■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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O beijo era bem intenso, mas não de um jeito que me fizesse querer continuar. Henry tinha pressa e aquilo tirou muito do meu fôlego. Ainda assim, tentei continuar e busquei senti-lo ao máximo. Suas mãos me puxavam pela cintura e meus dedos corriam pelos seus cabelos. Pelo jeito ele não estava confuso como eu havia pensado e gostava de mim de verdade.
Só que... havia alguma coisa fora do lugar, algo que eu resolvi acreditar que tivesse relação comigo.
Mas e se, por acaso, eu aceitasse ficar com ele?
E se eu desabafasse?
Parei de beijá-lo por falta de oxigênio e, ainda de olhos fechados, permaneci próxima dos seus lábios. — Eu sei que talvez eu esteja indo rápido demais... — sussurrou, depois segurou as minhas mãos —, mas me dê só uma chance, Melissa. É só disso que eu preciso.
Aquela mesma sensação voltou e eu já sabia do que se tratava. Harry estava por ali mais uma vez… Resolvi abrir os olhos e encarei Henry. Logo atrás dele, no entanto, percebi o seu irmão. O desespero me preencheu e o meu coração começou a palpitar mais rápido. Evitei olhar o espírito, a fim de que Henry não pensasse que eu estava louca, mas não consegui me acalmar. — Não faça isso, Melissa — pediu Harry, a voz muito baixa e com um certo tom de…. desespero?, algo que eu nunca havia presenciado. — Por favor, é a única coisa que eu imploro. — Sai! — exclamei, pondo as mãos na frente dos olhos e sentindo que eu começava a me descontrolar. Foi então que eu senti a mão de Henry no meu braço, que me ouvia e pensava que eu estava falando com ele. — Me desculpa, Melissa — falou ele, rapidamente —, eu não consegui me controlar. Tente me entender, por favor. Sinto que estamos mais próximos e eu não posso simplesmente ignorar isso. — Se aceitar o pedido dele, vou fazê-la se arrepender... — Harry voltou a falar, mas daquela vez eu senti a ameaça e a fúria contaminarem todo o ambiente, bem mais forte. Percebi o tom de sua voz se tornar mais alto, à medida que eu me afastava de Henry aos poucos. Eu não queria que ele corresse um risco de vida, porque este não merecia todo aquele ódio. — Vamos, sai de perto dele!...
Senti o rosto molhar e percebi que eu não aguentaria mais toda a pressão. Eu só queria pôr pra fora tudo o que andava acontecendo comigo naqueles últimos dias, e nem isso eu podia fazer. — Não, não se aproxime — mandei, assim que percebi Henry andando até mim. Ele pareceu triste e aquilo só doeu mais no meu coração. O espírito de seu irmão continuava atrás dele, lhe observando, como se se alimentasse do que eu havia o feito sentir naquele instante; como se se alimentasse da tristeza que eu estava fazendo-o passar. Afinal, que tipo de pessoa eu era? Se eu aceitasse ter uma relação com Henry, tudo poderia piorar, e não era o que eu queria. — Eu vou embora…, e não venha atrás de mim. — Assim, antes que Henry dissesse alguma coisa, saí do consultório o mais rápido possível. — Melissa, aonde vai?! — Lewis havia perguntado, assim que passei correndo por ele. Ignorei a expressão dos outros funcionários e apenas deixei a minha adrenalina tomar conta de mim.