A noite se tornara manhã, e a lua se tornara um sol escondido ao céu. A janela do quarto de Ceres estava aberta, o que seria um problema se a rainha Klary visse. Sempre foi tão rigorosa e pesada com a segurança e as regras do castelo... bom... em relação a sua filha. Ceres sempre achava que sua mãe a odiava por ser tão diferente das outras princesas dos quatro reinos. Sempre a fitava com um olhar avaliativo ou com a rigorosidade, como um lobo olha para uma ovelha.
A princesa vestia um vestido branco longo de ceda macia. Seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro quando abriu os olhos e enxergou o teto do quarto. O teto continha um lustre lindo e brilhoso, logo lembrou do pai. O rei Roberts havia escolhido aquele lustre brilhoso. O rei sempre a fazia feliz. O rei, diferente da rainha, sempre a deixava tomar decisões próprias, sempre apoiava as suas escolhas, mas a rainha sempre criava um obstáculo em cada sonho que a princesa Ceres depunha.
Ela se levantou um pouco preguiçosa e com uma postura bastante crítica aos olhos da mãe, em seguida abriu o closet de madeira, onde vários vestidos de diversas cores estavam pendurados.
Ceres escolheu um azul leve. Onde as mangas eram floridas em detalhe. Ela ignorou o espartilho, e vestiu o vestido azul. Enquanto tirava os cabelos dourados escuros para fora do colarinho, ela olhava fixamente para o espelho vendo o seu reflexo, o seu lindo rosto delicado.
Ela prendeu o cabelo em um coque muito torto no alto da cabeça, e amarrou a corda em um laço muito bonito na cintura do vestida. Em seguida saiu do quarto fechando a porta atrás de si.Ceres desceu as escadas do castelo como se dançasse descalça em um campo florido. Despois que abriu a porta da sala, sorriu alegremente ao ver o seu pai, o rei Roberts sentado a uma enorme mesa de madeira polida no centro da sala.
A sala do castelo era extremamente enorme, com fileiras de janelas, uma ao lado da outra, ambas abertas deixando a claridade da manhã entrar. O chão era um mármore bem encerada, que Ceres podia enxergar seu reflexo nele. O teto era oco estufado para cima na superfície, como o teto uma melancia. Onde havia linhas de madeira se juntando a um enorme e brilhante lustre de vidro ao meio.
Apesar das fileiras de janelas estarem todas abertas, havia tochas de fogo nas paredes de pedra acesas deixando a sala um tom bem amarelado.
Além do lustre, havia uma grande mesa de jantar no centro da sala, onde a princesa costumava tomar o café da manhã. Ceres entrou quase correndo para sala ao fechar a porta. Os lábios alegres vendo o rosto do pai a mesa. Mas hesitou assim que viu a sua mãe. A rainha Klary estava ao lado do rei, mastigando algo. Ela estava com a postura ereta, os olhos sexys e os lábios divertidamente belos. Diferente da princesa que parecia um animal desleixada.
A rainha lançou um olhar venenoso para a filha em seguia Ceres se sentou ereta a frente deles, sem expressão e tentando não olhar para mãe venenosa.
- Bom dia Ceres. - Disse o rei sorridente.
Ceres abriu o sorriso prendendo a respiração a mesa.
- Bom dia pai. Nossa estou morrendo de fome.
A rainha tossiu fazendo a filha encara-la.
- Você diz que está insatisfeita. - Disse Klary erguendo o queixo fino. - Está faminta.
- Deixe-a. - Disse o rei rindo e interrompendo.
O rei piscou para Ceres o que a fez ri e olhar para a mesa com os olhos arregalados.
A mesa estava repleta de alimentos de vários tipos. A princesa olhou em volta vendo vários pratos ainda não tocados e duvidou que seriam tocados nessa manhã. Planejou levar para o vilarejo e dá para os desabrigados ou sem tetos, já que ninguém ia comer. A princesa pegou o pão em uma tigelinha e devorou com prazer engolindo o suco junto.
Logo levantou o olhar para os pais.
Estavam olhando de forma curiosa para ela, e espantados também.
- O que foi? - Perguntou com os olhos arregalados e a boca entupida de pães, o fez a rainha engasgar no mesmo instante.
O rei soltou um riso da filha em seguida voltou a comer. A rainha passou o guardanapo na boca olhando de forma penetrante para ela.
- Parece uma desabrigada sem teto. Sem classe. - Disse a rainha com a voz venenosa.
A Princesa engoliu.
- Como se sente hoje Ceres?
Ceres olhou para os lados confusa, seu pai nunca perguntava isso nas manhãs.
- Estou bem, obrigada.
O rei suspirou. Ceres olhou para a mãe em seguida voltou a encarar o rei.
- E você?
O rei não estava olhando mais para ela, olhava sem piscar para o prato abaixo do nariz, parecia distante. Ceres franziu a face pálida ao ver uma linha de preocupação deixada na expressão do rei.
- Pai. - Disse com o tom firme. - Houve algum problema?
O rei levantou o olhar triste, fitando a filha. Talvez fosse a hora dela saber o que aconteceu. Uma hora ela iria ter que saber. O rei ainda olhando para ela deixou o garfo no prato.
- Sim, Ceres. - Respondeu ele com um tom baixo. - Minha irmã... a lady Rôsela...
- Isso não é assunto para se tratar a mesa. - A voz cortante e afiada da rainha fez o rei se calar e Ceres encara-la com um olhar fixo.
A rainha mastigava ainda ereta e rígida, o que fez Ceres pensar se ela estaria usando aquele maldito espartilho.
Depois de alguns instantes tensos, Ceres ignorou a rainha e voltou ao pai.
- Pai, me diga... qual é o problema? - Insistiu. - O que houve com a tia Rôsela? - A voz era doce e um tanto preocupada. Adorava a tia Rôsela e brincar com a prima Leslie quando crianças.
Mas tudo mudou depois que a tia se mudou para as rochosas depois do casamento de seu pai. Despois desse dia, Ceres nunca mais viu a prima, Leslie.
O rei suspirou em seguida olhou para a filha.
- Vou fazer uma viagem, ela faleceu. - Disse ele em um tom triste.
A princesa franziu o cenho encarando imóvel o rei. Não sabia ao certo o que sentia agora. Choque, medo, tristeza. Apenas piscou algumas vezes confusa em seguida respirou fundo.
- Minha tia morreu?
O rei se levantou da mesa silencioso, com o olhar triste e desalmado e saiu da sala fechando a porta, deixando a princesa a companhia da venenosa rainha Klary.
- Você foi insensível, Ceres. - A voz da rainha foi como mais um de seus venenos ardente.
Ceres olhou para ela com a expressão brava.
- Insensível? Mãe! A minha tia morreu, estou tão chocada e triste quanto ao meu pai. - Disse com um tom forte.
A rainha levantou a mão balançando.
- Não grite, você é uma princesa e não uma selvagem. Comporte-se como tal. - Murmurou com os olhos grudados na filha.
Ceres fez que não com a cabeça.
- Como pode pensar nessas coisas bobas agora, mamãe? Pensei que tivesse coração...
- Eu tenho coração Ceres. - A voz da rainha permaneceu calma serena e afiada. Controlada também. Como se o que a princesa atirasse, nunca a atingia. - Apenas não estou muito de luto com a lady Rôsela, porque éramos... distantes, mas estou mal pelo seu pai... digo, pelo Roberts.
Ceres bateu a mesa.
- Deixa de falsidade mamãe, você sempre odiou a tia Rôsela, está fazendo sua cerimônia agora, mas no fundo está torcendo a faca....
- Abaixe o tom Ceres. - Disse a rainha mudando o tom para um mais firme. - Gostando ou não... sou sua mãe.
Ceres se levantou espantada.
- Não vai terminar de comer? - A rainha perguntou.
- Perdi a fome. - Disse a princesa correndo da sala em direção a porta, segurando o vestido nas mãos para ergue-lo não pisar na borda e cair no chão. Ignorando a presença congeladora da mãe e a deixando só.A princesa Ceres encontrou o rei sentado na copa de um dos concretos do castelo, ele olhava para o lindo campo verde florido a frente do castelo. Encostado na estátua do lado de fora. Ela atravessou o arco de pedra d o castelo, passando pelos dois guardas imóveis e calados a entrada. Parou de correr assim que se aproximou lentamente ao pai.
- Eu sinto muito. - Disse ela surgindo ao lado dele e se sentando na copa junto com ele. - Eu amava a tia Rôsela assim como o senhor. Mas sabemos que nas rochosas era bem perigoso.
- Minha irmã sabia se cuidar, conseguiu sobreviver aos longos cinco anos lá. Não acho que ela tenha morrido pelo perigo de lá. - Disse o rei.
A princesa deitou-se ao ombro do pai sentindo a segurança perto dele.
- Quando você vai para as rochosas? Imagino que vá para o luto. - Disse ela.
- Irei amanhã de manhã com alguns guardas, a cavalos e carruagem. - Respondeu.
- Como está a Leslie? Mesmo sendo da minha idade é muito duro sobreviver nas rochosas sozinha, pelo menos as duas tinha uma a outra. - Disse Ceres ainda triste.
- Vou a viagem para rochosas para tentar convence-la a vim também. - Mentiu o rei lembrando da carta que recebeu.
- Cuidado pai, é muito perigoso.
- Sobrevivi a guerra do reino Crenteaw, lembra das histórias que contei a você quando criança. Sobre o quanto Crenteaw nos arruinou? A quantas famílias morreram durante a guerra? Acho que consigo sobreviver as rochosas. Não precisa se preocupar comigo, mas peço a você que tome cuidado por aqui. E que continue sendo essa minha filha tão boa, forte e maravilhosa. - Disse o rei com os olhos lacrimejados.
A princesa suspirou.
- Claro pai...
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AS CRÔNICAS DOS HERDEIROS DE HARTERF - A espada de gelo
FantasyINCANDESCENT DARKINESS A crônica de fantasia, mistério e intriga que oferece um romance e uma aventura que clama uma futura guerra que assombrará a todos desse mundo! A ESPADA DE GELO Depois de séculos, Whogthon se tornou o país mais sangrento que e...