A mulher contorceu o rosto em uma expressão de desgosto e desprezo com um sorriso irônico e, quando Rylai largou e marreta no chão e correu em sua direção para abraçá-la, girou o corpo para a esquerda, fazendo a garota passar reto por ela.
– Não – a mulher se virou para ela sem desfazer a expressão. – A Alura que você conheceu morreu há dois anos.
– Então quem é você? – Ela levantou o rosto cheio de caminhos molhados, tentando com toda a sua força manter a voz firme (sem obter sucesso).
– Eu sou uma versão aprimorada – a mulher se girou e desfilou pela sala, se exibindo. – Depois do acidente, fui levada para o projeto Cadmus. Eles me salvaram, me fizeram uma deusa. Eu renasci e ganhei uma família à minha altura – levantou as mãos com as palmas para cima na altura de seu rosto, como se acabasse de ter feito a apresentação de um produto de beleza facial.
– Uma família à sua altura? – Rylai quase pôde ouvir seu coração se quebrar. Sua voz quase não saía, ela mal podia terminar as palavras. – Você tem alguma ideia do quanto eu senti a sua falta?
– Oh, criança. Pare de chorar. Vê? É por isso! Você é fraca. Você se quebra fácil como vidro, você não merece ser chamada de minha família – ela rodou os olhos e pôs-se a andar em volta de Rylai. – Você é desprezível. Exatamente por isso eu te deixei para trás. Se eu quisesse subir, teria de deixar para trás quem me puxava para baixo.
– Eu observei o céu todas as noites durante esses dois anos tentando dar continuação às suas pesquisas – ela abaixou o rosto e apertou os olhos, falando entre grandes suspiros. – Eu não deixei de fazer nenhuma noite, tentando manter você viva, tentando fazer algo para te ajudar... e você me acha desprezível.
– Ah, você quer que eu diga "obrigada"? Quando se ajuda um morto você não deve esperar agradecimentos. Isso só prova como você é egoísta.
– Não é por isso, eu só...
– Só? – Alura se posicionou na frente de Rylai e levantou seu queixo com a mão, forçando a garota a encará-la. – Olha só para você. Meu maior fracasso – torceu a boca em desprezo e manteve um olhar sério. – Eu não acredito que, um dia, já te considerei família.
Alura soltou seu rosto e lhe deu as costas.
– Você não precisa fazer isso, Alura – Rylai disse, em um fio de voz. – O que quer que seja, está fazendo você atacar uma equipe de heróis em treinamento. Isso não pode ser bom – a garota girou o rosto, para olhar a mulher de costas. – Una-se a nós, a nossa causa é salvar esse planeta... não destrua sua própria casa.
– Oh! – Alura girou o corpo para olhá-la, após pigarrear como se fosse começar a rir. – A causa da minha família é tão melhor – ela voltou para perto da garota. – Não queremos destruir o planeta, garota. Está louca? – Ela abaixou o queixo para voltar a fazer a expressão de deboche para Rylai. – Nossa causa é limpar a Terra desses novos "heróis" que acham que podem algo pelo fato de terem tocado esferas de luz.
– O que você planeja fazer comigo, então? – Rylai suspirou e olhou para Alura com a expressão mais forte que pôde fazer.
– Eu vou desinfetar você – ela piscou rápido algumas vezes com ar de superioridade.
Antes que Templarix pudesse reagir, Alura levantou a mão direita e lhe deu um tapa no rosto com o dorso da mão. O tapa fez Rylai se cair a dois metros dali, rolando pelo chão.
– Vocês são a escória desse planeta – Alura completou antes de chegar perto de Rylai e chutá-la na barriga, o que só a fez voltar a chorar. – Idiotas achando que podem salvar o mundo... que piada. Vencer você vai ser mais fácil do que pensei.
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Beyond Heroes: Origins
Science FictionTrailer no primeiro capítulo! Nenhum herói nasce herói. Um herói é construído, moldado, forjado, testado. Um verdadeiro herói renasce das cinzas, da dor, da decepção, da perda. Um verdadeiro herói é aquele que luta para que os outros não passem pel...