Eu poderia usar muitas metáforas para descrever nosso reencontro. Poderia dizer que foi o encontro do sol com a lua, o encontro de duas estrelas separadas por milhões de anos-luz e uma série de muitos outros. Mas o que mais mexe comigo é o sincero e real encontro de duas almas gêmeas.
Eu coloquei toda a força que consegui em minhas pernas, que estavam bem melhores, finalmente, e corri com toda a velocidade que consegui para me jogar em seus braços. Eu não me importava com a pequena plateia que tínhamos. Droga, eu não me importaria nem se o papa estivesse ali. Guilherme era tudo no mundo o que me importava, e naquele momento, eu só queria abraçá-lo com toda a força que eu conseguisse.
No meio do caminho, eu já estava gritando. Assim que Guilherme colocou os pés no chão, começou a correr em minha direção também. Meu coração pulsava disparado dentro do peito. O sangue bombeava tão forte por meu corpo que chegava a bloquear minha audição. Assim que o vi correndo em minha direção, todos os meus medos caíram por terra.
Guilherme estava mais lindo do que nunca! Parecia ter cortado os cabelos negros recentemente. Estava com a barba mais pronunciada, parecendo um modelo de televisão. Estava usando uma camisa branca, como da primeira vez que nos encontramos. Novamente, tive a sensação de que ele era meu anjo da guarda enviado diretamente por Deus.
A distância entre nós provavelmente era de apenas uns 20 metros, mas quanto mais eu corria para alcança-lo, mais longe ele parecia estar.
- Nathan! – ele exclamou. Sua voz fez derreter meu coração como se fogo me incendiasse naquele momento.
Quando finalmente nos encontramos, senti como se eu fosse explodir por dentro. Nos abraçamos com força, as lágrimas descendo livremente por nossos rostos. Quando nos envolvemos naquele abraço quase doloroso, senti que o meu mundo finalmente estava se ajeitando, como se meu lugar durante esse tempo todo fosse ao lado de Guilherme e agora o universo estivesse corrigindo um pequeno erro. Senti suas mãos correndo por minhas costas e apertando minha cabeça contra seu peito, bagunçando meu cabelo. Eu o apertei com toda a força que consegui. Não ia deixa-lo ir mais nunca!
- Nathan! Ah, Nathan! Eu nunca mais vou te deixar, Nathan! – ele falava em meio ao choro. Eu não consegui falar nada. Só conseguia chorar, tamanha minha emoção. Coloquei meu rosto em seu peito, sentindo as batidas de seu coração contra minha pele e agradeci a Deus por permitir que nos encontrássemos novamente. Não sei quanto tempo nos abraçamos, mas conseguimos nos soltar por um segundo apenas, o necessário para que olhássemos um nos olhos do outro.
Aqueles olhos azuis... Vi neles mais uma vez a promessa que havíamos feito um ao outro quando Guilherme me pediu em namoro. Não importaria o que ainda viesse em nosso caminho, venceríamos tudo. Ele acariciou minha bochecha e, finalmente, depois de mais de um ano, finalmente nos beijamos novamente.
Nossas bocas se uniram. Nesse momento, se o universo tivesse implodido, eu não ligaria, porque foi como eu me senti.
Aquele beijo foi uma mistura única e inesperada de amor, ternura, desespero, saudade, e toda a dor que aqueles meses haviam instaurado em nosso meio. Exploramos, por uma segunda vez, os recantos escondidos das bocas um do outro. As mãos tocando a face um do outro, molhadas por cálidas lágrimas que ainda desciam. Quando o beijo cessou, ouvi uma tosse atrás de nós.
- Hum, hum – disse alguém, como se quisesse lembrar que também estava ali.
- Rayane! – Gritei e praticamente me joguei em seus braços.
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Minha Única Certeza
RomansNathan é um garoto comum com preocupações comuns. Está começando seu primeiro ano na faculdade, finalmente está livre da escola e de todas as lembranças ruins que viveu lá. Tudo ia bem até o primeiro dia de aula acabar. Após ser quase atropelado na...