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Dado o horário, estou estou pronta.

-Vai sair? -Pietro pergunta, já no sofá.

-É. Tenho um encontro e não tenho horário para voltar, então... -Vou em direção a porta, mas paro ao ouvir ele se levantando. -Não. -O interrompo. -Você não pode ir comigo!

-Mas você pode precisar de mim...

A voz da Flora vem a minha cabeça nesse exato momento "Talvez ele seja uma espécie de cupido", "Talvez ele tenha voltado para arrumar sua vida amorosa".

Droga, Flora. -Resmungou mentalmente.

-Olha, temos que entrar em um acordo. -Coloco a mão na cintura mantendo minha postura. -E você precisa, de verdade, descobrir como me ajudar, então, você vai, mas só dessa vez.

Ele sorri, vitorioso.

-Sem sorrisos! -O censuro.

Sua bochecha cai.

Me viro e sei que ele colocou um sorriso nos lábios de novo.

*

Quando o táxi estaciona e saímos, sei que tenho que pensar em algo para não levar Pietro até a mesa. Seria o cúmulo!

OK, o Pietro poderia ajudar, mas, enquanto não souber qual é a sua real intenção, ou como poderia me ajudar, ele precisa ficar um pouco afastado. Muito, aliás!

-Olha, -Me viro para ele. -faremos o seguinte: você fica nessa mesa aqui. -Aponto para a mesa ao lado. -Pode pedir o que quiser que eu pago depois, e eu vou para o meu encontro, normal, OK?!

Pietro parece confuso, mas concorda. Sorrio quando vejo sua cabeça balançar.

-Valeu! -Digo e logo me viro, o deixando para trás.

Começo a vasculhar com os olhos todo o ambiente, com um homem em mente. Cameron precisa levantar a mão para que eu o encontre.

Caminho em sua direção, rezando para não cair. Nunca fui insegura, mas também nunca tive alguém que me olhasse com aqueles olhos.

-Oi. -Ele beija meu rosto quanto me aproximo, logo se levantando para puxar a cadeira.

-Oi. -Respondo. -Fiquei surpresa com a ligação.

-Eu sei que poderia acontecer isso mesmo. Peço desculpas, na verdade. -Ele se senta novamente.

-Não. Não tem problema. -Intervenho. -Eu gostei, na verdade.

E então surge aquele momento constrangedor em que ficamos nos olhando, sorrindo, em silêncio.

-Ahn... -Tento começar, mas ele fala ao mesmo tempo:

-Sofia, eu...

Sorrimos ao notar.

-Pode falar. -Digo.

-Ah. Tudo bem. -Ele sorri, nervoso. -Bem, eu não sei bem como pensou que seria a noite, mas eu já tinha algo em mente quando te convidei.

Não entendi bem o que ele queria falar, contudo sinto um nervosismo no estômago e minhas borboletas começam a bater suas asas freneticamente contra minha barriga.

-Tinha? -Me vejo perguntando. O ar começa a ficar rarefeito.

-É. -Ele ri. Uma risadinha nervosa. -Eu sei que pode ser precipitado, quer dizer, a gente mal se conhece, mas eu acredito que podemos dar certo.

Sim. Sim. Sim. Seja o que for, sim!

-E veja bem, -Ele continua e sei que meu coração vai sair pela boca. Só diz logo! -Somos adultos e temos consciência total do que pode acontecer...

Meu Melhor Amigo ImaginárioOnde histórias criam vida. Descubra agora