Cap. 90 sábado

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Não dormi a noite inteira.

Fiquei sentado na escrivaninha fitando os desenhos de kyn.

As lembranças me inundavam.

Minha irmã ?

Meu Deus.

Como ?

Quer dizer por que ?

Por que ela não me contou.

Eu sinto nojo.

Eu transei  com a minha irmã.

Droga.

Estava irritado.

Irritado com kyn.

Ela me sacaneou.

Que raiva.

Que raiva.

E o pior, eu estava mal.

Estava ficando pior a cada hora.

Eu não sei o que tinha.

Sentia dor.

Uma dor dentro.

Emocional.

E estava fraco fisicamente.

Anêmico.

Não consegui fazer Muita força.

Ela me contaminou com algo.

A minha energia vital, ela roubou a minha energia vital.

Diaba sexual desgraçada.

Traidora.

Duas caras.

Falsa.

Eu queria ter a oportunidade  de poder bater de novo nela.

Eu iria bater tanto mas tanto...

Eu iria  mata-la.

Me sentia muito fraco.

Pra respirar era difícil.

Pra caminhar ou até  mesmo levantar um membro do corpo.

Era terrível.

Me sentia muito gelado.

Muito gelado mesmo.

Que droga.

O que eu fiz com a minha vida ?

O que aquela vaca fez com a minha vida ?

Eu me levantei e caminhei até  a vitrola.

Tirei " Nevermind " do Nirvana botei na agulha.

O som de " Smels  like  teen  spirit" encheu o quarto.

Aumentei no último.

Respirei fundo.

Juntei todas as forças  que ainda me restavam e parti pra cima.

Passei a quebrar o quarto inteiro.

As estantes nas paredes, o guarda roupa, a escrivaninha,  os balcões... tudo.

Quebrei tudo.

Gritando e dançando  ao som da música.

Precisava por a raiva pra fora.

Fiz do quarto  um lixao, não ficou ali pedra sobre pedra.

Uma meia hora depois quando terminei a obra, eu estava exausto.

Me joguei em cima de uma pilha de roupas e descansei ofegante enquanto tocava " In the way ".

A música foi o estimulante que me ajudou a me acalmar.

Eu estava com muita raiva.

Muita.

Era estranho.

Aquele misto de sentimentos  negativos.

Eu queria sair dali.

Daquele abismo emocional.

Mas a raiva persistia em se manter ali, dentro de mim.

Depois de um tempo levantei e caminhei até  o corredor.

Eu fitei a porta do único quarto que eu não tinha entrado ainda.

A raiva se misturou a curiosidade.

Eu girei a maçaneta  da porta e nada de abrir.

Tentei de novo e de novo e de novo e nada.

Então tomei distância e  arrombei.

O quarto era escuro.

Apenas escuridão.

Um breu  total.

Mas esse escuro era diferente, tinha textura, era palpável.

Eu podia Toca-la.

Eu Estava dominado pela raiva, louco pra resolver aquilo de uma vez.

Então eu  vi.

Eu vi a reprodução  do acidente de meus pais.

Vi cena por cena.

O quarto pareceu se tranformar em um grande telão de cinema 3D,  e eu vi tudo.

Vi o carro de meu pai na estrada.

Vi os dois ali dentro sorridentes.

Vi eles se aproximando da parte da pista em que o carro derraparia.

Eu vi algo no meio da pista.

Era uma névoa.

Tinha forma humana.

Era branco, brilhava.

Eu vi essa coisa se colocar na frente do carro a algums metros de distância.

Essa coisa pareceu derreter no chao e se dissolveu em líquido.

Foi ai que o carro derrapou em cima daquilo, e percorreu 15 a 30 metros derrapando até  bater contra o paredao de pedra na lateral interior.

O carro foi efsmagado.

Destruído.

Acabou.

Aquela coisa no chão  voltou a se erguer e eu vi quem era.

Era o anjo que vira  nas outras visões.

Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora