Capítulo 3

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- Me conta, agora! Quero os detalhes! – berrava Rayane do outro lado do telefone.

- Contar o que? Não foi nada de mais... – eu tentei me defender.

- Nathan, só desembucha, logo.

- Tá. Ele me levou até a central de segurança. Tinha um kit de primeiros socorros lá, ele cuidou do meu braço machucado, depois me deu carona até em casa, isso é tudo.

- Nathan, eu te conheço muito bem e você é um poço de detalhes. Pode me explicar direito como foi.

- Mas Rayane, basicamente foi isso. Não aconteceu nada de mais.

- Nathan, aquele homem já é algo de mais. Meu Deus! Você achou ele tão gato como eu?

- Você não tem noção! – exclamei, deitando em minha cama. Eu abaixei a voz para não perturbar minha irmã, que por milagre, estava quieta em seu quarto, colorindo um caderno de desenhos. – Rayane! Que peitoral é aquele! E aqueles ombros, e pernas e tudo!

- Eu quase quis ser a atropelada quando vi ele carregando você pra dentro daquele jeito – ela riu.

- Pelo menos pra isso me serviu – ri de volta.

- Mas e então... – ela indicou que eu prosseguisse.

Eu tinha medo de falar o que vinha a seguir.

- Bem, eu acabei chamando ele pra ir na festa. – falei baixinho.

- Você o que?! – ela praticamente gritou. Afastei o telefone do ouvido. – Antes você nem queria ir, e agora chamou ele?

- Uai, Rayane! Eu não vi nada de mais em chamar ele. Ele praticamente pulou na frente de um carro pra evitar algo mais grave, era o mínimo que eu podia fazer.

- Não, agradecer era o mínimo.

- E eu agradeci, umas mil vezes.

- Cara, eu ainda não consigo acreditar que ele vai na festa com você.

- Ele não vai na festa exatamente comigo. Vai com a gente.

- A gente? Meu Deus, não tenho estrutura. Não estranhe se eu sumir e deixar vocês aparentemente sozinhos. Vou estar escondida em algum lugar fazendo alguma bruxaria pra vocês darem uns beijos.

- Rayane, pode tirar essa ideia da cabeça.

- Não vejo por que eu faria isso. Ele é um gato. Meu Deus, aqueles olhos, e cabelo e tudo!

- Eu sei, mas você sabe que as coisas não funcionam assim.

- Nathan, para de se inferiorizar. Você também é um gato e sabe disso. – ela falou. Revirei os olhos. Eu não me achava muito bonito, apesar das pessoas falarem isso. Eu era baixo, e estava no meu peso ideal, até onde eu sabia. Minha pele era clara. Meus olhos eram escuros, assim como meu cabelo, que era liso e não era pequeno, e eu deixava caindo sobre o rosto, como uma franja meio jogada de lado.

- Ah, mas isso não quer dizer muita coisa. Rayane, larga de querer apressar as coisas. Sabe que eu não sou de agarrar o primeiro que aparece. A propósito, sabe que eu nem agarrei um primeiro ainda.

- Você vai ficar pra trás. Vai ter 30 anos e nunca vai ter beijado um cara, se continuar nesse ritmo.

- Rayane, calma. Na hora certa vai acontecer.

Minha Única CertezaOnde histórias criam vida. Descubra agora