Acordei com o meu telefone a tocar, abri um olho para ver quem era
- O que foi?
- A minha casa já está livre? – perguntou a Beni
- Se bem me lembro só dormi aqui eu mas posso ir ver a casa toda
- E o loiro?
- Fizemos o que tínhamos a fazer e mandei-o embora
- Tu não fizeste isso?
- Porque não? A casa não é minha
- Começo a ter pena desses rapazes
- Pena? Ele queria o mesmo que eu por isso, não há que ter pena
- Tu não mudas Maria Francisca
- Já vens para aqui ou é para ir ter contigo a algum lado?
- Eu estou aí em quinze minutos
- Ok. Xau – desliguei
Levantei-me, vesti-me e fui até à sala dar um jeito no que tinha desarrumado. A minha amiga, entretanto, tinha chegado, entreguei-lhe as chaves e fui para casa. Uns dias depois combinamos todos um café, eu fui a ultima a chegar porque ainda a tratar de umas coisas para a minha viagem à Colômbia.
- outra vez este postal – comentei com os meus botões quando vi o amigo do Bruno sentado ao seu lado, bufei logo, mas rapidamente disfarcei e exibi um sorriso – olá pessoal – não dei beijinhos a ninguém e sentei-me entre as minhas amigas
- Olha quem é ela, papa todos – comentou o João e log o fuzilei com o olhar
- Querias era que te papasse a ti, mas estás com azar não gosto de criancinhas
- Calma, Maria era só uma piadinha – este gajo estava a conseguir tirar-me do sério
- Primeiro é Francisca, segundo uma piadinha de mau gosto e terceiro deves ser um machista de primeira
- Ó malta, vamos lá acalmar os ânimos – interrompeu o Bruno
- Machista eu? Não me conheces mesmo
- Nem quero conhecer – revirei os olhos
- Agora estou curioso por saber porque me achas machista
- Bastou o teu comentário de "papa todos", tipo a chamar-me de puta porque ando a sair com quem quero e bem me apetece – fiz uma pausa – deves ser como aqueles retardados que pensam que homem que come todas é o maior garanhão e raparigas que comem todos são logo putas
- E o que é que as putas fazem? Comem tudo e mais alguma coisa
- Para tua informação, puta é mulher que vende o corpo para favores sexuais e que eu saiba não faço nada disso. Se o fizesse estava rica – olhei para a Beni e rimo-nos, parecia que já estava à espera do meu comentário egocêntrico
- Achaste mesmo boa, estou a ver
- Ficarás só pelo achar – chamei o empregado – é um sumo de laranja por favor – ignorei o outro e comecei a falar com as minhas amigas.
Uns dias depois rumei a outro continente com o meu amigo Cláudio e o seu namorado Ricardo.