Não dormi a noite inteira.
Fiquei sentado na escrivaninha fitando os desenhos de kyn.
As lembranças me inundavam.
Minha irmã ?
Meu Deus.
Como ?
Quer dizer por que ?
Por que ela não me contou.
Eu sinto nojo.
Eu transei com a minha irmã.
Droga.
Estava irritado.
Irritado com kyn.
Ela me sacaneou.
Que raiva.
Que raiva.
E o pior, eu estava mal.
Estava ficando pior a cada hora.
Eu não sei o que tinha.
Sentia dor.
Uma dor lá dentro.
Emocional.
E estava fraco fisicamente.
Anêmico.
Não consegui fazer Muita força.
Ela me contaminou com algo.
A minha energia vital, ela roubou a minha energia vital.
Diaba sexual desgraçada.
Traidora.
Duas caras.
Falsa.
Eu queria ter a oportunidade de poder bater de novo nela.
Eu iria bater tanto mas tanto...
Eu iria mata-la.
Me sentia muito fraco.
Pra respirar era difícil.
Pra caminhar ou até mesmo levantar um membro do corpo.
Era terrível.
Me sentia muito gelado.
Muito gelado mesmo.
Que droga.
O que eu fiz com a minha vida ?
O que aquela vaca fez com a minha vida ?
Eu me levantei e caminhei até a vitrola.
Tirei " Nevermind " do Nirvana botei na agulha.
O som de " Smels like teen spirit" encheu o quarto.
Aumentei no último.
Respirei fundo.
Juntei todas as forças que ainda me restavam e parti pra cima.
Passei a quebrar o quarto inteiro.
As estantes nas paredes, o guarda roupa, a escrivaninha, os balcões... tudo.
Quebrei tudo.
Gritando e dançando ao som da música.
Precisava por a raiva pra fora.
Fiz do quarto um lixao, não ficou ali pedra sobre pedra.
Uma meia hora depois quando terminei a obra, eu estava exausto.
Me joguei em cima de uma pilha de roupas e descansei ofegante enquanto tocava " In the way ".
A música foi o estimulante que me ajudou a me acalmar.
Eu estava com muita raiva.
Muita.
Era estranho.
Aquele misto de sentimentos negativos.
Eu queria sair dali.
Daquele abismo emocional.
Mas a raiva persistia em se manter ali, dentro de mim.
Depois de um tempo levantei e caminhei até o corredor.
Eu fitei a porta do único quarto que eu não tinha entrado ainda.
A raiva se misturou a curiosidade.
Eu girei a maçaneta da porta e nada de abrir.
Tentei de novo e de novo e de novo e nada.
Então tomei distância e arrombei.
O quarto era escuro.
Apenas escuridão.
Um breu total.
Mas esse escuro era diferente, tinha textura, era palpável.
Eu podia Toca-la.
Eu Estava dominado pela raiva, louco pra resolver aquilo de uma vez.
Então eu vi.
Eu vi a reprodução do acidente de meus pais.
Vi cena por cena.
O quarto pareceu se tranformar em um grande telão de cinema 3D, e eu vi tudo.
Vi o carro de meu pai na estrada.
Vi os dois ali dentro sorridentes.
Vi eles se aproximando da parte da pista em que o carro derraparia.
Eu vi algo no meio da pista.
Era uma névoa.
Tinha forma humana.
Era branco, brilhava.
Eu vi essa coisa se colocar na frente do carro a algums metros de distância.
Essa coisa pareceu derreter no chao e se dissolveu em líquido.
Foi ai que o carro derrapou em cima daquilo, e percorreu 15 a 30 metros derrapando até bater contra o paredao de pedra na lateral interior.
O carro foi efsmagado.
Destruído.
Acabou.
Aquela coisa no chão voltou a se erguer e eu vi quem era.
Era o anjo que vira nas outras visões.
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Anjos Rebeldes
FantasíaSinopse. Kay Whitford é um adolescente esquizofrênico de 17 pra 18 anos que está no último ano do ensino médio. Devido a sua condição mental que por si só já lhe causa muito sofrimento por lhe proporcionar uma percepção fragmentada da vida e t...