Rochosas
- A rainha das rochosas! – Exclamou o lorde ao fundo do salão erguendo um cálice nas mãos coberto por bebidas.
Em seguida a multidão ergueram seus cálices transbordando de bebidas e repetiram em gritos o que o lorde havia dito. Todos aplaudiram e balbuciaram em vitória assim que Leslie entrou no salão, com seu manto de ceda azul bem macio e seus cabelos brancos em uma longa trança.
A plateia usava casacos de pele de animais, uns usavam elmos com chifres na cabeça para simboliza o quão eles da Rochosas eram ferozes. Animais empalhados pelas paredes e o lustre mais iluminado que o sol.
Leslie caminhou por sua majestade até ao palanque que se erguia a frente de todos daquele salão amarelado. O chão era de pedras lisas e bem encerados, os pilares eram encapados por pedras negras e o teto continha aquele lustre que iluminava o ambiente. Ela subiu ao palanque e se sentou no trono de frente para a multidão que estavam sentados várias fileiras de enormes mesas de madeira comendo e bebendo alegres.
- Que inicie o jogo! – Exclamou ela com um sorriso pelo rosto pálido.
E a balbucia ensurdeceram em gritos e berros. A multidão de bárbaros e lordes se afastaram do salão, formando um círculo vazio ao centro, logo em seguida duas pessoas de armaduras entraram dentro do círculo, ambas armadas com espadas e escudos.
Enquanto as multidões ao redor berravam pela vitória de seus escolhidos, Leslie se levantou do trono, erguendo o pescoço para espiar o círculo, ainda no palanque sorriu ao ver que os guerreiros já estavam duelando.
O primeiro já havia acertado o segundo que havia recuado com um berro pela dor. Em seguida correu com rapidez para atingir o adversário que quase cortara seu braço, mas o seu adversário foi mais rápido, se abaixando e chutando a coxa do outro, que caiu como um saco de batatas vendidas nas ruas mais pobres de Rochosas, assim que o corpo atingiu o chão do salão, o sangue espalhou pelo mármore gelado.
Leslie mal havia notado que seus punhos estavam fechados ansiosa pela luta, teria feito a mesma coisa que aquele guerreiro havia feito.
O guerreio estendeu a sua espada para o lustre e todos ao redor gritaram como loucos. Quando desceu a espada com rapidez para atingir aquele que estava jogado no chão...
- Chega! – Exclamou o guerreiro indefeso. – Você venceu!
O guerreiro cedeu a espada e logo guardou no cinto da armadura. E a vitória viera em vários berros e gritos, todos estendendo as mãos.
- Isso foi fácil! – Exclamou Leslie ainda no palanque.
E no instante, a baderna dos selvagens das Rochosas silenciaram ao ouvir a voz de Leslie ecoar simultaneamente contando o silencio. As multidões estenderão o círculo mostrando somente o guerreiro vitorioso no centro dele. Leslie voltou-se ao seu trono ainda sorridente pela rápida luta.
- Foi o mais fácil até hoje!
E todos riram do guerreiro vitorioso.
O guerreiro cobria sua face pelo elmo, ele estendeu os braços para todos pararem de rir, em seguida caminhou pela passagem de mármore até o terceiro degrau de pedra do palanque, ergueu a cabeça em direção a Leslie.
- Eu concordo com a rainha! – Ele gritou, o no mesmo instante o salão ficou em silencio.
Leslie ainda ao trono cerrou os olhos quase desconfiando desse guerreiro, mas permaneceu calada.
- Se vossa majestade das Rochosas me providenciasse outro guerreiro, eu ficaria muito grato para provar o quão merecedor da vitória eu seria. – Disse ele. A voz macia e doce, quase gentil demais.
Leslie cerrou os olhos e ergueu o queixo. Os salões todo agora prestavam suas atenções no palanque, o guerreiro não imaginou que tenção se faria ao meio deles.
- Escolha qualquer um. – Por fim, disse Leslie ainda cerrando os olhos.
- Eu agradeço minha rainha...
O guerreiro suspirou através do elmo de ferro, logo ergueu a espada para o salão, apontando a lamina para a multidão que o fitava com ferocidade. Todos na Rochosas eram ferozes e corajosos.
- Eu escolho...
O guerreiro manejou a lamina passando por um homem alto e musculoso e logo por um homem mais baixo e careca. O guerreiro deu a volta encontrando novamente o trono e apontando a lamina em direção a Leslie, ele parou de passar e girar assim que a espada encontrou a face dela.
Leslie parecia calma por fora, serena até, mas todos que a conhecesse sabia que ela estava queimando por dentro.
- Eu escolho você, Leslie. – Disse o guerreiro ainda apontando a lamina para a rainha. – Todos dizem que você é a melhor guerreira de Rochosas, vamos ver se é como tal?
- Como ousa desafiar a sua rainha? – Exclamou um dos bárbaros do salão.
Leslie suspendeu a mão e um gesto de silencio, parecia cativada pelo desafio e atentada a aceitar. Na verdade, aceitaria e o derrotaria na frente de todos, pensou ela, mas... hoje era a festa da tradição, e ela não enfiava em meio de duelos como os outros, sempre esteve ao nível acima dos e os outros, acima desse guerreiro. Ela apenas suspirou com um riso.
- Não vou duelar com você. – Disse ela com um tom grosso, erguendo o queixo.
E o guerreiro abaixou a lamina para o cinto, sua expressão mostrava o que ele já esperava essa resposta dela. Todos atrás começaram a cochichar sibilos e sussurros.
- Leslie! – Exclamou o guerreiro, sua voz tomou conta de todo o salão, até as mulheres selvagens que usavam elmos de chifres na cabeça prestavam atenção a eles ao palanque, outras retiravam a sujeira das unhas encardidas com facas. – A rainha mais nova de Whogthon! – Continuou o guerreiro. – A líder mais nova que Rochosas já teve! A mais e pura brava filha de Lady Rosela! Recusou-se a duelar comigo.
Ele levantou a cabeça em direção a Leslie.
Ela estava cerrando os pulsos no trono, suas palmas formigam para pegar sua espada e empunha-la no peito desse guerreiro rebelde.
- Retire o elmo, quero ver sua face. – Disse Leslie fixando os olhos cinzas na armadora e na espada ele.
Em seguida ele guardou a espada no cinto, retirando o elmo de ferro da cabeça. E enfim Leslie viu a face do guerreiro. Ela franziu o cenho no mesmo momento.
Ele continha os cabelos aparados negros e a pele bem pálida. Mas isso foi o de menos comparado belíssimos olhos brancos e a máscara que cobria a metade de seu rosto, a parte direita. A máscara era um coro preto, no lugar do olho direito, a máscara cobria, o na parte direita da boca havia um zíper. A orelha esquerda era repleta por brincos de prata. Ele olhou para cima encarando Leslie.
Leslie teve algum segundo para se recompor da imagem medonha desse guerreiro.
- Por que a máscara? – Perguntou ela. – Pode retira-la?
- Não. – Respondeu ele imediatamente. – A máscara representa muito para mim.
Leslie assentiu lentamente.
- Tudo bem. – Disse ela. – Qual é o seu nome?
- William Tiram. – Respondeu o guerreiro. – Mas todos me chamam de Will.
- Certo Will. Você é um lorde?
- Sou um guerreiro das Rochosas, um simples guerreiro.
- O que fazia antes de vim paras as Rochosas? O que fazia lá fora, pertencia algum reino?
Will apertou com mais força o cabo de sua espada, em seguida suspirou.
- Não, eu vim do mar negro, na verdade eu fugir de lá, soube que as Rochosas era um lugar para todos que querem refúgio, soube que se eles fossem atrás de mim, eles iriam morrer pelos guardas daqui. – Disse Will.
- Eles? Eles quem?
Will se curvou em seguida encheu o peito.
- Todos sabem que o mar negro abriga os contrabandistas dos outros reinos, é como uma punição, é a nossa prisão. Mas felizmente consegui escapar. Agora sou um procurado. – Disse ele. – Um fugitivo.
Então ele é um bandido procurado pelos guardas do mar negro. Todos da Rochosas aceitavam quaisquer tipos de pessoas, bom... a quem agravada os povos de Rochosas, e Will conseguiu agradar trazendo armas e alimentos do mar negro.
- Antes de você ser sentenciado ao mar negro, em qual reino você era? E o que fez? – Perguntou ela.
Will contraiu.
- Eu era do reino Tholkcrs, águia. Sei que não vão acreditar, mas...fui sentenciado injustamente. Eu encontrei algo muito valioso, mas o rei de Tholkcrs me julgou ladrão e disse que roubei dele, então me mandaram para o mar negro. – Disse ele. – Tive sorte deles não terem cortado minha cabeça ou me mandado para a cela do castelo.
Leslie se levantou do trono mantendo a mesma expressão.
- As celas do castelo de Tholkcrs são piores que o mar negro? – Perguntou Leslie sem expressão.
- Ah. Sim, pode apostar. Lá eles a torturariam até a morte, soube que torturaram um plebeu por ter roubado algo, o plebeu permaneceu vivo por doze dias, sendo torturados por quaisquer tipos de coisa torturadora que você imagina. – Disse Will.
- Como os guardas das Rochosas lhe permitiram que entrasse em nosso meio? – Perguntou ela ainda incerta.
Will soltou o cabo da espada em seguida ficou ereto.
- Porque eu contrabandeei armas e alimentos do mar negro. Espadas, lanças elmos...
- Hum... – Sibilou Leslie já sabendo disso. – Ótimo, e como encontrou rochosas?
- Um mapa, um mapa raro. – Disse Will.
Leslie cerrou os olhos. Em seguida andou o palanque.
- O seu mapa, devia ser bem raro, Rochosas não está em nenhum mapa de reinos ou mapas antigos. – Disse ela. – Meu pai e minha mãe me certificou disso antes de falecerem. Você sabe quem reina aqui agora, não sabe?
Will assentiu que sim.
- Sim, você reina. – Disse ele.
Leslie riu, um riso superior.
- O que quer além de duelar comigo? Você foi o vencedor do duelo essa noite, embora fosse bastante rápido, você venceu mesmo assim, escolha o que quiser que os homens da festa lhe darão. – Disse ela e voltou ao seu trono, mas não se sentou, apenas se posicionou diante dele.
Will sorriu, não um sorriso grato e sim um sorriso esperto, Leslie franziu o rosto para ele, continuava séria, não via graça, nem ela e nem a multidão no salão.
- Qual é a graça?
- Não há graça, Leslie. – Disse ele. – Eu quero um acordo com você.
- Acordo? Como assim acordo? Você é burro?
E alguns atrás de Will começaram a rir baixo. Will revirou seu olho branco esquerdo e logo se ajoelhou diante aos pés de Leslie, ele pegou o cabo e segurou firme entre as duas mãos, era como uma referência.
- Quero protege-la. Você é a rainha de Rochosas, é a comandante e líder, e um dos herdeiros do continente Whogthon de tamanha importância.
Leslie gargalhou zombando de Will e todos atrás dele também começaram a rir.
- Não preciso de sua proteção, Will, fui treinada, minha mãe também me certificou disso, antes de morrer. – Disse ela.
Will guardou sua espada em seguia se levantou.
-Não importa a quão corajosa e brava você seja, rainha Leslie, você estará em perigo. – Disse ele calmo. – Eu posso te proteger como ninguém mais a protegeu.
Leslie voltou a gargalhar dele. Ela era a melhor de todos ali, esse Will era maluco, queria duelar contra ela, mas agora quer protege-la? Todos começaram a gargalhar chacoalhando seus copos de bebidas.
- Sinto muito, eu sei muito bem me proteger sozinha, Will Tiram. – Disse ela ainda rindo dele.
Will voltou a sorri, de novo aquele sorriso esperto, Leslie desmanchou o seu em seguida contraiu a mandíbula.
- Qual é a graça a gora? – Perguntou.
Todos ali pararam de rir assim que ela perguntou. Will abriu a boca mas hesitou, em seguida disse:
- Você esqueceu de me perguntar qual coisa valiosa ela encontrou a ponto de ser sentenciado ao mar negro por isso. – Disse ele. – Acontece que eu tenho algo que todos de Whogthon impressionariam.
- E o que é?
- Eu tenho o famoso tal livro dos herdeiros, um dos livros enterrados pelos sete magos. – Disse ele sorrindo.
E Leslie franziu o cenho, no mesmo instante todos da festa deixaram seus copos de bebidas caírem sobre a mármore do salão derramando o vinho escarlate. Will agora estava erguendo seu queixo.
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AS CRÔNICAS DOS HERDEIROS DE HARTERF - A espada de gelo
FantasyINCANDESCENT DARKINESS A crônica de fantasia, mistério e intriga que oferece um romance e uma aventura que clama uma futura guerra que assombrará a todos desse mundo! A ESPADA DE GELO Depois de séculos, Whogthon se tornou o país mais sangrento que e...