Reino Palássious
Hemes havia corrido para a sua casa, ignorando os comerciantes de sua rua pobre. Assim que fechou a padaria de seu pai, ele fechou as janelas da cozinha e subiu com rapidez para o seu quarto. Seu pai estava em sono profundo, roncando e gemendo pelas dores do trabalho da tarde. Suas irmãs, Lilith e Seline estavam todas dormindo. Seria a hora perfeita para espionar o livro.
Ele sentou-se na cama e abriu novamente a caixa de madeira e retirou de lá o livro dos herdeiros. Suas mãos tremular passaram da primeira página, na segunda não havia nada além de um texto escrito a tinta. Ele franziu os olhos, não sabia ler. As palavras eram como símbolos sem significados para ele. Nunca aprendera a ler. Ele fechou o livro com voraz e logo correu para a janela, a rua pobre do vilarejo tinha o ordo forte e fumaças espeças circulando... Hermes olhou para trás vendo seu quarto escuro logo soltou um suspiro...
Tinha que mostrar esse livro para a princesa Ceres. Pensou... não tinha que esperar amanhecer, isso era importante. Então desceu as escadas de fininho e correu em direção ao castelo na calada da noite.
Levou longos minutos para ele chegar aos muros do castelo. Como previsto, as ruas estavam desertas e escura, e a noite fria e húmida. O céu parecia uma breve chuva, o que era de fato bem estranho, era verão em Palássious.
Hermes parou de correr assim que viu os portões do muro fechados. O portão era composto de aço e muro era extenso e muito alto para se escalar. Mas Hermes se lembrou que sempre que invadia o castelo para chamar a as escondidas a princesa Ceres a noite, que havia uma entrada oculta aos redores do muro. Uma entrada secreta que apenas a princesa Ceres e ele sabiam da existência. Ele não perdeu seu tempo e correu para o outro lado do muro, segurando o livro dos herdeiros entre o braço. A princesa Ceres tinha um conhecimento fascinante para livros, sabia ler e escrever, havia aprendido quando criança. Hermes se ajoelhou na grama diante o muro e retirou algumas pedras liberando um grande buraco que dava acesso ao lado de dentro do jardim do castelo.
Ele deitou sobre o chão e se arrastou para dentro do buraco sujando sua veste e ralando o braço em algumas pedras espalhados a magra. Assim que entrou no jardim ele se levantou já retirando a sujeira que havia grudado em seus braços, ele olhou para cima vendo o enorme castelo erguido ao luar. Tirou algumas folhas do cabelo e estreitou os olhou para a entrada e ao contorno do jardim, havia diversos guardas de vigia, Hermes correu para os arbustos e se escondeu dos olhos dos guardas. Ele reconheceu que eram guardas novos, com armaduras novas. Devia ser os guardas que a rainha havia encontrado para proteger o castelo... Hermes ainda agachado atrás dos arbustos do jardim, começou e andar de forma cautelosa para que o guardas o visse.
Ele deu a volta ao jardim ficando cada vez mais longe dos guardas a frente do castelo, ele correu para os fundos do jardim, chegando em uma grande arvore que estava à frente de uma janela traseira do castelo. Era a janela do quarto da princesa Ceres. Não havia sinais de luz vindo de dentro do quarto, provavelmente Ceres deveria estar dormindo essa hora. O jardim era escuro, mas isso não queria dizer que os guardas não o visse.
Hermes olhou em volta, e ciente que não havia sinais de guardas, ele correu para frente, pegou uma pequena pedra no chão do jardim e arremessou em direção a janela trancada de Ceres. A pedra voou alto e bateu contra a janela, fazendo um leve barulho e logo caiu sobre o jardim.
Hermes aguardou algum instante que ela visse mais não houve sinais de Ceres. Ele novamente pegou a mesma pedra jogada no chão e arremessou em direção a janela dela torcendo para que ela escutasse dessa vez e viesse atende-lo. Mas não o fez, então Hermes começou a chama-la em sussurros, para que os guardas a frente do castelo não o escutasse.
Mas foi irrelevante. Hermes sabendo que Ceres não o escutaria, colocou o livro dos herdeiros entre os dentes e começou a escalar o castelo, indo direto para a janela do quarto da princesa.
Havia algumas madeiras que facilitava o trabalha de sua escala, mas suas mãos se escorregaram em uma madeira que parecia molhada e ele foi forçado a cair no chão do jardim. Rolou alguns segundos com o livro na boca, logo praguejou em silencio. O tombo havia sido feio... seu tornozelo estava sangrando agora, talvez na queda arranhou em algumas das madeiras que estavam na parede.
Quando Hermes se levantou, respirando ofegante ouviu movimentos ao lado e antes que pudesse escapar dali, viu os guardas se aproximando. Eles haviam escutado o baque de Hermes.
Hermes tentou correr para os arbustos novamente, mas um dos guardas o segurou pelo braço e o atirou com força contra o chão. Hermes voltou-se ao chão e berrou pela dor. Agora sua boca sangrava. O filho do padeiro levantou o olhar e viu quatro guardas em círculo olhando para ele.
- Um ladrãozinho... olha só. – Murmurou um dos guardas, logo cuspiu na grama.
Hermes com o coração a mil tentou falar, mas em vez disso começou a tossi jogando mais sangue para fora...
- Sabe o que acontece com ladrões como você? – Perguntou o guarda.
Hermes limpou o sangue da boca e respirou fundo.
- Não sou ladrão. – Disse com um tom abafado. – Sou amigo da princesa.
Os guardas começaram a rir do garoto e logo um deles agarrou a camisa suja de Hermes e levantou, agarrando-o com força, para que não escapasse.
- Se não acreditam em mim, pergunte para ela própria...
- A princesa não andaria com um plebeu como você. – Interrompeu o guarda. – Sabe a punição para invasores como você?
- Não sou invasor... sou o filho do padeiro e...
- Cale-se! – Exclamou o guarda.
Hermes se calou no instante, em seguida olhou para o chão vendo o livro, que sem perceber que havia derrubado. Um dos guardas seguiu seu olhar e pegou o livro do chão.
- Isso é meu! – Disse imediatamente Hermes preocupado.
O guarda que o segurava apertou a mão nos braços de Hermes fazendo-o gemer.
- Um livro? ... hum, plebeus não sabem ler. – Disse o guarda com um sorriso. – Você roubou isso garotinho? – O guarda balançou o livro para Hermes.
O guarda que segurava Hermes o pressionou com o braço na garganta, Hermes começou a tossir em seguida respirou sem controle, logo balançou a cabeça que não.
- Não. – Respondeu Hermes com dificuldade.
- Não. – Imitou o guarda. – Então aonde encontrou, um simples filho do padeiro não teria dinheiro o bastante para comprar um livro como esse?
- Vamos castra-lo, para que se lembre que não deva mais roubar.
- Eu não roubei, não sou ladrão.
Hermes olhou nos olhos desse guarda. O guarda viu o medo nos olhos de Hermes, parecia se divertir com o medo do garoto, ele viu que os olhos do menino lacrimejavam.
- Se não roubou, porque está aqui?
- Sou amigo da princesa, ela ...
- E eu transo com a rainha quase todos os dias. – Zombou um dos guardas, os outros riram. – Fale serio comigo Rapaz se não ouviremos o concelho do meu amigo aqui e castrarei você.
- Eu estou falando sério! Eu conheço a princesa e ...
O guarda revirou os olhos não acreditando e deu as costas para ele.
- Cubra a cabeça dele e leve-o para a rainha, ela dirá o que fazer com esse ladrãozinho. – Disse o guarda.
Hermes arregalou os olhos e tentou se debater para se livrar dos guardas.
- Não! Eu estou falando a verdade. – Exclamou ele desesperado. – Eu conheço a princesa e... eu não roubei o livro, eu o encontrei.
Mas Herme não foi ouvido e logo um dos guardas cobriu a cabeça dele com algum pano escuro, e Hermes não pode ver mais nada.
Ele foi arrastado para dentro castelo e apenas ouviu o trinque dos pares de portas se fechando atrás de si e mais nada além disso.
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AS CRÔNICAS DOS HERDEIROS DE HARTERF - A espada de gelo
FantasyINCANDESCENT DARKINESS A crônica de fantasia, mistério e intriga que oferece um romance e uma aventura que clama uma futura guerra que assombrará a todos desse mundo! A ESPADA DE GELO Depois de séculos, Whogthon se tornou o país mais sangrento que e...