Capítulo 15

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Dei um passo automaticamente pra trás.

- O que você está fazendo aqui ainda? – perguntei. Eu não conhecia Camilla, então não sabia bem que postura adotar para lidar com ela. Na dúvida, fiquei na defensiva.

- Estava esperando você sair. – ela falou seca. Seus olhos castanhos carregavam um brilho que eu podia muito bem definir como sádico.

- Por quê?

- Pra nós podermos conversar.

- Nós não temos o que conversar. – falei, me virando e começando a andar apenas para me afastar dela quando ela me puxou pelo braço. Resisti à vontade de dar um tapa em sua mão e apenas olhei com ceticismo para onde ela estava em meu braço.

- É claro que temos. E você vai me ouvir.

- Ótimo – falei, com o máximo de sarcasmo que vai conseguir. Cruzei os braços. – Pode falar, anda.

- Desde quando você está com o Guilherme? – ela perguntou com olhos inquisidores.

- Isso lá é da sua conta?

Ela revirou os olhos, como se estivesse sem paciência. Ridícula, quem devia revirar os olhos era eu.

- Você vai terminar com ele. – ela disparou. Limpei meu ouvido.

- Desculpa, acho que não te ouvi direito.

- Você vai terminar com o Guilherme.

- Querida – falei, no tom mais falso que consegui. – Você está achando que é quem pra me falar tamanho absurdo?

- Guilherme me ama e eu o amo. E ele é meu.

Dei uma risada propositalmente escandalosa.

- Olha, eu pensava que eu fosse iludido até te conhecer.

- Você vai terminar com ele sim, porque você não sabe do que eu sou capaz.

Revirei os olhos exageradamente.

- Você está muito enganada se tá achando que eu vou terminar com ele. Ele é a melhor coisa que já me aconteceu, e não vai ser uma garota qualquer que vai abalar isso.

- Olha aqui seu viado desqualificado... – ela tentou se projetar pra cima de mim com ofensas, mas eu a cortei logo.

- Olha aqui você! Primeiro que eu não te conheço e você não tem direito de me ofender assim. Segundo que sou viado sim, e de muito mais classe que você. Terceiro, se você acha que vai chegar do nada querendo dar ordens na minha vida e na vida do Guilherme, você esta redondamente enganada – falei, apontando o dedo na cara dela. De onde eu tinha tirado coragem para falar aquilo? Eu realmente não sabia. Ela ficou paralisada um segundo com a minha reação. Droga, até eu fiquei paralisado um segundo com a minha reação.

- Você não sabe do que eu sou capaz. – ela sibilou por entre os dentes.

- Igualmente – sussurrei do mesmo modo.

- Eu vou acabar com a sua vida. Você não perde por esperar. – ela disse. E pela primeira vez, realmente senti algum medo dela. Mas eu não ia deixá-la perceber isso nem em mil anos.

- Pode vir armada, meu amor.

- Não diga que não avisei. – ela falou. Tremi por dentro novamente.

Minha Única CertezaOnde histórias criam vida. Descubra agora