20 de dezembro de 1976 - O Convite

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Sentei na minha carteira de sempre na aula de História da Magia. Era a última aula que teríamos antes dos feriados e por isso pareciam intermináveis. Toda a escola estava ainda mais mágica, por mais clichê que isso possa parecer, devido ao Natal. As tradicionais doze árvores haviam sido colocadas na entrada do castelo, mas esse ano era quase impossível vê-las pois Hagrid havia, acidentalmente, trazido dentro de uma das árvores um ninho de águias, que agora viviam bem na entrada e pareciam capazes de matar qualquer um que aproximasse. 

Como sempre, Remo se sentou ao meu lado e logo atrás de nós sentaram-se Tiago e Sirius. Marlene e Dorcas se sentaram do outro lado, Alice e Frank atrás dos meninos e Pedro ao lado deles. E era sempre assim que se tornava quase impossível prestar atenção na aula. 

Quando o professor Binns entrou na sala, deslizando suavemente, e parou em frente a sala, falando da maneira pausada e tediosa de sempre. Escrevia na lousa informações sobre alguma revolta ou coisa parecida enquanto Remo e eu copiávamos maquinalmente. 

-Evans - sussurrou Tiago em meu ouvido. Fiz sinal para que ele ..
Fiz aquilo pela hora seguinte inteira. Ao fim da aula, minha mão parecia capaz de cair de tanto que eu havia escrito. Estava completamente exausta, mas pelo menos não precisaria me preocupar com coisas da escola até janeiro. Ou talvez precisasse. Ainda não sabia direito o que faria durante o feriado, mas era muito provável que eu passasse aqui na escola ou, então, na casa dos McKinnon, que bondosamente enviaram uma coruja me convidando para ficar na casa deles assim que Lene contou o que havia acontecido entre Túnia e eu. 

Naquele dia, a previsão era de neve. Os primeiros flocos começariam a cair nessa tarde, então minha animação estava elevada ao quadrado. Amava a neve, desde que me lembro, mas havia algo diferente na neve de Hogwarts; magia, talvez. 

O treino de quadribol começava às quatro horas e provavelmente iria até o anoitecer. Hoje, Marlene havia me arrastado com ela até o campo, provavelmente para assistir Sirius, mas me abandonou na arquibancada com Remo e Pedro assim que pôde. 

-Oi meninos - cumprimentei, sentando-me ao lado de Pedro -Algo novo no time? 

-Você ainda não sabe? - perguntou Remo, parecendo surpreso. Neguei com a cabeça -Nossa, você vai adorar isso. 

-Isso o quê? - perguntei, mas a minha pergunta se perdeu assim que o time entrou em campo. 

Como sempre, Tiago Potter vinha a frente, carregando sua fabulosa vassoura, seguido de perto por Sirius Black, Jonathan McLaggen, Catarine Lovelace, Ethan e Kate Parkers e Logan James, mas, como McLaggen havia se formado ano passado, Sirius acompanhava uma outra figura que tentava ajustar em seu corpo as vestes  de McLaggen: era Marlene. 

-Marlene está...? Como ela...? Não entendo - comecei a perguntar mas, perplexa demais, apenas assisti enquanto Marlene se posicionava ao lado de Sirius. Ela olhou para mim, contente, e acenou, sorrindo. 

-Eu sei - exclamou Pedro, contente -Ela fez o teste mês passado. Era de longe a melhor jogadora de toda a Grifinória; melhor ainda que Almofadinhas. 

Remo sorriu, concordando. Os jogadores subiram nas vassouras e começavam a voar. Potter apitou e começou a gritar ordens para os jogadores. Lene mergulhou e pegou a goles, se preparando para iniciar o jogo. Sirius posicionou-se ao lado dela, falando algo em seu ouvido. Ela riu. Catarine Lovelace foi em direção aos aros, posicionando-se como goleira, enquanto Logan James assumiu sua posição perto de Sirius e Lene, os três como artilheiros do time. Ethan e Kate Parkers pegaram os bastões e começaram a jogar um balaço como se fosse uma bola de baseball. 

Potter apitou novamente e Marlene começou a se mover pelo campo em direção aos arcos e lançou a goles, acertando imediatamente o aro esquerdo. Para alguém que nunca viu a performance de Catarine, pode até pensar que o gol de Lene não passava de um erro da goleira, mas para mim, que assisti todos os jogos da Grifinória nos últimos cinco anos, sabia que Catarine era a melhor goleira de toda a escola, o que só podia significar que Lene era a melhor artilheira.

O Diário de Lílian EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora