Depois de três dias bem passados em Bogotá, tempo suficiente para visitar esta linda cidade, fomos para Barranquilla. O dia foi cansativo pois andamos de um lado para o outro, sempre a pé, a ver tudo o que tínhamos direito. No fim do jantar, o Cláudio e o namorado decidiram ir para o quarto enquanto eu preferi ir conhecer a noite colombiana. Em Bogotá, já tínhamos ido a uma discoteca de lá e foi incrível, apesar de achar os colombianos um pouco loucos, razão pela qual terminei a noite com um mexicano.
Na recepção pedi dicas de onde podia ir e aconselharam-me ir a FroggClub, eu aceitei a sugestão e lá fui. Cheguei e estava a dar aquele tipo de música deles, considero isto o nosso pimba. Dirigi-me ao bar para pedir uma bebida, não sei se foi por ser estrangeira mas não paguei nada pela primeira bebida, o que me agradou imenso. A música rapidamente mudou à medida que a discoteca se ia enchendo, ambiente muito animado e divertido – não sei se era do efeito do álcool a falar – estava a gostar imenso. Um rapaz moreno, alto e tatuado, só o tipo de rapaz que gosto, não parava de olhar para mim e sorrir, o que me agradou não me apetecia acabar a noite sozinha. Ele aproximou-se.
- Hola chica
- Hola.
- O que faz uma rapariga tão bonita sozinha? – corei
- Mais vale só que mal acompanhada
- É verdade mas não é normal
- São escolhas
- E queres escolher dançar comigo? – estendeu a mão
- Pode ser – segurei a mão dele e seguimos para o meio da pista
Começámos a conversar sobre o básico (nome, idade, de onde era, se estava a gostar da viagem), ofereceu-me umas bebidas, estávamos a passar um bom serão, arrancou-me um beijo calorento ao qual correspondia. Voltámos a dançar e as coisas começaram a ficar feias, começou por meter a mão no cu, tirei de imediato, só admito aquilo em privado, ele não gostou e começou a ser bruto, agarrando-me com força.
- Larga-me – berrei-lhe tentado tirar a mão dele do meu braço
- Agora não vais a lado nenhum sem mim
- Agora és meu pai para mandares em mim? – consegui soltar e virei costas, voltou agarrando-me, eu como tinha o copo cheio mandei a cara dele que largou o meu braço e eu dei uma corrida mas logo me apanhou
- Já te avisei, és minha agora – não estava nada a gostar daquilo, todos na discoteca estavam a olhar mas ninguém se metia, o que me estava a irritar um pouco
- Qual é a parte que não entendes que eu não quero nada contigo? Vou ter que chamar a segurança para me deixares em paz
- Eles são meus amigos por isso parece que vais ter que vir comigo – começa-me a puxar, as lágrimas começam a escorrer-me pela cara, não sabia como me safar desta, o gajo era bem mais forte do que eu.
- Podes larga-la se faz o favor? – pediu um rapaz educadamente, olhei para a cara dele e não acreditava no que os meus olhos estavam a ver
- E tu quem és? Amiguinho dela que preferiu dormir a sesta? – respondeu-lhe o bronco
- Estou a pedir educadamente que largues a minha amiga, não quero chatices – o João agarrou no meu braço livre, o colombiano olhou para mim que de imediato largou o meu outro braço. Encostei-me logo aos amigos do João.
- Podes ficar com essa cabra, não servia mesmo para mim – virou costas e seguiu a vida dele
- Estás bem? - perguntou-me o português enquanto eu limpava as lágrimas que ainda corriam pelo rosto
- Mentiria se dissesse que sim – senti o meu corpo a tremer por todos os lados
- Veste isto – sugeriu um amigo do João, colocando-me o casaco à volta das costas
- Obrigada – sorri, vestindo o casaco - podem-me levar ao hotel?
- Claro que sim, não te vamos deixar sozinha, o outro palhaço pode voltar – respondeu o João
Rapidamente saímos dali, já não aguentava o olhar daquela gente nojenta a olhar para mim. Viram tudo e não tiveram a decência de me ajudar. Eles como tinham alugado um carro, não foi preciso chamar táxi.
- João? – ia no carro atrás com ele, os amigos iam a frente – obrigada por me ajudares
- Faria isto por qualquer pessoa que estivesse na mesma situação – sorriu
- Foste um cavalheiro – sorri e ele retribuiu. Acho que ele percebeu o recado que lhe estava a dar.
- O que fazias sozinha naquela discoteca? Não vieste com ninguém para cá?
- Não, vim com dois amigos mas eles não quiseram vir sair comigo, ficaram no hotel – fiz uma pausa – vim aventurar-me e deu nisto
- É aqui? – perguntou o rapaz que fazia de motorista
- É sim – abri a porta – obrigada pela boleia e pela ajuda
- Não tens de quê, agora descansa – respondeu o outro
- Obrigada. Boa noite. – sai do carro, o João saiu do outro lado
- Pronto estás entregue – disse o João
- Muito obrigada João, não sei o que ia acontecer se vocês não aparecessem
- Não penses mais nisso. Vai para cima, toma uma banho e descansa. Estás a precisar – sorriu
- Antes que me esqueça – tirei o casaco – pega, é vosso
- Já não me lembrava disto – pegou nele
- Desculpa ter estragado a noite
- Esquece lá isso, também já íamos embora – piscou o olho e eu sorri
- Boa noite
- Boa noite – ia a virar as costas mas mudei de ideias, dei-lhe um abraço
- Obrigada mais uma vez - dei-lhe um beijo na bochecha e vim embora.
Cheguei ao quarto, tirei a roupa, fui direta para o chuveiro para me limpar daquela lixeira, deitei-me e adormeci depois de muito chorar.
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O que estão achar? 😃😉🙈
