20- Princesa Ceres

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PRINCESA CERES

A cabeça da princesa revirava se formando perguntas não respondidas. O que sua mãe queria tratar com o padre? Aonde realmente está Hermes? Se o seu pai iria retornar? Ela deveria ter seguido seus instintos e partido para fora da muralha de Palássious em busca de seu pai. Mas não deixaria Hermes, nunca o deixaria.

Ceres inclinou a cabeça por cima das mãos, o braço estava sobre o joelho. Aguardava a mãe retornar da capela da igreja, sentada no topo do degrau. Sentia o vento do verão em Palássious, as folhas voando ao jardim da catedral. Logo algumas carroças passaram pela estrada. Ceres ouviu vozes a distância, depois que a carroça sumiu ao fim do pavimento ela se levantou, as vozes eram de crianças. Ela olhou para trás, a mãe parecia que iria demorar, Ceres cerrou os olhos por causa do dia e levantou o vestido e desceu as escadas da igreja.

Atravessando a estrada Ceres andou pelo pequeno bosque a frente do templo. Havia inúmeras arvores e a grama era mais seca. Os raios solares ao céu atravessavam as arvores tornando o bosque um lugar verde e laranja.

As vozes de crianças se tornavam mais altas de acordo que a princesa se aproximava perto das arvores. Ceres tirou os galhos de sua frente logo cerrou os olhos. Não sabia exatamente porque foi guiada pela voz... mas uma parte dela dizia que era familiar.

- A não Seline, dessa logo daí! - Essa voz era mais macia e protetora.

Seline? Não seria a irmã de Hermes, seria? Pensou Ceres com os olhos arregalados. Talvez ela pudesse...

Ceres se aproximou mais de perto e quando abriu o motim de folhas a sua frente ela viu duas meninas ao centro do bosque discutindo. A primeira era alta e continha os cabelos soutos e louros e olhos verdes, usava um vestido de camponês azul e sapatinhos sujos de terra. A segunda era baixa, os cabelos eram escuros, curtos e mau aparados, olhos provocadores e usava uma espécie de camiseta longa e calças de camponeses. Essa estava pendurada em um tronco de uma arvore ao alto e parecia brava.

A menina mais alta que estava no chão, tirou os olhos da mais baixa e olhou para Ceres assim que a ouviu entrar pelos bosques. Seus olhos se arregalaram como um alerta. Em seguida concertou a coluna que estava curvada. A baixinha que estava no topo da arvores olhou para baixo.

- Lilah! - Chamou com um grito. - O que ouve aí em baixo... - E a voz sumiu assim que ela viu a princesa Ceres se aproximar, e com rapidez ela começou a descer da arvore.

Lilah. Então esse era o nome dela.

A princesa demorou alguns segundos para tirar os olhos de Lilah, ela era linda, como uma fada. Os cabelos louros ao ombro, os olhos singelos, e jeito de olhar e de se mover eram tão... frágil. Ceres imaginou que essa Lilah talvez teria o perfil perfeito para uma princesa de verdade, e um perfil perfeito a elogios de sua mãe. Ceres logo piscou algumas vezes e com um sorriso sereno disse:

- Me desculpe... eu não queria...

- Majestade. - Disse Lilah fechando os olhos e fazendo uma reverencia com um vestido.

- Não. - Disse Ceres rapidamente, levantando a mão em um aceno. - Não precisa me reverenciar.

LIlah abriu os olhos.

- Claro que preciso, você é a princesa. - Disse com a voz serena e calma.

Ceres que parecia um ferreiro deu um passo para trás.

- Sim... mas...

- Nossa! - Exclamou a outra menina, a baixinha. - Essa é a princesa Ceres? Ela é magnificamente linda.

A baixinha já estava ao lado de Seline com os olhos arregalados e a expressão em choque. Ceres olhou por um instante para ela, logo soltou um riso, achando-a engraçada.

AS CRÔNICAS DOS HERDEIROS DE HARTERF - A espada de geloOnde histórias criam vida. Descubra agora