* Capítulo 17 *

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Algumas semanas se passaram, o campeonato da segunda liga já tinha começado e o João começava a rotina de treinos-jogos. Hoje o Graça tem a tarde livre, vem ter a minha casa onde vamos almoçar e depois passar a tarde a ver filmes e séries. Tocam à campainha, levanto-me do sofá e vou abrir

- Estava a ver que não – resmunguei assim que vi o João à minha frente

- Também tinha saudades tuas – agarrou-me pela cintura e depositou um beijo na minha bochecha

- Assim fico sem jeito – encostei a cabeça ao peito dele a sorrir – entra – entramos e fomos para cozinha

- O que fizeste para o almoço?

- Eu? Eu não fiz nada, a empregada é que fez senão comias pizza – riu-se

- Estou lixado, vou ficar gordo num instante

- Até parece que já não és gordo – fiz-lhe uma careta, ele sentou-se fazendo beicinho, aproveitei a deixa, sentei-me no colo dele – és o meu gordinho – dei-lhe um leve beijo nos lábios, senti alguém a entrar na cozinha e saltei logo para o meu lugar – olá Mónica

- Olá menina Francisca – olhou para o moreno - olá menino

- Ahhh é o João, João é a minha empregada, a Mónica – ele levantou-se para a cumprimentar

- Querem que sirva o almoço?

- Não, eu trato disso. Obrigada – levantei-me, fui ao forno buscar a lasanha – Os meus irmãos hoje não almoçavam em casa?

- Sim, mas foram almoçar com os coleguinhas

- Vai sobrar tanta comida – olhei para aquele grande tabuleiro - amanhã ao almoço aqueces isto e dás-lhes

- Sempre tão querida para os seus irmãos

- É o que eles merecem, fizeste isto porque os meninos pediram e agora não vêm – peguei no prato do Salazar e servi – está bom?

- Sim, não posso comer muito – respondeu ele

- Qualquer coisa que precisem, estou lá fora ou lá em baixo arrumar – avisou a Mónica – Bom almoço

- Obrigada – respondemos em coro

Almoçamos calmamente, arrumamos a louça na máquina e fomos para o meu quarto. Deitamo-nos na minha cama, escolhemos um filme e colocamos a dar no portátil. Nem meia hora de filme tinha passado e o João adormecera, vi o resto do filme sozinha e quando terminou fiquei ali olhar para aquele moreno. Ele estava de conchinha virado para mim, eu deitei-me em frente a ele, a observa-lo e comecei a fazer-lhe umas festas

- Se soubesses o quanto gosto de ti, o quanto te estou agradecida por me mostrares que abrir o coração vale a pena. Agradecida por me mostrares que há boas pessoas, que as relações são possíveis. Se soubesses que esse teu olhar mexeu comigo desde o primeiro dia, que o teu sorriso bobo me conquistou – suspirei – porque não tenho coragem para te dizer na cara o que sinto realmente? Que sou a rapariga mais feliz deste mundo quando estás aqui do meu lado, quando recebo uma mensagem tua ou recebo os teus comentários parvos nas minhas fotos do instagram – fiz um pausa – não me deixes por favor, ouviste? – esperei para ver se ele reagia – eu amo-te João Pedro Salazar da Graça – depositei um ligeiro kiss nos seus lábios

- Também te amo Maria Francisca Brandão Hernandez – abriu os olhos, fiquei sem reação, acaricia-me o rosto fazendo-me sorrir e selamos os nossos lábios.

- Ouviste tudo o que eu disse? – perguntei a medo

- Sim – encostei a minha cabeça no peito dele, abraçou-me – o que depender de mim não vou a lado nenhum, ouviste? – olhei para ele, acenei que sim e voltei a beijá-lo

Beijo após beijo, o ambiente começou a ficar caliente, ambos já estávamos sem camisola quando me levantei para ir trancar a porta do meu quarto e tirei o portátil de cima da cama antes que acontecesse um desastre. Voltei para os braços dele e deixe-me ir. Entreguei-me a ele de alma e coração, foi tudo tão diferente do que se tinha passado na Colômbia. Houve desejo, paixão e acima de tudo amor. No final, acabamos por adormecer nos braços um do outro.

Acordamos com o barulho de alguém a bater à porta.

- Francisca? – reconheci aquela voz – Kika, estás ai? – vi que tentou abrir a porta – Mia, abre a porta – voltou a bater desta vez mais forte

- Merda, é a minha mãe – levantei-me – veste-te – mandei-lhe a camisola enquanto vestia alguma coisa

- Francisca? – voltou a bater

- Já abro – olhei para o João que se vestia o mais rápido que conseguia, dei um jeito na cama, voltei a colocar o pc em cima da cama para disfarçar – deita-te na cama e finge que estás a ver o filme – abri a porta

- Porque da demora? – espreitou para dentro do quarto – já percebi, o que andaste a fazer?

- Nada, estamos a ver um filme como podes ver – entrou, saltei para a cama – mãe este é o João, João é a minha mãe – ele levantou-se e cumprimentaram-se

- Muito gosto em conhecer-te, não achei que fosse nestes modos – disse a minha mãe, olhou para mim e eu sorri

- Foi uma maneira diferente – respondeu ele e eu senti o meu corpo a gelar

- Ficas para jantar, certo? – ele olhou para mim e ia a responder mas a minha mãe foi mais rápida – Nem quero ouvir nada, vou colocar mais um lugar na mesa

Obrigado– ela sorriu, virou costas, quando ia a fechar a porta

– Daqui a meia hora podem descer para jantar – fechou a porta

- Estou fudida - deixei o corpo cair sobre a cama, olhei para o Graça que se ria – ri-te, ri-te se ela diz ao meu pai, que vai dizer, ao jantar tens interrogatório – ele petrificou

- Estás a falar a sério? – acenei que sim – acho que vou bazar pela janela então – soltei uma gargalhada

- Não precisas, estou a gozar – ele começou a fazer cocegas para se vingar de mim, fazendo-me rir imenso.

Tal como a minha mãe tinha indicado, passado trinta minutos descemos para jantar.

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