Destiny foi embora e me deixou lá. Simplesmente isso.
Na hora, não senti raiva, mas depois, foi a única coisa que senti. Quem aquela garota achava que era para fazer aquilo?
-Ei, cara. O que você fez para ela? -Jason perguntou.
Já havia passado uma semana e nada comentamos sobre minha saída com ela. Eu, como um bom rancoroso, nem a olhava ao passar na rua.
-Eu? Pergunte a ela o quê ela fez! -Respondi na defensiva.
-Ela disse que eu deveria perguntar a você.
-Eu odeio aquela garota. -Resmunguei.
-Para com isso, Alex. O que fez para a garota? -Ele falou sério.
-Nada, o ex namorado dela apareceu e depois caiu fora, ai eu fui fumar e ela surtou e saiu andando. E me deixou lá. Sozinho. -Meu irmão passou a mão no cabelo.
-Você ia fumar do lado dela? -Eu assenti. -Você devia pedir desculpas, cara.
-E por qual motivo eu faria isso? Por que ela é uma mimadinha que se revolta quando as coisas não são como ela quer? -Falei me levantando da cama e exaltando um pouco a voz.
-Na verdade, quem é assim é você. -Ele disse e saiu.
Eu odeio essa garota. Eu odeio essa garota. Eu odeio essa... Meu telefone tocou.
-Alex, já está chegando na faculdade? Não vamos a aula hoje, Matthew e a namorada terminaram.
-Vão sair?
-Vamos a uma lanchonete, quer ir? -Victor perguntou.
-Certo, encontro vocês na padaria perto da minha casa.
Adivinha qual era a lanchonete.
Exatamente.
E ela estava lá.
-Bom dia, garotos, desejam realizar o pedido agora? -Ela perguntou sorrindo e olhando de rosto em rosto até chegar no meu.
Seu sorriso diminuiu e ela olhou para a pequena caderneta que segurava.
Fizemos nossos pedidos e assim que ela saiu, os comentários começaram.
-O que foi isso? Meu Deus, Alex! -Fred falou rindo.
-Isso o que? -Perguntei tirando o olhar dela e olhando diretamente para ele.
-Você e a garçonete. Que climão foi esse? -Gustavo falou.
-ah, isso... Nós só não nos damos bem -Falei balançando os ombros.
-Motivo? -Victor questionou.
-Nenhum.
-Cara, parecia que ela ia subir na mesa para te enforcar ou que você levantaria para atirar na cabeça dela. -Matthew riu.
-Não seria nada mal ela na mesa. -Gustavo falou e eu revirei os olhos.
-Já que não tem motivos, podemos chamar ela para sentar conosco. -Fred falou. -O quê acha, Alex?
Eu o olhei feio, mas logo respondi:
-Sem problema algum.
Quando os pedidos ficaram prontos, vi Destiny pedindo ao outro garçom que trabalhava ali para que nos trouxesse.
-Pode chamar a funcionária ruiva, por favor? -Fred pediu e o garçom assentiu.
Ela veio acompanhada dele um tempo depois.
-Pois não? -Ela perguntou.
-Sente e coma conosco. -Matthew convidou.
-Eu estou trabalhando, senhor.
-Eu posso cobrir seu turno por uns minutos, Des. -O outro funcionário disse e saiu andando.
Ela, notavelmente fora de sua zona de conforto, sentou-se no único lugar da mesa disponível, ou seja, ao meu lado.
-Então, moça bonita, qual seu nome? -Gustavo perguntou.
-Azar. -Falei ríspido com os braços cruzados e os meninos me olharam, assim como ela, que balançou a cabeça.
-É Destiny. -Os meninos riram. -É sério. -Ela falou ainda mais desconfortável.
-Oh, é criativo! -Matthew falou e eu ri, esses garotos eram ridículos.
Ela encostou na cadeira e os meninos continuaram fazendo perguntas a Destiny. Então, alguns minutos depois, os garotos e ela conversavam animadamente enquanto eu, apenas fazia breves comentários.
-Destiny, a contratei para trabalhar, não para ficar de conversa fiada. -Uma mulher alta, loira e com idade próxima aos 45 anos.
-Sim, senhora, desculpe. -Ela se levantou e voltou ao trabalho.
-Gostei dela. -Matthew afirmou e os meninos concordaram.
-Ela não parece ser como as outras. -Fred disse e eu apenas dei de ombros.
Eles não viam as mulheres como mulheres, mesmo assim, ainda eram meus amigos.
Mais umas semanas se passaram e eu não vi mais Destiny desde aquele dia.
Finalmente meus pais compraram meu carro, já que antes me achavam irresponsável para possuir um, o que obviamente eu achava ridículo.
Eu e os garotos passamos a discutir sobre alguns assuntos, por exemplo, garotas sairem beijando quem elas quiserem, é um direito delas, elas são livres, mas aparentemente eles não entendiam isso.
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O Destino do amor
RomanceEu sempre me perguntei se teria sido diferente. Talvez se eu tivesse acordado um pouco mais cedo, ou arrumado o cabelo mais rápido. Se não tropeçasse na ração do cachorro e tivesse reclamado tanto. Poderia ter sido diferente. E eu não consigo parar...