Peso na consciência

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Quando acordei, esperava vê-lo mas em vez disso, deparei-me com um médico que me sorriu. Segurando o meu pulso, acabava de verificar o meu estado de saúde.

- Como se sente?

- Fraca… - Murmurei. – Onde está…?

- O seu marido foi ver o seu pai, mas não tarda nada deve estar aqui outra vez.

- O meu pai? O que se passa?

- Calma, preciso que não fique nervosa. – Disse, pousando a mão sobre o meu ombro. – O seu pai teve uma crise de ansiedade, apenas isso. Está só em observação mas está tudo bem e daqui a nada, vai poder vir vê-la também.

Suspirei de alívio.

- Ainda bem…

- Há outro assunto que queria tratar consigo e com o seu marido mas visto que ele ainda não está presente, começo as perguntas por si. Sabe que está numa condição especial há cerca de duas semanas?

- Condição especial? – Perguntei sem perceber.

Ele sorriu.

- Quando foi a última vez que teve a sua menstruação? Não está atrasada?

- Sempre fui muito irregular mas…

- Pois mas neste caso, a irregularidade vai prologar-se no tempo. – Abriu um sorriso mais largo. – Parabéns, está à espera de um herdeiro.

O cansaço ausentou-se naquele instante, tentei sentar-me não conseguindo conter a surpresa.

- Tem a …?

- Certeza? Sim, confirmei o resultado das análises ainda há pouco. Desconfiei que as suas tensões estivessem demasiado alteradas, ainda que a situação fosse perigosa. Além disso, um dos raptores capturados disse que se queixou imenso de dores no estômago enquanto lá esteve.

- O Carlos… - Murmurei ainda em estado de incredulidade.

- Nomes, eu não sei mas alguém disse e quis despistar qualquer problema de saúde que tivesse e isto levou-me a descobrir a sua gravidez.

- Por favor, não conte ao Dinis.

- Quer ser você a contar-lhe? Eu entendo.

- Ah, sim…

- Como é a sua primeira gravidez, penso que lhe darei alguns conselhos ainda que alguns sejam para seguir à risca para evitar mais vindas do que as necessárias cá ao hospital.

- Vou precisar voltar cá? – Perguntei, ainda atordoada com as notícias.

- Claro. Precisamos acompanhar a sua gravidez para garantir que está sempre tudo bem consigo e claro, com o menino ou menina que está aí.

Assenti, recostando-me um pouco. Coloquei ambas as mãos sobre o meu ventre, sorrindo de leve. Retirei-as de imediato, assim que vi o Dinis entrar no quarto. Ele acercou-se rapidamente, sentando-se na beira da cama.

- Como estás? Mal posso acreditar que te pus novamente numa situação destas em que acabas no hospital. – Disse, acariciando o meu rosto.

Vi o médico sair do quarto, após deixar escapar mais um sorriso.

- Estou bem e não te culpes… ninguém podia imaginar que ela pudesse fazer algo assim. Por falar na Liliana, onde…

- Está presa. Recebeu os cuidados médicos e foi directa para a cadeia de onde espero que nunca mais volte a sair.

- E o… os outros que estavam com ela?

- Pelos vistos, foram todos apanhados.

- Estou a ver. Até mesmo o Carlos?

SentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora