Acordei no meio da noite com um abafamento terrível.
O tal abafamento não era consequência de kyn estar dormindo sobre o meu peito, nao, era outra coisa.
Aquela velha sensação de insegurança me dominava.
Eu respirava ofegante e ouvia aquele zunido incomodo dentro da minha cabeça.
Sentia um aperto muito grande na cabeça e parecia ouvir vozes vindas do corredor.
As vozes na verdade eram choros de criança.
Choros agudos como os de bebê.
Meus olhos foram atraídos para o teto do quarto e mesmo no escuro eu pude ver no meio da bela pintura do jardim do Éden, a frase " a criança está morta " se formar com aquela cor de carvão muito negro.
Eu podia ouvir o som de lapis escrevendo e observava tudo aquilo estupefato mais parecendo em transe.
Eu suava muito e comecei a tocar trêmulo devido ao medo que se instalou dentro de mim.
Os choros se intensificaram de tal forma que eu não suportava mais ouvi - lo.
Coloquei as maos nos ouvidos e levantei da cama.
Caminhei devagar até a porta e a abri.
Queria espantar aquilo pois me encomodava muito.
Mas ao abrir a porta eu não via nada.
Não havia ninguém ali.
Mas o choro persisitia e aí percebi que ele vinha de um dos quartos.
Ainda com as mãos nos ouvidos e com muito medo caminhei no corredor lentamente encostando o ouvido em cada porta pra ver de onde vinha o som.
Não vinha do último.
Nem do vizinho.
Não vinha do antepenúltimo.
Nem do vizinho.
Não vinha do segundo.
Era do primeiro.
Quando encostei os ouvidos na porta o choro pareceu aumentar ainda mais.
Estava ofegante, com medo, mas queria saber se havia veracidade no que kyn me dissera sobre eu ter um don, e as visões que via serem o caminho que me conduziria ao meu propósito.
Eu tinha que saber.
Além disso, quanto antes começasse, mais rápido iria acabar com aquela loucura.
Nao poderia viver para sempre sendo atormentado por alucina... visões doentias e perturbadores.
Girei a maçaneta e empurrei a porta que se abriu completamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anjos Rebeldes
FantasySinopse. Kay Whitford é um adolescente esquizofrênico de 17 pra 18 anos que está no último ano do ensino médio. Devido a sua condição mental que por si só já lhe causa muito sofrimento por lhe proporcionar uma percepção fragmentada da vida e t...