25 de maio de 1976 - Sangue-ruim

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-Lily, com certeza consegui um E nesse NOM de Defesa Contra as Artes das Trevas, graças à você - disse Alice enquanto saíamos do salão e caminhávamos até a margem do lago.

-Nem precisa agradecer - ri, prendendo meu cabelo em um coque alto -Mas preciso de alguém para praticar alguns feitiços comigo para o NOM prático de Transfiguração. A professora Minerva diz que tenho tudo para ser a melhor auror que o Ministério já viu.

-Não me surpreende - disse Marlene enquanto nos sentávamos, as quatro, na beira do lago -Sabe, com certeza você conseguiu O ou E em todos os NOM's.

-Tomara - retruquei e elas riram.

Nisso, Mary, Ali, Lene e eu começamos a tirar livros e anotações das bolsas e mochilas e começamos a praticar feitiços de todos os tipos. Distraidamente, olhei para longe e vi Tiago, Remo, Sirius e Pedro caminhando em direção ao lago, o primeiro brincando com seu habitual pomo de ouro. Exibido, isso sim.

Então uma figura pálida com cabelos negros se aproximou do grupo e, por mais longe que estivesse, fui capaz de ouvi-los.

-Tudo certo, Ranhoso? - falou Tiago, alto o suficiente para que todos em volta pudessem ouvir.

Lupin e Pedro continuavam sentados: Lupin lendo o livro e Pedro olhando de Sirius para Tiago para Severo, prevendo um grande drama.

Então, um movimento brusco: Severo deixou cair a mochila, quase que prevendo o ataque, meteu as mãos nas vestes buscando a varinha. Antes que pudesse pensar em algum feitiço a dizer, Tiago gritou: 

-Expeliarmus!

A varinha de Severo voou quase quatro metro de altura e caiu com um pequeno baque no gramado. Sirius riu.

-Impedimenta! - disse, apontando a varinha para Sev, que foi atirado no chão ao mergulhar para recuperar a varinha caída.

Os estudantes começaram a se reunir em volta para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se aproximando. Outros pareciam apreensivos enquanto outros se divertiam com a cena.

Severo estava no chão, ofegante. Tiago e Sirius se aproximaram, varinhas em mãos, e pude ver que Tiago e Sirius olharam para nós de relance.

-Lily? - chamou Lene -Está tudo bem?

-Sim, sim, tudo certo - respondi, mas mesmo assim não consegui voltar minha atenção para os livros.

-Como foi o exame, Ranhoso? - perguntou Tiago.

-Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho - disse Sirius, maldosamente -Vai ter manchas enorme de gordura no exame, não vão poder ler nem uma palavra.

Varias pessoas em volta riram; não era novidade para mim a impopularidade de Severo, mas aquilo era maldade, quase brutal. Ele tentava se levantar mas a azaração ainda o imobilizava; ele lutava como se estivesse amarrado a cordas invisíveis.

-Espere... para ver - arquejou, encarando Tiago com uma expressão de pura aversão -Espere... para ver!

-Espere para ver o quê? - retrucou Sirius calmamente -Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar o seu nariz em nós?

Severo falou vários palavrões e azarações, mas com a varinha a três metro de distância, nada aconteceu.

-Lave sua boca - disse Tiago friamente - Limpar!

Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Severo na hora; a espuma cobriu seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar...

Aquilo foi a gota d'água. Levantei-me, horrorizada, decidida a acabar com aquela idiotice, e marchei em direção ao grupo, ouvindo as objeções de minhas amigas.

O Diário de Lílian EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora