E um dia tinha se passado, quando me levantei da cama, meu plano era que ia ser diferente. Eu ignoraria a dor, esqueceria Marcos tão rápido quanto um piscar de olhos, mas não. Lá estava eu encolhida na cama, com um turbilhão na cabeça. Tive que dá uma desculpa para meu de não querer ir a aula, ele não perguntou muito, e agradeci.
Olho a hora no meu despertador e já passavam das 2 horas da tarde. Combinei que Lin viria aqui, talvez a essa altura ele já soubesse o que havia acontecido. Afinal toda as escola estava naquela festa.
Meia hora depois minha campainha toca e desço para atender.
Assim que pego na maçaneta recuo, e Marcos vem em minha mente.
Meu pai disse que ele veio hoje pela manhã e lhe deu a mesma desculpa que eu dei a ele, e o pensamento de abrir a porta e dá de cara com Marcos faz meu coração palpitar. Olho no olho magico e Lincon estava com a cabeça baixa mexendo no celular.
A respiração que nem sabia que estava prendendo solta em alivio.
Abro a porta e ele ergue a cabeça.
-Beca. - ele diz com uma voz terna.
-Oi. - falo sem emoção.
-Você está bem?- ele diz entrando e fechando a porta atrás de si.
-Você já sabe?
-Bom, a noticia de você sair correndo depois de ver Marcos com outra no colo meio que se espalhou rápido.
-Ótimo. Era tudo que eu precisava. - sento no degrau da escada. - A Mili sabe?
-Ela não apareceu hoje, grande parte das pessoas não aparecerem sinceramente.
Olho curiosa Lincon se senta do meu lado passando o braço envolta do meu ombro.
-Nem ele ? - ele negou com a cabeça.
-Quer dizer... - ele enrola um pouco antes de falar.- Ele foi, mas apenas para te procurar. Ele entrou e logo foi embora.
Abaixo os olhos e imagino ele me procurando nas salas, na biblioteca e depois vindo até aqui.
-Querida, não tem que se sentir assim...
-Não tenho? - digo com amargo. - Como se eu quisesse me sentir dessa maneira.
-Eu sinto tanto, odeio não tiver ranzinza e reclamando de tudo. Esse você triste não é minha preferida.- Eu riu do seu comentário bobo. -Você vai a formatura amanhã?
-Não sei se é uma boa idéia. - ele me olha perplexo.
-É uma ótima idéia. Você precisa se animar, não pode deixar aquele badboy te deixar assim. É a sua formatura, você estava tão animada. Vamos... - ele diz com a voz manhosa e me olha como se tivesse caído do caminhão de mudança.
-Por favor... -Não respondo. - Por favorzinho...
Ele insiste até eu dizer sim.-Mas se algo acontecer e eu não gostar eu vou embora.
-Sim senhora.
-E se eu quiser ir embora você não vai me impedir.
-Com certeza.
-Tá.
-Que tal pedirmos uma pizza? - ele diz animado.
-Estou morrendo de fome. - fico feliz por Lincon ficar e me deixar instantaneamente melhor.
Ele pediu a pizza e não demorou muito para chegar comi até não aguentar mais, não tinha me dado conta do quanto estava faminta.
Já passavam das oito da noite e Lincon se preparava para ir embora.
-Tem certeza que não quer que eu fique? -Ele perguntou.
-Tenho, aliás seu namorado não te deixa em paz, melhor você ir ou ele vai enlouquecer.
-Tudo bem, qualquer...
-Eu ligo. - interrompo. - Já sei. Você já disse isso.
Nos despedimos na porta e ele foi. Fiquei um tempo observando a rua, me senti um pouco solitária depois que Lincon saio.
E todo sentimento de dor voltou.
Eu fechei a porta e lutei contra as lágrimas. Senti um nó na garganta que doia.
Então o "toc-toc" na porta soa e assim que vou para abrir alguém fala.
-Rebeca, por favor abra. - O som da voz de Marcos me paralisa. -Precisamos conversar sobre o que houve.
Tampo minha boca com a mão para abafar algum barulho, ou simplesmente para me evitar de responder.
Novamente ele bate na porta.-Eu sei que está aí. Vi você se despedir do Lincon. - ele estava me observando? - Eu sinto muito. Não queria que visse aquilo.
Rolo os olhos.
Essa foi sua melhor fala, sério?
-Você entendeu tudo errado. Viu tudo errado. -Sua voz pragueja.
Minha vontade foi de responde-lo e dizer tudo que estava engasgado, mas não fiz e nem vou.
Só quero que ele vá embora.-Por favor fale comigo pelo menos. - suspiro levemente. - Eu vou estar no pomar amanhã as 20, me encontre lá. - Silêncio. - Ao menos para eu poder explicar.
Fico alguns minutos encarando a porta fechada e quando me dou conta que ele já foi, meu olhos se molham e vou para meu quarto.
Ele tinha que estragar tudo de novo.Eu estava indo bem, ele tinha que aparecer e dizer aquilo.
Por quê?
O que ele quer de mim?
Ele já não teve tudo que queria ?Eu estou tão confusa, completamente fora de mim, e quando acho que tudo vai bem um furacão me fere de tantas maneiras que eu nunca imaginaria.
Eu já sofri, mas foi um sofrimento diferente, o que me fez pensar que qualquer sofrimento é igual e suportável?
O problema é que cada avalanche tem uma destruição diferente.
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Simplesmente Uma Paixão Vol. 1
RomanceRebeca Timberg é uma jovem de 17 anos, determinada, obstinada, linda e inteligente, que viajou para vários lugares por conta de seu pai, mas nenhum lugar vai ser tão interessante como New York. Ela nunca se apaixonou, nunca se permitiu amar alguém...