* Capítulo 27 *

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(Francisca)

Após três dias em Madrid, fomos para Barcelona, a minha cidade favorita, a minha casa. O meu avô fez questão de nos ir buscar ao aeroporto, o que deixou o João nervoso pois tinha medo que ele não o aceitasse, não gostasse dele. Mal cheguei ao pé do meu abuelo, abracei-o, há muito tempo que não o vi-a, foram três anos longe deles.

- Este é que é o João? – perguntou o meu avô

- Sim – cumprimentaram-se

- Estás a tratar bem da minha princesa?

- Acho que sim – respondeu a medo – estou não estou?

- Estás – agarrei-me a ele – podes estar descansado abuelo, ele trata-me muy bien

- Acho bem rapazinho – deu uma palmadinha nas costas do Graça – vamos para casa? A tua avó de caminho está-me a ligar que nunca mais chegamos para almoçar

- Pronto, vamos engordar bastante – enquanto caminhávamos para o carro

- Vamos ter que ir fazer exercício, não posso chegar ao clube com quilos a mais – comentou o João

- Jogas onde? – perguntou o velhote

- No Porto

- Tens que por juízo neste rapaz

- Já tentei mas ele não me ouve

- Podemos tratar da minha mudança para o Barcelona durante estes dias

- Assinavas já se o meu avô fosse teu agente

- Ias ver o que era ter um clube a sério – rimo-nos

Continuamos a falar sobre o assunto até chegarmos a casa dos meus avós, que saudades tinha daquela casa.

- Tens um casarão – comentou o João assim que entramos na garagem

- É o meu castelo, sou uma princesa não te esqueças – fiz-lhe uma careta

- Maria, mi hija! – exclamou a minha abuela assim que me viu sair do carro, já tinha os olhos cheios de lágrimas

- Abuela – abraçou-me com força – te extrañe tanto

- Como cresceste, estás uma mulherzinha! – tirou-me as medidas todas – e estás muito magrinha – soltei uma gargalhada

- Sempre tão exagerada – olhei para o meu moreno – vó, este é o João o meu namorado – cumprimentaram-se com dois beijinhos

- Muy hermoso tu novio – piscou-me o olho

- Mas é meu – agarrei-me a ele – tu tens ali o senhor António – rimo-nos

- Fazem um casal muito giro

- Obrigado – respondeu o portista

- Vó, onde andam os meus bebés?

- No jardim, assobia que eles vêm já

- Pensei que eu era o teu bebé – fez beicinho

- E és mas estes são os meus filhotes – dei-lhe um beijo na bochecha, assobiei e os meus cãezinhos apareceram logo

- De bebés não têm nada – os meus avós têm dois boiadeiros de berna, a minha raça favorita de cães

- São sim, têm 4 anos – encheram-me de lambidelas assim que lhes fazia festinhas – tinha tantas saudades vossas

- Vamos para dentro comer antes que fique frio – comentou a minha avó

- Está bem – fiz mais umas festinhas e fomos para dentro

Como de esperar a minha abuela, exagerou na quantidade de comida na mesa. Um monte de entradas, umas belas tapas, a sua famosa paella e para finalizar um belo tiramisú. Eu e o Salazar ficamos bem satisfeitos, já não entrava mais nada. Quando terminamos, apresentei-lhe a casa, fomos pousas as malas ao meu quarto que estava igualzinho como a ultima vez que lá tinha ido.

- Este é o Duarte? – perguntou pegando na moldura que estava na minha secretária

- Isso ainda ai anda? – peguei naquilo, tirei na foto, rasguei e coloquei no balde do lixo – sim, é

- Sou mais bonito – soltei uma gargalhada

- Parvo

- Não sou?

- És muito melhor

- Assim gosto mais – agarrou-me pela cintura e depositou um beijinho no pescoço

- Em falar em Duarte, tenho uma coisa para te contar – sentei-me na cama

- O que se passa? – sentou-se à minha frente

- Primeiro promete que não vais fazer nada

- Estás a deixar-me preocupado

- Promete

- Prometo

- Ontem antes de adormecer fui até ao insta ver as novidades e tinha um pedido para seguir – fiz uma pausa e reparei que o moreno mudara a expressão facial – era dele

- O que? Esse otário teve lata de aparecer agora?

- Calma, eu recusei

- Fizeste muito bem. Esse gajo pensa que é quem? Quer vir meter nojo? Quem lhe vai tratar da saúde sou eu

- João...

- João nada, esse filho da puta que nem se atreva aparecer à frente

- Tu prometeste que não ias fazer nada – não consegui controlar as lágrimas, coloquei as mão a tapar a cara e logo senti o calor do abraço do moreno

- Princesa, desculpa. Não te quero ver assim, esse gajo não merece nada vindo de ti – deu-me um beijo na nuca – eu prometi e vou cumprir, não vou fazer nada por respeito a ti – coloquei os meus braços à volta dele e chorei ainda mais – não chores por favor

- Estou com tanto medo – sussurrei e ele abraçou-me com mais força

- Estou aqui para te proteger – voltou a beijar a nuca

Ficamos uns minutos assim até me conseguir acalmar, não queria que os meus avós me vissem assim. Não queria estar neste estado, só queria aproveitar a melhor maneira estes dias em Barcelona.

- Queres ficar aqui a descansar? – perguntou-me

- Não, quero ir passear, quero mostrar-te esta cidade maravilhosa - olhei para ele a sorrir

- É assim que gosto de te ver – depositou um kiss nos meus lábios

- Obrigada – trocamos uns beijos apaixonados – vamos masé embora antes que nos percamos – rimo-nos, peguei na minha mala e fomos passear.

Perdidos no MomentoOnde histórias criam vida. Descubra agora