• thirty eight •

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Aconselho vocês lerem com umas musicas bads tocando, tipo The Scientist do Coldplay (na mídia)
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Foi tudo tão difícil. E provavelmente não só à mim.

Os sorrisos amarelos, as lágrimas falsas. Tudo. Toda aquela encenação artificial para parecer que iam sentir minha falta.

Mas tinha um ar puro ali, que salvava o resto.

Aaron.

Suas lágrimas eram reais como seu sentimento.

Eu segurei sua nuca e o beijei. Beijei, não como um beijo calmo, e sim apressado e cheio de saudades.

Lágrimas molhavam a ponta de alguns fios do meu cabelo.

- Vamos... - disse Taylor, já aos prantos. Ele é o menino mais chorão que eu conheço.

Eu dei um belo abraço nele. Não, não em quem todos vocês estão pensado, e sim em...

Cameron.

Ele teve sido muito bom comigo esse mês que passou, por mais incrível que pareça. Ele esclareceu tudo o que aconteceu.

Quando ele me agarrou a força, ele estava bêbado. Quando transamos a força, era porque ele tinha sido estuprado, por mais incrível que pareça. Uma "amiga" de sua irma havia feito isso com ele.

Sai correndo para o portão de embarque e dei minha passagem ao moço.

Me sentei na janela e meu irmão ao meu lado. Todos choravam.

No meio do vôo eu já havia adormecido. Meus sonhos eram tormentosos.

Acho que todos têm aqueles amigos que ficam com saudades. Temos aqueles que são desafiadores, os amantes, os que nem são amigos. Mas os melhores são aqueles que sabemos que podemos contar.

Tenho certeza que, mesmo com minha ida, continuarei conversando com algumas pessoas de Los Angeles.

Não quero fazer disso aquele momento fofo de quando acaba os filmes, mas vai ser preciso.

O bullying às vezes vem pesado demais, e tem gente que chega a não aguentar. Vocês todos acompanharam que eu sofria bullying. Eu sempre fui a mal falada do colégio, a puta, a vadia que dava para todos.

Sim, em uma época eu cheguei a me cortar. Mas isso parou pouco antes de receber a grande noticia.

Quando vocês continuam com uma coisa, vocês geralmente esquecem o começo. Vocês provavelmente esqueceram que o começo disso tudo foi a morte dos meus pais, e não tem um dia que passe sem eu me lamentar por isso.

Eu sempre tratei meu pai mal, por ele ser muito "ausente" na minha vida. E agora percebo que nada disso valia a pena. Eu sinto muito a falta deles.

Mas enfim, águas passadas, vamos limpar as lágrimas aí.

No meu sonho, várias palavras se repetiam. E era tudo tão real.

Era tudo tão rápido, era tudo tão estranho, eram palavras tão desconhecidas

"Não vá" eu dizia no meu sonho enquanto eu chorava.

Sinto várias cutucadas em meu ombro, provavelmente em tentativa de me acordar. Logo sinto um peso sobre meu corpo e um abraço.

Eu estava deitada, e meu primo me abraçava.

Era tudo tão claro. Minhas roupas, o teto, as paredes, a maca.

Espera, maca?

Sim, eu estava em um hospital. Meu primo era o único na sala.

- Cadê meu irmão? - eu perguntei desesperada.

- Que irmão? Você é filha única Katherine. - ele disse. Katherine?

- Katherine? - eu perguntei.

- Por favor, não me diz que você esqueceu até do seu nome. - ele disse.

- Por favor, me explica o que aconteceu.

Eles disse que, depois da morte de meus pais, eu fui ver o local do acidente de carro. Eu até me lembro dessa parte. Estava tudo tão escuro, tão quente. O carro tinha fogo, e logo. vi o corpo de meus pais lá.

Meu primo também disse que depois disso eu me atirei contra o fogo para vê-los.

E por isso, estou aqui. Ele disse que estou desacordada faz 1 semana e ninguém sabia mais o que fazer. Seus olhos continham lágrimas.

Então tudo aquilo não passou de um sonho, de uma ilusão?

Peguei meu celular e abri as mensagens. Nenhuma mensagem para nenhum Taylor, nem para ninguém.

Meu sobrenome não era Caniff, afinal.

Eles eram apenas meus ídolos, e minha cabeça ligou tudo isso e fez eles serem as primeiras pessoas a pensar.

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eu tô chorando pra caralho.

the nudes girl || a.c Onde histórias criam vida. Descubra agora