscar o Dimitri.
~*~

Ariella Young

Observo a paisagem enquanto o Felipe dirige em silêncio. Olho para ele, disfarçadamente. Já que estaremos juntos por algum tempo. Preciso conhecê-lo melhor. Passo a língua nos lábios.
- Gosta de trabalhar como motorista? - Pergunto, sem querer ser invasiva.
- Sim, trabalho como segurança particular também. - ele acrescentou, com um sorriso.
- Opa! Acho que vou te contratar como segurança. - eu disse, aos risos.
- Vou adorar protege-la. - Ele afirma, me deixando envergonhada. Desfaço o sorriso aos poucos e volto a olhar a rua.
- Quero que seja, então. - eu disse, sem fazer contato visual. Felipe assente, e dirige com um semblante sério.
- Okay.
- É filho único? - Pergunto.
- Sim. E você? - ele retribue a pergunta.
- Também. - respondo, olhando as ruas de Paris.
- É americana? - Felipe me olha novamente observando meus traços.
- Sim, e você?
- Meu pai é americano, mas a minha mãe é francesa. Nasci aqui. Só fui para os Estados Unidos uma vez com o meu pai.
- E gostou de lá? Olha o que vai dizer viu? Amo meu país. - eu disse, o fazendo rir.
- Sim, eu gostei. - ele afirma. Sorrio, e olho uma cafeteria cheia de coisas gostosas na prateleira, olho para cima, e leio o nome do estabelecimento "Angelina".
- Felipe tem como parar aqui? Gostei daquela cafeteria. - Aponto, passando a língua nos lábios.
- Gostou da vitrine? - ele pergunta.
- Mais é claro. A fome chama.- confesso, aos risos. Saio do carro, de braços cruzados, e caminho até a entrada do estabelecimento.
Felipe continua sentado dentro do veículo a minha espera. Franzo a testa.
- O que está fazendo? - Pergunto.
- Esperando.
- Para de ser bobo, Felipe. Venha comigo. Eu disse que quero que seja meu segurança. - exclamei cruzando os braços. Dou uma risada amigável o vendo ele abrir a porta.
- Pensei que estava brincando.- ele avisa, sorrindo.
- Não foi brincadeira, eu vou precisar. Além do mais, você não vai me deixar tomar capuccino sozinha. Vou comprar o seu, também.- eu disse, dando-lhe as costas. Entro na cafeteria, e observo o lugar.
- Esse lugar é  famoso em Paris. - Felipe soa atrás de mim, e olho para ele por cima do ombro. Sorrio.
- Por que? - Pergunto.
- Tem o melhor chocolate quente da região.- ele cochicha.
- E você aprovou? É muito bom mesmo?- Pergunto.
- Sim, gostoso demais. - Felipe afirma com sinceridade.
- Então, confiarei. - eu disse, vendo uma fila se formar na frente da recepção. Merda! Melhor adiantar.
~*~