#CAPÍTULO 34#

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Ariella Young

Ajeito os meus cabelos por causa do vento, e olho para cima. A torre Eiffel é muito linda. Minha nossa... Não tenho palavras para descrever. Meu Deus! É muito linda. Tiro o meu celular da bolsa, e ergo no ar pra tirar uma foto. Minha mãe vai amar. Sei o quanto ela ama a torre.
- É muito alto. - Murmuro, quando tiro a foto. Dou uma olhada para ver se ficou boa.
- Tem aproximadamente 317 metros de altura. - Felipe explica, ao meu lado.
- Porra! É muito alto... O que tem lá dentro? - pergunto.
- Museus, lojas, restaurantes. É um dos pontos turísticos que é muito visitado da Europa.
- É lindo. - murmuro.
- Vai querer entrar? - Felipe pergunta, sorrindo.
- Não. Não estou com roupa apropriada. Quero vim para jantar só que bem arrumada. - Falo, o fazendo rir.
- Você está arrumada e linda. - Felipe diz, me deixando sem graça. Nossos olhos se cruzam e sorrio balançando a cabeça em negação.
- Você só está sendo gentil. - retruco.
- Costumo ser sincero. - Felipe se aproxima.
- Então, "sincero", tem outro ponto turístico aqui de Paris que você pode me apresentar? - Felipe da risada com o apelido que eu dei, e assente em confirmação.
- Vejamos... Tem a Catedral de Notre-Dame em Paris, arco do Triunfo, Jardim de Luxemburgo, tem vários...
- Uau! Não sei por onde começar. - penso.
- Tem o Canal Saint-Martin, os turistas passeam de barco para admirar a paisagem ou pode ver pela ponte mesmo. É um lugar muito bonito.
- Vou querer que me leve um dia.
- Vou adorar. - Felipe responde, e olha para torre de novo. Sorrio, comigo mesma com as minhas histórias de amor. O primeiro homem que me relacionei há bastante tempo foi o Beto, mas me traiu também. O Diogo nem se fala... Prefiro não pensar nesses embustes. Solto um suspiro.
e toco em seu ombro para atrair sua atenção.
- Sabe o que quero fazer agora? - Pergunto.
- Não faço ideia.
- Provar aquele delicioso chocolate quente que compramos ontem em Angeline, e depois ir ao cinema. - eu disse, de braços cruzados.
- Cinema? - ele fica surpreso.
- Sim. - balanço a cabeça, positivamente.
- Faz tanto tempo que eu não...
- Ei! Felipe? - Um rapaz o abraça o pegando desprevenido. Dou um passo para trás para deixá-los a vontade. E fico de costas observando a torre. Deve ser algum amigo. Começo a tirar mais fotos.
- Raul. - ouço Felipe, cumprimenta-lo.
- Je vous ai appelé plusieurs fois. Où étiez-vous? - (Eu te chamei várias vezes. Onde você estava?) Me aproximo um pouco mais para ouvir a conversa.
- Occupé. - (Ocupado). Felipe responde rudemente. Eles conversam em francês, mas consigo ouvir e entender claramente.
- Ton père m'a appelé. Il veut que nous... - (Seu pai me chamou. Ele quer que nós...).
- Non. La ferme Raul. - (Não. Cale a boca, Raul). Felipe diz um pouco alto, e olho para trás surpresa pelo seu tom de voz.
- Felipe, calme. Nique veut parler...- (Calma, Felipe. Nique quer falar...). O rapaz tenta dizer, mas novamente Felipe o interrompe.
- Je ne veux pas en parler maintenant.- (Eu não quero falar agora).
- Ce puits. Il suffit de ne pas laisser votre dame en attente.- (Esta bem. Só não deixe sua dama esperando). Raul avisa, e vai embora com as mãos no bolso do casaco. Fico de boquiaberta.
- Dama? - Sussurro enquanto me viro. Felipe observa seu amigo ir embora, e me aproximo cismada.
- Esqueci de apresento-lo a você. - ele fala, sorrindo.
- Não tem problema. - Dou um sorriso fraco.
- Vamos em Angeline. - Felipe caminha, em direção ao seu carro.
- Não! - eu disse, o fazendo parar.
- E o cinema? - Ele pergunta, confuso.
- Também não. Desisti. - respondo, com um semblante sério. Quem será essa dama? Será que eu deveria perguntar? Se ele realmente é casado, e não me contou... Não quero problemas! Mas saber disso de alguma forma me afetou. Espero que eu não esteja gostando dele. Ninguém merece.
- Tudo bem. - Felipe fala, desconfiado com a minha mudança repentina, mas permanecee em silêncio.
- Me leve para o hotel, por favor.- peço, passando por ele sem olhar pra trás. Sei que deve está estranhando meu comportamento. Nem eu estou me entendendo muito bem. Prefiro não entender. Sento no banco, e olho para a rua.
- Está tudo bem? - Felipe pergunta assim que entramos no carro. Balanço a cabeça concordando e viro-me para a janela novamente, mas decido perguntar apenas uma coisa.
- Felipe quando o... - Seu celular começa a tocar, me interrompendo.
Vejo o nome Nique no visor, e arqueio a sobrancelha. Sinto minha garganta ficar seca. Foi o mesmo nome que seu amigo falou.
- Continue. - Ele pede, ignorando a chamada o que me deixa mais desconfiada.
- Nada... Eu só ia dizer que ia te pedir para você tirar uma foto minha perto da torre, mas esqueci. - mentir. Na verdade queria perguntar sobre essa Nique ou Dama, não sei. A forma que ele costuma falar.
- Quer que eu tire? Podemos voltar. - Felipe fala, sorrindo.
- Não precisa. Terei muitas oportunidades para vim aqui. - Digo o fazendo sorrir. Solto um suspiro fraco, e cruzo os braços observando a paisagem. Deito a cabeça no assento, e fecho os olhos para cochilar um pouco.

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Felipe encosta o carro perto da árvore que tem na frente do hotel quando meu celular começa a tocar constantemente. Tiro o aparelho da bolsa vendo a foto do Nicolas no visor. Percebo os olhos do Felipe fixos na foto. Atendo a chamada abrindo a porta do carro.

Ligação ON.
- Ary! Onde você está? - Nicolas pergunta, parecendo está desesperado. Continuo sentada no banco do carro sem me mover. Fico séria.
- Acabei de chegar no hotel. Por que?- Pergunto, preocupada.
- Preciso te contar uma...
- Fala logo, Nicolas. - peço, desesperada.
- Munique fugiu da prisão. E não sabemos onde ela está.
- O quê? - Grito, atraindo atenção do Felipe.
- Vitor acabou de encontrar a cela vazia apenas com um lembrete na cama. Eu peço que tenha cuidado, Ary.
- Não acredito... - prendo a respiração.
- A Munique e Osmar estão soltos. Isso quer dizer que você não está segura. 
- Não... - Saio do carro, em choque.
- Por favor, meu bem. Tome muito cuidado e...- Não consigo entender o que Nicolas está falando. Sinto minhas vistas escurecerem e deixo o celular cair da minha mão. Sinto Felipe me segurar, mas não consigo falar. Minhas vistas escurecem de uma só vez. E perco os sentidos rapidamente.

  Ariella (A proposta) - 2° LIVRO Onde histórias criam vida. Descubra agora