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~20 dias restantes~

Hoje, o dia estava particularmente bonito. Ontem, eu e Pietro, assistimos à uma coleção de filmes, dos mais diversos gêneros, e começamos a conversar. Falamos sobre tudo, e, hoje, eu estava disposta a não afasta-lo. Seguiríamos assim!

-Senhorita, Sofia? -A secretária me para. -Entregaram isso aqui. É para você.

Fico surpresa com o enorme buquê de rosas em tons pastéis, bem feito e cheiroso.

-Quem mandou? -Franzo o cenho. Eu acho que deveria ter uma reação oposta, mas meus instintos pedem alerta.

-Veio com um cartão. -Ela diz e olha. -Cameron Drove.

Olho para Pietro e noto sua mudança de semblante. Ele parece desconfortável  com a situação, me deixando também.

-Coloque em um vaso. -Falo. -Não, mande para a Flora. É melhor. E jogue o cartão fora!

-Perdão. Como disse? -A secretária fica surpresa.

-É isso mesmo. Mande para Flora. No prédio da frente. Deve ter nos registros. Vamos, Pietro? -O chamo e sigo para a sala.

Não vou negar, eu fiquei feliz quando ele sorriu. Fiquei feliz por mim, por não ter cedido. Cameron era um idiota, e agora eu sabia: ele sumia e depois voltava como se nada tivesse acontecido. Mas acontecia!

Pietro continuava aqui, querendo ser meu amigo, enquanto eu optava por outro que estava se lixando pro que eu dizia! Chega! Eu não sou tão idiota a esse ponto!

Entramos na sala e continuamos nosso trabalho.

Depois de todo meu ritual, comecei a digitar.

-Sofia? -Ouço a voz de Pietro me chamar.

-Oi. -Falo em resposta.

-Por que fez aquilo?

-Porque é o certo. -Disse, ainda meio confusa com sua pergunta. -Você queria que eu ficasse com as flores?

-Não.  Quer dizer, quero o que você queira. -Ele diz depois de refletir.

-Não quero as flores. -Lhe ofereço um sorriso amigável. -Tudo bem assim?

Ele assente e continua seu trabalho.

Se quer saber, estava amando aquilo! E não precisávamos necessariamente ter algo. Pietro era bom para mim. Então eu o queria por perto.

*

~Hora do almoço~

Estávamos sentados em um dos diversos bancos de madeira espalhados pelo Central Park. Eu olhava para o lago a nossa frente, querendo apenas respirar aquele resquício de ar puro que a cidade poluída ainda não fez evaporar.

-É tão bom lembrar das coisas boas. -Murmuro, sem intenção alguma.

-Eu nunca as esqueci, então não sei a sensação. -Ele diz irônico.

-Bobo! -Dou-lhe um soco no ombro. -Não. É sério! Eu não fazia ideia de tudo o que vivemos. E você lembra de tudo com tantos detalhes.

-É porque foram momentos importantes para mim.

-Todos? -Retruco. -Até quando eu ficava com raiva e brigávamos?

-Em especial esses. -Ele diz. -Eu adorava quando você ficava brava. Percebia que ficava mais bonita assim.

Coro.

-E quando cora também! -Ele acrescenta e ri.

Reviro os olhos.

Meu Melhor Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora