⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐅𝐎𝐔𝐑:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐀 𝐁𝐔𝐒𝐂𝐀 𝐏𝐄𝐋𝐎
⠀⠀⠀⠀⠀⠀𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎O começo de outono veio em uma segunda-feira, trazendo consigo folhas secas e alaranjadas. Era dia de trabalho e eu decidi não faltar daquela vez. Não me importei com os descontos no meu salário, muito menos com as contas atrasadas sobre a mesinha no centro da sala. Era irrelevante, algo até banal, já que eu não passaria mais tanto tempo em vida.
As minhas refeições diminuíram de tamanho, algo resumido em cereal, iogurte ou sorvete, e eu perdi alguns quilos. Minha aparência estava horrível e eu era uma completa zumbi. A noite passada parecia mais um pesadelo, mas resolvi fazer o que Harry pediu, portanto tentei não pensar muito sobre.
O dia amanheceu comumente, não ouvi a porta ser arrombada com um bando de policiais armados prontos para me levarem a uma cela, ou uma multidão de pessoas com armas e facas berrando e me chamando de assassina. Harry ainda estava comigo e eu me senti melhor, porque eu não estava sozinha e abandonada.
Na saída para o trabalho, percebi as ruas desertas. Eu até dei uma olhada para a casa da Sra. Howell antes de entrar no carro, mas tudo estava tão normal quanto antes. Uma boa parte dos gatos dela, na verdade, se encontrava do lado de fora da residência. Me mantive controlada ao perceber que alguns deles estavam com manchas vermelhas nos pelos.
Era sangue.
Também ignorei seus olhares atenciosos e desconfiados em mim, eram apenas animais, não podiam me denunciar.
Ao entrar no hospital, fui à sala dos funcionários e me preparei. Segui até a cozinha sem falar com ninguém, porém atenta a quem estava ali. Lewis observava o cardápio dos pacientes e, quando pensei em lhe dar bom dia, lembrei novamente de quando o vi na casa de Henry. Havia uma mancha roxa bem na parte superior de sua bochecha, o que me fez estranhar.
— Oi, Melissa — falou ele, antes que o meu cérebro processasse qualquer coisa —, que bom que está de volta. — Lewis me deu um sorriso e eu acenei para alguns dos outros funcionários, que também estavam ali.
— Não é por nada, não…, mas o que aconteceu com o seu rosto? — eu quis saber, muito curiosa. — Andou brigando com alguém, Lewis?Depois da pergunta, ele ficou rígido e tirou o sorriso do rosto, para depois pôr a mão sobre a mancha roxa.
— Ah…, isso? — perguntou, a voz trêmula. — Não foi nada, apenas tive um desentendimento com um… com o meu irmão.
— Eu não sabia que você tinha um irmão. — Não pus um tom de desconfiança, apenas peguei os legumes que estavam dentro de uma das três geladeiras.
— É, eu tenho — respondeu Lewis, enquanto preparava uma panela cheia de suco de groselha. — Ele acabou falando o que não deveria falar e eu não me controlei.Evitei pensar que Henry tivesse a ver com aquilo, mas foi inevitável. Ele escondeu coisas de mim e ainda disse que ele e o irmão se gostavam, que Anne e Harry tinham uma péssima relação… Pelo que vi, estava claro que ele não gostava do irmão mais novo. Henry não se preocupou em deixar os policiais procurarem o corpo dele apenas por desprezo, ele detestava falar no nome do Harry e geralmente mudava de assunto. Aquilo com certeza não tinha a ver com sofrimento ou saudades.
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hope • hs | book 1 (CONCLUÍDO)
Fiksi Penggemar■ ʟɪᴠʀᴏ 1 Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita. Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...