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-Já ligaram vinte e quatro vezes! -A secretária avisa.

-Alguma era relevante? -Pergunto.

-Ahn, não. Na verdade sua mãe. Ela disse que quer saber o que era aquilo!?

-Ok. -Falo. -Me avise se ela ligar de novo.

Vou rumo a sala, determinada a terminar o conto.

Não paro para almoçar, e fico até mais tarde depois do trabalho. Cameron liga uma ou duas vezes, mas não pareceu insistente em falar comigo, o que não me surpreende.

Flora deixa uma mensagem, a qual respondo. Ela sabia que era o Pietro que havia feito tudo aquilo. Nós sabíamos.

Meu rosto estampado pelos lugares que ele passava...

O que ele queria afinal?

Quando olho para o relógio me surpreendo.

~1 dia restante~

Já passava da meia-noite.

Olhei pela parede de vidro e quase ninguém estava lá, apesar de uns ainda estarem fazendo hora extra.

Continuei a digitar freneticamente, colocando tudo o que eu sentia para fora. Desligando minha mente de qualquer outra coisa, focando somente e exclusivamente, não só nele , mas em nós!

*

Seis horas. Começou a chegar gente, e eu percebi que o sol havia nascido. Estava concluindo o conto, faltava apenas uma frase pequena e cativante. Pensava nela desde quando comecei a escrever.

A porta da minha sala se abre inesperadamente.

-Sofia? -É Sam.

-Oi. -Digo e concluo o trabalho. -Tudo bem? Bom dia.

-Você dormiu aqui? -Ele arqueia a sobrancelha.

Aperto o botão de imprimir e levanto, seguindo até a impressora.

-Não. Eu passei a noite aqui, mas eu não dormi.

As folhas estavam saindo, e eu peguei todas, seguindo até Sam.

-Presumo que seja isso que você queira. -Entrego as folhas em suas mãos. -Dei o melhor que pude. Se você não se importar eu queria ir descansar um pouco.

-Claro. Até amanhã, então.

Pego a bolsa, me despeço de Sam e saio.

Entro no café, e encontro Flora sentada no lugar que eu esperava.

-É incrível. -Ela diz com um sorriso, enquanto mexia no tablet. -Você está em todo o canto!

-Xi! -Faço uma censura. -Fale baixo!

-Olha! -Ela mostra. -Você está estampada na fachada do Hotel Royale, na calçada do Central Park, nas paredes de uma penca de lugares! Meu Deus! Isso é a coisa mais linda que podiam fazer por alguém.

Olho tudo.

-Então acho que fiz menos. -Coloco um sorriso no rosto.

Ela me encara.

-Terminou?

Afirmo com a cabeça.

-Tomara que o Sam publique. Eu estou louca para ler.

-Não se anima muito. Tem uns mil contos! Não é tão especial assim.

-E quanto ao Cam? -Ela pega sua xícara.

-Sei lá. Ele mandou umas mensagens. -Pego o celular da bolsa e vejo. -Ah, maravilha. Está me chamando para sair hoje. Vamos a um evento.

-Que pena que ele não é o Pietro. -Flora diz e sorri maliciosamente.

Meu Melhor Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora