30 de abril de 1977 - Amigos?

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Desde o baile de dia dos namorados, Tiago e eu estávamos cada vez mais próximos. Sentávamos juntos nas aulas e nas refeições e passávamos nossas horas livres juntos na sala comunal da Grifinória, conversando, lendo, jogando ou estudando.

Em seu aniversário, por exemplo, nós, seus amigos e minhas amigas fomos para um piquenique noturno na Floresta Proibida. Obviamente fomos pegos por Pirraça, o poltergueist, que, ao nos ver saindo pela porta principal, não hesitou em chamar Filtch. A professora McGonnagal nos passou um sermão e nos colocou em detenção. "A Floresta Proibida é proibida, Potter, não vou repetir" ela dizia. Potter disse que aquele havia sido seu melhor aniversário até então. Sirius tentou agredi-lo seriamente por ser tão estúpido.

Algumas noites atrás, passamos horas sentados perto da lareira. Estávamos sentados nas poltronas, lendo. O silêncio entre Potter e eu trazia uma sensação nova, mas boa. Podíamos ficar sentados em silêncio por horas e eu me sentiria confortável. Algo entre nós dois não precisava de palavras.

- Lily - ele chamou, virando-se para mim -, o que você fazia no mundo dos trouxas?

- Como assim? - perguntei fechando o livro sobre meu colo.

- Para entretenimento - ele respondeu - Que tipo de coisa os trouxas fazem?

-Bom, nós lemos. Ficção, romances, mistérios. Também temos televisão, um aparelho incrível em que imagens são passadas na tela... - Potter me encarou com curiosidade - Algo como teatro mas... filmado.

- Mas qual a graça disso? - perguntou - É preferível assistir uma peça sendo encenado em um palco do que uma gravação, não?

- Sim... - respondi - Mas veja, os trouxas que não conseguem ir ao teatro podem ver pela televisão, entende? E mesmo assim, não são peças de teatro a serem transmitidas. São outras histórias, chamadas filmes. Temos também telejornais, em que pessoas declaram as notícias frente à câmera.

- Trouxas têm cada uma - disse ele, rindo -Não sabem ler os jornais por acaso?

-Ora - retruquei -Quando visitarmos meus pais, mostro a utilidade de uma televisão, sim?

Potter riu.

-Você vai me apresentar a seus pais, Evans? - um sorriso malicioso surgiu em seu rosto e revirei os olhos.

-Você é meu amigo, Potter - seu sorriso cresceu com meu tom de voz - Claro que vou.

Todos os dias eram assim. Não podia negar que era muito bom ser amiga de Potter. Há alguns dias, passeamos pelos jardins e disse a ele o quanto gostava de flores. Meus pais sempre amaram flores e por isso nos deram nomes em homenagem a elas: Lílian e Petúnia. Desde então, Potter me dava um buque por semana. Não tenho ideia de como o faz sem que Madame Pomfrei o amaldiçoasse, mas mesmo assim, o fazia toda semana.

Hoje, quando acordei e fui tomar meu café da manhã, não encontrei com Tiago. Nem sentado à mesa, nem no salão comunal da Grifinória. Seus amigos não estavam à mesa também. Sentei-me ao lado de minhas amigas, entretidas na coluna de fofocas d'O Profeta.

-Onde está seu namorado? - perguntei a Marlene, sentando-me a seu lado. Ela deu de ombros.

-Não o vejo desde ontem a noite - ela olhou em volta -Sentindo falta de Potter?

-Cale a boca - respondi, servindo-me - Sou monitora, Lene. Tenho que saber se os membros de minha casa estão em encrenca.

-Sei...

Após o café, voltamos ao salão comunal. Era um dia frio e não havia muito para fazer na escola, então sentei-me em uma das mesas e comecei com as lições de Slughorn. Minhas amigas, com pouca paciência para trabalhos de poções, retornaram ao nosso dormitório, me deixando sozinha na sala.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2020 ⏰

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O Diário de Lílian EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora