Cap. 99

7 0 0
                                    

Estou sentado na poltrona da sala em frente a lareira faz duas horas e nenhuma notícia.

Se minha avó  tivesse a encontrado já teria voltado.

Ela pode estar morta a essa altura.

são 11:00 da noite.

E eu estou morrendo também aos poucos.

Ouço  meu coração bater lentamente.

Uma batida a cada dois segundos.

Situação crítica.

Não consigo  levantar o braço  sequer para colocar lenha na lareira que já está se apagando.

Que maravilha é  a minha unica fonte de luz as lâmpadas estão apagadas.

E não vou conseguir me levantar para acende- las.

Fico ali me preparando para a morte.

Pensando em como realmente  deve ser a vida do outro lado, se é que realmente  exista uma.

Estou perdido em meus pensamentos quando minha avó  entra em casa empurrando a porta com tudo.

Ela carrega kyn nos braços.

Viva.

Ela está toda suja.

Seus cabelos, suas roupas, seu rosto, tudo.

Suja de algo que parece ser sangue.

Esta descascando.

A pele de seu rosto  e pescoço  descasca literalmente revelando outra camada de carne embaixo dela.

Esta murchando.

Se desintegrando.

Esta magra de mais.

Com os olhos mortos, escuros.

Descabelada.

O rosto branco como a neve e os lábios murchos.

Esta machucada também

Parece que saiu de uma briga.

- kyn...

Eu Murmuro mas não consigo me levantar nem me mover.

Ela ao me ver sai do apoio de minha avó  e corre até  mim tropeçando.

Se joga em meu pescoço  e chora.

- eu sinto  muito.

Ela diz.

Eu choro com ela.

- eu te amo kyn.

Digo.

Ela chora eu choro.

Depois de um tempo.

Ela tira um frasco do bolso as pressas.

Anjos RebeldesOnde histórias criam vida. Descubra agora