Capítulo 25

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Apesar de eu estar quase completando meus 18 anos, sentia-me como se fosse um adolescente em rumo de seu primeiro encontro. Guilherme e eu já estávamos juntos há quase seis meses, mas uma sensação ao mesmo tempo gostosa e desesperadora fazia meu estômago se revirar conforme nos aproximávamos do local do baile.

- Santo Deus, eu acho que vou vomitar.

- Eu mesma vou bater em você se você vomitar agora, garoto. – Rayane ralhou comigo.

- E eu ajudo. Não no meu carro – Daniela contribuiu.

Daniela também estava linda. Ela tinha os cabelos loiros lisos, que estavam emaranhados em um lindo penteado – que eu infelizmente não saberei descrever, pois no meu ataque de nervosismo, observar o penteado de Daniela não era exatamente uma de minhas prioridades.

O baile era em um salão de festas em um bairro distante da cidade. Levamos cerca de vinte minutos para chegar até lá. Conforme Daniela procurava um lugar para estacionar, percebi o carro de Guilherme parado ali. Reconheci pela placa (que eu talvez tivesse decorado). Quando ela finalmente achou um lugar, fez uma complexa e delicada baliza, quase trombando num Fiesta preto que estava atrás de nós, mas felizmente tudo correu bem e o Fiesta permaneceu ileso.

Descemos do carro em uma excitação que provavelmente seria descrita como desespero ou perturbação mental por quem nos visse, e caminhamos até o local. Muros altos circundavam a construção, e ainda do lado de fora já podíamos ouvir a musica eletrônica alta pulsando dos alto-falantes.

Na entrada, havia um segurança e uma linda mulher negra com os cabelos presos atrás da cabeça e um lindo vestido vermelho. Pensei até que ela fosse alguma das alunas, mas o modo como ela nos parou na entrada me fez perceber que ela estava ali era trabalhando.

- Seus nomes? – ela perguntou, com uma voz melodiosa.

Cada um de nós falou seu nome, e ela e o segurança, um homem parrudo de terno, braços cruzados e a cara fechada, abriram espaço para que passássemos assim que conferiram a lista.

Da entrada do local até a entrada da festa propriamente dita, era uma caminhada de talvez uns vinte metros. Era uma trilha cercada por plantas de ambos os lados e pequenas luzes parecidas com vaga-lumes penduradas alguns centímetros umas das outras, lançando uma luz amarelada sobre todos os que passavam pelo caminho, dando um clima mágico àquele local. Assim que entramos no caminho, percebi dois homens parados de costas para nós, alguns poucos metros à frente. Meu coração disparou. Eu reconheceria aquele homem em qualquer lugar, com qualquer roupa, de qualquer jeito que estivesse.

- Guilherme... – chamei-o, e minha voz se perdeu no meio do caminho assim que ele começou a se virar e eu jurei que poderia desmaiar realmente a qualquer momento.

Lindo era pouco para descrevê-lo. Guilherme estava deslumbrante! Eu nunca havia o visto em trajes tão formais, e a vista foi o bastante para me fazer estremecer. Conforme ele caminhava em minha direção, não impedi meus olhos de passearem por suas pernas, que estavam perfeitamente desenhadas através da calça social. Por seu tórax, sensualmente escondido pela caminha social e pelo terno modelo smoking que ele usava, contornando seus ombros largos e finalmente por seu rosto. Os olhos azuis me olhavam com amor e ternura. O cabelo escuro estava penteado meio jogado de lado, pra cima. E sua boca carregava um sorriso que não vou esquecer jamais. Tive um rápido vislumbre de como seria um futuro casamento, com Guilherme desse mesmo jeito me aguardando enquanto eu chegava até ele e meu coração disparou mais uma vez dentro do peito.

Minha Única CertezaOnde histórias criam vida. Descubra agora