■ ʟɪᴠʀᴏ 1
Melissa Lee sofre com um dom de ver espíritos e sua vida se resume em trabalhar num lugar para loucos, buscando ter a sanidade mental e morando com um pai que a rejeita.
Harry Styles é um rapaz que começa a fazer parte da vida de Melissa...
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O corpo ensanguentado da Jade se encontrava a alguns metros de mim, enquanto ela ainda agonizava, pedindo por ajuda com sussurros engasgados. Ela me chamava, implorava para que eu a ajudasse… Só que eu não poderia fazer aquilo.
Eu estava suja com o seu sangue, exatamente na cena do crime e com a arma do crime. O tempo da Jade havia acabado e o meu também já estava se esgotando. No fim, eu me aproximei e a observei. Ela me olhou de volta e, aos poucos, sua respiração se ia, suas lágrimas secavam e enfim ela morria. — Me desculpe por isso, Jade — repeti, sem emoção. Em seguida, peguei a faca, guardei o objeto sujo dentro da bolsa e passei a correr, atenta a qualquer movimento à minha volta.
Quando cheguei à avenida da casa da Jade, percebi George do lado de fora. Ele estava com o celular no ouvido e parecia preocupado. Também me preocupei, afinal de contas, eu não poderia passar por ali e ir em direção ao meu carro. Assim, segui pela outra rua e procurei algum atalho para encontrar o veículo.
Perdi mais tempo daquela forma, o que me deixou tensa. Contudo, nada pareceu fora do lugar e eu já estava conduzindo de volta para casa. Assim que cheguei, corri direto para o banheiro, a fim de me lavar e de tentar me livrar daquele ser humano ruim que eu me tornei. O mundo estava sujo e eu havia me sujado junto com ele. Eu me tornei tão repugnante quanto os espíritos que me atormentaram. Logo fiquei tão mau quanto eles.
E eu tive certeza daquilo depois de notar que eu não estava arrependida de ter matado Jade. Ela foi uma amiga, trabalhou comigo durante um tempo, comprou presentes no meu aniversário, me abraçou e sorriu para mim, me tratou como alguém que merecia carinho, me deu o seu ombro nas vezes em que eu simplesmente chorava e não lhe dizia qual era o meu problema. No entanto, eu tinha ignorado todas aquelas coisas e simplesmente tirei o seu bem mais precioso. Eu interrompi a sua vida, algo que ela tanto prezava, e eu traria sofrimento para as pessoas que a amavam.
E eu nem sentia nada.
Assim que terminei de lavar toda aquela ruindade, o vapor levando consigo aquele meu sentimento ruim, passei a me olhar no espelho embaçado. Uma assassina… E eu estava disposta a não ir trabalhar no dia seguinte, simplesmente porque não aguentaria lamentações no hospital.
Eu também estava disposta a usar aquele dia para ganhar forças e energias, porque na próxima noite eu iria até o cemitério local. Não deixei de notar o pressentimento ruim, pois algo aconteceria, só que eu não sabia o que era.
Ao me vestir e deitar na cama, passei a observar o meu teto. Não demorou até que eu sentisse o peso de todas aquelas mortes sobre o corpo. Eu ouvi choros, lhes ouvi perguntando o porquê, e então eu passei a chorar junto com eles, me sentindo tóxica e deprimida. Eu nasci para um destino horrível. Onde estavam as almas boas? Onde estava a bondade?