Capítulo 38

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Eeei pessoal, está aqui o capítulo de hoje, espero que gostem. E não se esqueçam. Votem, comentem o que estão achando... e boa leitura. Lembrando que temos só mais dois capítulos para o final, que está lindo ♥ E até a próxima.

*****

Munido de uma coragem que eu não sabia de onde tinha saído, abri a porta da cozinha. Esperei que Camilla fosse me atacar assim que o fiz, mas contrariando minhas expectativas, ela permaneceu onde estava.

- Você vai vir comigo – ela disse, ainda pelo telefone.

- Nem morto – falei.

- Porque você não nos poupa desse momento? Você só vai fazer seu amado morrer mais rápido se continuar nesse joguinho imbecil.

Contra todas as meus sentidos que me alertavam para permanecer ali e esperar ela vir até mim, fui até o lado de fora, mas não sem antes guardar a faca que estava em minha mão, escondida na parte de trás de minha calça. Eu peguei Camilla de surpresa uma vez quando resgatei Alice. Iria fazer o mesmo desta vez.

Caminhei até a porta e pude ver Camilla plenamente pela primeira vez aquela noite. Eu não sabia a quanto tempo ela tinha fugido, mas podia supor que fazia alguns dias. Seu cabelo estava desgrenhado e ela estava com uma roupa que claramente não era dela, como se tivesse roubado alguém no meio do caminho. Uma calça escura e uma camiseta verde, com os dizeres "I love nature". Com certeza aquilo não era dela. Pensei na dona da camiseta, que provavelmente estava morta a essa altura.

Assim que me viu na porta, Camilla deu-me as costas e começou a andar.

- Onde está Guilherme? – eu questionei.

Ela não me respondeu. Continuou a andar, como se eu mal tivesse falado. Ela pegou a trilha que levava até o lago e caminhou por ela. Todos os meus instintos me diziam para dar o fora dali o mais rápido possível e resgatar Guilherme, mas algo me dizia que ela estava me levando diretamente até ele para o grand finale.

Caminhamos em silencio por algum tempo, Camilla cerca de cinco metros à minha frente. Na minha cabeça, eu pelejava para bolar algum plano, mas o medo tinha paralisado meus pensamentos. Eu sentia a lâmina fria em minhas costas e pensava quando finalmente iria poder usá-la e nos livrar logo daquele pesadelo.

Lembrei-me repentinamente de Amanda. De como ela tinha sido boa comigo. De como ela tinha ficado ao meu lado por mais de um ano, de como tinha me ajudado a encontrar Guilherme e de como tinha feito aqueles dias melhores. E aquilo me encheu de raiva. Camilla a tinha matado cruelmente, a sangue frio. Eu vou fazê-la pagar.

O caminho ao nosso redor começou a ficar mais denso, com a copa das arvores funcionando como uma cúpula, começando a me dar uma sinistra sensação de claustrofobia que estava se infiltrando em meus ossos e fazendo meu corpo todo tremer. Logo, o barulho do riacho ficou mais próximo. Andamos mais e eu já conseguia ver a água ao longe, refletindo o brilho da noite como se fosse um diamante negro.

Quando chegamos à clareira, descobri porque Camilla havia me levado até ali. Guilherme estava preso em uma árvore, em pé, com arame prendendo suas duas mãos em um galho mais baixo. Ele estava com um ferimento na cabeça e um pouco de sangue ainda fluía, manchando seu rosto e descendo por sua camisa azul. Ele estava desacordado.

Assim que o vi, corri até ele, mal me importando que tivesse que passar rente à Camilla para alcança-lo. Cheguei até ele e a primeira coisa que fiz foi me certificar que seu coração ainda batia. Agradeci aos céus quando encostei a cabeça em seu peito e senti as batidas de seu coração, vigorosas como sempre.

Minha Única CertezaOnde histórias criam vida. Descubra agora