10 - Revelações

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Ela era forte, era ousada e bonita, mas acima de tudo, era louca e perigosa. Samantha Carmelo estava por um tris do ápice de sua crise psicótica.

Samantha ultimamente não usava mais nenhum medicamento ou fazia qualquer tipo de terapia, ao contrário, ela apenas alimentava suas loucuras ao se vingar desses homens. E naquele dia ela estava mais louca que nunca.

Malcon sabia que estava em desvantagem, pois além de estar amarrado tinha apenas um canivete que pretendia cortar as cordas e rede- lá futuramente. Porém ela estava no poder, havia uma arma apontada pra ele, e naquele momento o ideal era distrai-la.

- Samantha, eu sei que você quer me matar e torturar, e isso você vai conseguir, mas antes me diga o porquê de tudo isso? Será que o que te fizemos foi tão grave?

- Você realmente se acha muito esperto, certo? Acha mesmo que vai me enganar com esse papinho ?

- Você está enganada, eu conheço sua força e poder , e sei do que é capaz. Você matou meus amigos. - Ele falou com um pesar no coração que ardia sua mente. Mas tinha que testa-la

- NÃO! Você está enganado , eu não os matei, eu juro! - Nesse momento ela se jogou no chão e começou a puxar seus cabelos, chorando deseperada.

Malcon percebeu que ela tinha uma mente quebrada e fraca, e aquela era a única brecha de vence-la.

- Então conte Samantha, quem mato-os?

- Eu não sei! Juro! - Respondeu enxugando as lágrimas.

Um momento de silêncio reinou e se passaram alguns minutos ou apenas segundos. Quando ela levantou com uma face diferente, fria e distante.

- Querido Malcon, vou te contar tudo que quer saber mas será na tortura e ao som da flauta. Você quer?

Droga! - Pensou Malcon.

Ela estava de volta. Samantha ligou o som da flauta extremamente alto e pegou sua navalha se encaminhando para rasgar a camisa do homem a sua frente e assim iniciar a tortura, mas foi surpreendida ao receber um chute poderoso em suas mãos.

A navalha foi lançada longe e ela gemeu .

- Que inferno! Você vai se arrepender! - vociferou samantha.

Se recompôs rapidamente e pegou novamente sua arma caminhando pelas costas de sua presa, rasgou a camisa e começou a tatuar a flauta nas costas de Malcon.

Ele gritava palavras como louca, infeliz e que iria acabar com ela.

Então ela falou:

- Sabe Malcon, eu sofri muito até ser adotada por essa família que eu tenho hoje.
Sofri abusos a minha infância inteira, por meu padrasto e as coisas pioraram quando minha mãe consaguínea morreu, ou melhor, meu padrasto matou. Então fugi e me recusei a ficar com ele, até ir parar em um orfanato.

Nesse momento ela já havia concluído seu desejo de cortar as costas do homem e caminhava até uma caixa e alcançou uma suposta arma. E logo Malcon conheceu o objeto, era uma arma de eletrochoque, ela queria provocar mais dor.

Samantha estava doente e ele estava perdido !

Malcon tentava folgar as cordas de seu pulso para facilitar sua liberdade ou alcançar o canivete.

Enquanto isso, ela apontou a arma de choque e acertou Malcon falando naturalmente.

- Eu fui salva por meu pai! Ele colocou os olhos em mim naquele orfanato e afirmou que seria eu. E mesmo não sendo contra, eu nunca percebi um grande desejo pela parte de minha mãe, mas ela me aceitou e me amou. Porém os vínculos de amor e carinho sempre foram mais fortes com o papai, éramos apegados e eu sempre fui muito grata por ele ter me escolhido entre tantas outras crianças, mesmo estando aos dez anos de idade.

Outro choque em Malcon.

- Eu comecei a ser feliz quando o papai chegou em minha vida, mas então ele foi tirado de mim, aquele acidente o levou me deixando transtornada e perdida. E vocês acabaram de ferrar minha mente.

- Samantaha éramos apenas jovens.- Malcon falou com voz de dor, enquanto desatava as cordas em suas mãos silenciosamente.

- Você não entende. Outro choque!. Vocês naquele lago só finalizaram as humilhações que sofri na escola, aumentaram a perda que sentia de meu pai ao acabar com a última lembrança que nos unia, jogando minha flauta no lago, vocês agravaram minha dor, minha agonia e depressão.

Então Samantha ainda falando friamente, caminhou até outra caixa pegou uma tesoura e rasgou alguns documentos e uma pequena foto da família de Malcon que encontrou em sua carteira.

Malcon sabia que as coisas iriam se complicar, mas alguma maldita parte da corda em seus pulsos estava dificultando sua liberdade.

Enquanto ele lutava por sua vida, ela pegou um caixa com fósforos e colocou fogo na foto e documentos que havia picotado, depois completou, ao acender um cigarro e começou a fumar prezerosamente.

Ela realmente era doente. Imaginou Malcon. E ele só tinha duas opções :

Ou se libertava

Ou morreria

Mas logo foi arrancado de seus pensamentos, ao sentir uma queimação na pele causada pelo cigarro encostado propositalmente em suas costas.

Ele gritou!

Então as coisas ficaram tensas e possivelmente mais dolorosa no momento em ela alcançou um vaso com um líquido escuro dentro, ele não sabia o que era até sentir o cheiro e ouvir aquelas palavras.

- Sabe Malcon, foi você o infeliz que atirou minha flauta no lago. Então te darei um final diferente do que tracei para seus amigos.

Falando de um jeito distante e fria, ela colocou álcool no chão, nos objetos, nas paredes e por fim, banhou Malcon .

Então, no momento em que ela alcançou o fósforo, riscou e segurou na mão com a chama ascessa.

Finalmente ele se libertou das cordas e agarrou seu canivete.

As sensação era de tensão, silêncio e desespero no ar.

Mas nesse mesmo instante, a porta foi aberta bruscamente.

Envolvendo todos em um ciclo do terror,

Samantha louca com o fósforo ascesso na mão,

Malcon com um canivete, pronto para lutar por sua vida

E uma mulher, um elemento surpresa acabava de adentrar àquele espaço

E ficou apenas o cheiro de tensão no ar.





No Ritmo da Melodia ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora