POV: Clarke
Hoje eu tive mais um daqueles sonhos, que a gente sempre reza para ser real. Pra falar a verdade, ando tendo esses sonhos todos os dias desde que ele partiu, as minhas noites ficaram mais longas e a minha cabeça virou um filme. Eu achava que a dor iria diminuir aos poucos, mas parece que ela só vai aumentando, e isso está me sufocando.
Parece que quando eu me levantar e descer as escadas pra tomar café, ele vai estar lá, com a sua xícara na mesa e com o seu jornal na mão, e logo em seguida ele vai me dar o seu Bom dia filha.
- Bom dia Clarke!
Sou despertada dos meus pensamentos com a voz da minha mãe na porta. Não era desse bom dia que eu estava me referindo, porque ela só vem me acordar quando estou muito atrasada para ir a faculdade. E por falar em faculdade, estou tão perdida nas matérias que eu nem sei que aula vou ter hoje. Por mim eu nem iria pra aula, eu não queria era nem levantar da cama.
- Bom dia - Eu disse baixo.
- Eu sei que a sua vontade de levantar da cama é zero, mas você não pode ficar perdendo tantas aulas assim.
Ela acabou de adivinhar o meu nível de vontade no qual eu estava de me levantar, mas eu não tinha escolha. Me levantei da cama e logo fui tomar uma ducha, só aquilo pra me fazer despertar por completa. Quando terminei de me arrumar, dei uma olhada de relance para o relógio e só aí me dei conta de que eu estava atrasada e já fazia uma hora, desci o mais rápido que pude e nem se quer passei pela cozinha pra tomar café. Peguei a chave do carro e minha bolsa e saí de casa rumo a faculdade.
O dia estava nublado e frio, me causando um grande arrependimento por não ter trazido nenhum agasalho. Depois de vinte minutos dirigindo, eu finalmente chego e quando olho para o estacionamento do meu curso ele está um deserto, quer dizer... tem muitos carros mas não tem uma alma viva. Eu estaciono e desligo o carro, olho para a entrada e me arrependo de ter saído de casa, não que eu tenha preguiça de estudar, longe disso, mas é que eu não sinto vontade de ver pessoas, não sinto vontade de conversar com ninguém, não sinto vontade de fazer nada.
Então eu apenas ligo o aquecedor do carro e a música e deixo tocar baixinho, para que lá eu possa passar algumas horas do meu dia, sem ter que falar com ninguém.
Depois de cochilar aproximadamente umas duas horas dentro do carro, sou acordada por alguém batendo no vidro.
- Clarke?
Eu praticamente pulei do banco ao ouvir alguém me chamar pelo lado de fora. Quando me viro para ver quem era a bendita pessoa, me deparo com o Finn com uma cara de curioso.
- Oi Finn - disse assim que abaixei o vidro do carro.
- Por que não foi na aula hoje? - Toda vez que eu faltava, ele sempre me ligava pra perguntar o motivo e eu sempre tinha uma boa desculpa para justificar. Eu não gostava de mentir pra ele, mas achava menos cansativo do que explicar o verdadeiro motivo.
- Eu cheguei atrasada e não achei que seria bom entrar no meio da aula - Ao menos eu falei a verdade, e rezando para que ele não viesse com mais perguntas.
- E como você está? - Talvez eu não esteja boa nem pra rezar hoje.
Parei por alguns segundos tentando achar a palavra certa para a sua resposta, mas pra não alongar muito a conversa eu logo devolvi com outra.
- Quer carona? - A casa do Finn era perto daqui, então ele sempre vinha a pé, e eu não poderia deixar ele voltar nesse frio que está hoje.
- Eu agradeço! - Ele deu a volta por trás e entrou no carro.
No caminho até a sua casa, ele foi me contando as novidades que aconteceu na aula, ele parecia tão animado com o dia e eu me sentia tão mal por não estar feliz por ele. Com a morte do meu pai, esses últimos 5 meses fizeram com que nos distanciássemos ou talvez tenha sido eu que me distanciei de todos.
- Tá entregue - eu disse me virando pra ele.
- Clarke, eu não quero ser chato com você, mas não acho que ficar faltando vai te ajudar a tirar notas boas - ele disse sem olhar pra mim - eu sei que esses meses não foram fáceis pra você, mas eu sou seu amigo e não quero que você se prejudique mais pra frente.
Eu não poderia debater com aquelas palavras, porque no fundo ele tinha razão, então eu apenas assenti sem falar nada. Ele me deu um beijo na testa e desceu do carro, então eu apenas o observei entrar em casa. Dei a partida e rumei para casa.
Chegando em casa eu não via a hora de subir para o quarto, mas antes que eu pudesse, minha mãe me chamou.
- Clarke, chegou uma carta pra você, está em cima da mesa.
- Uma carta? - perguntei sem ter ideia do que era.
- É do laboratório do seu pai - Quando ela disse de onde era, foi aí que fiquei mais curiosa pra descobrir do que se tratava.
Quando eu abri, tinha uma notificação me pedindo para ir até o laboratório, onde o o meu pai trabalhava e no final dela estava assinada pelo Jaha, um dos colegas de trabalho dele.
- Estão querendo que eu vá até lá.
- E você vai? - Minha mãe sabia que eu não gostaria de ir e um dos motivos era que eu detestava o trabalho dele, não que eu seja uma pessoa egoísta, mas ele gastava mais tempo no seu trabalho do que em casa, e isso me chateava muito.
- Não. - minha resposta foi rápida e em seguida eu amassei o papel e joguei no lixo.
- Clarke, não faça isso - Ela veio até a minha direção - Eu tenho que pegar algumas coisas dele que ficaram lá, eu sei que você está muito sentida, mas não tá sendo fácil pra mim também - Ela estava praticamente me implorando para que eu fosse junto com ela, então eu decidi não ser tão cruel.
- Tá, eu vou pensar - Ela sorriu pra mim e se afastou.
- E como foi a aula de hoje? - Ela não podia nem sonhar que eu tinha matado aula, se alguém queria ver ela brava era saber que eu fiz isso hoje, então eu não poderia correr esse risco.
- Foi bom - Eu disse sem olhar pra ela, mas sentindo o seu olhar sobre mim. Eu é que não iria ficar aqui pra ela fazer mais pergunta a respeito disso, então subi direto para o quarto.
Agora o que mais me deixava curiosa, era saber o por que eles queriam que eu fosse até lá, ainda mais através de um pedido do Jaha. Mas isso eu só iria descobrir amanhã, isso é... se eu realmente fosse lá amanhã.
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Clarke + A-Lexa - Impossible
FanfictionClarke Griffin era uma jovem como qualquer outra, cheia de sonhos e com uma vida agitada, mas o destino fez com que ela tivesse sua personalidade alterada. Com a morte de seu pai, Clarke ganha um presente que jamais imaginou ganhar, uma robô de inte...