Eu me esforcei para me levantar, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o segurança da faculdade passou um dos braços sobre minhas pernas e o outro em meu pescoço e em questão de segundos, havia me levantado do chão e eu estava em seus braços.
- Seu idiota! – ele gritou. Por um segundo fiquei confuso. Depois percebi que ele estava falando com o motorista do carro que havia descido para ver como eu estava. – Podia ter machucado sério ele! Não viu a faixa de pedestres não? Significa que você tem que parar. Parar! – ele falou lentamente a palavra, para ver se entrava na cabeça da pessoa. Virei-me para ver quem era, e era um homem na casa dos 40 anos, que parecia estar mais confuso do que eu.
- Me desculpa, eu... Eu não o vi. Ele apareceu no meio da rua, e estava parado, eu não consegui desviar. Tudo o que eu vi foi você entrando na frente do carro... – ele apontou pro segurança.
- Se eu não tivesse aparecido, com certeza seria pior! – ele gritou. Eu fiquei com medo por aquele homem, que parecia tão pequeno perto do segurança. Eu sentia seu peito subir e descer conforme ele respirava e quase podia sentir sua irritação com aquele senhor.
- Ei, está tudo bem. – Eu interferi. – Eu estou bem...
- Você foi atropelado – ele falou, com uma calma surpreendente na voz, baixando aqueles lindos olhos azuis para olhar pra mim. Seu rosto tampou o sol e finalmente pude ver com clareza o rosto do meu salvador. Fiquei boquiaberto por um segundo, sem saber o que falar.
Lindo era pouco pra o definir. Seus olhos eram emoldurados por uma linda pele clara, os traços do rosto eram fortes, tudo nele parecia perfeitamente desenhado. O nariz, a boca, o queixo. O cabelo bem escuro criava um contraste lindo com os olhos azuis, não eram compridos, nem curtos, tamanho médio, e estavam jogados de lado, começando a cair sobre o rosto. Ele me olhava com preocupação. Percebi que ele suava um pouco. Só então lembrei que ele havia falado comigo, e revirei minha cabeça em busca de algo para falar, mas minhas palavras pareciam ter evaporado quando olhei para ele.
- Nathan, você tá bem? – perguntou Rayane, se aproximando de mim. Levantei a cabeça para encará-la.
- Estou sim, não foi nada de mais. – virei para o moço que havia me atropelado. – Está tudo bem, mesmo.
- Tem certeza? Podemos chamar um médico.
- Não, não precisa, mesmo.
- O que eu posso fazer por você? – o senhor que havia me atropelado perguntou. Havia muita culpa em seus olhos. Apesar de ele haver me atropelado, eu já estava com pena dele.
- Nada... Eu estou bem – falei. – Pode ir embora, tranquilo – enfatizei a palavra "tranquilo".
- Já que não aconteceu nada grave então... Eu já vou. Me desculpa, de novo, tá... – Ele falou mais uma vez enquanto se afastava. Olhei ao redor. Nosso showzinho havia atraído atenção dos estudantes que saiam da faculdade e de alguns transeuntes na rua, mas como viram que não aconteceria nada de mais, a maioria já se retirava.
Virei o rosto para olhar o homem que me segurava.
- Pode me colocar no chão. Estou bem – falei, com certa dificuldade.
- Nada disso, vem comigo, seu braço está machucado – ele falou, e só então percebi que havia ralado meu braço na queda e que ele sangrava um pouco.
- Não precisa – falei. – Eu preciso ir embora...
- Bem, como eu estou se segurando, você não tem chance de escapar. - Ele sorriu. Meu Deus. Que sorriso era aquele? Ele se virou para Rayane. – Você pode vir junto.
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Minha Única Certeza
Roman d'amourNathan é um garoto comum com preocupações comuns. Está começando seu primeiro ano na faculdade, finalmente está livre da escola e de todas as lembranças ruins que viveu lá. Tudo ia bem até o primeiro dia de aula acabar. Após ser quase atropelado na...