* Capítulo 11 *

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A luz começou a bater-me na cara, o que me fez despertar, abri os olhos, tudo estava silencioso, o João estava bem junto a mim, com o braço esquerdo à volta da minha cintura, sentia o calor da respiração dele bem junto ao meu pescoço. Estava a saber tão bem aquele momento apesar de me doer o corpo todo por dormir naquela espreguiçadeira, não o queria acordar mas senti ele a mexer-se e fechei de imediato os olhos.

- O que é que vocês fazem aqui? – perguntou o Bruno sussurrando

- Estávamos aqui a conversar e adormecemos – respondeu o João com voz de quem acabou de acordar

- Do jeito que estão agarrados acho que fizeram tudo menos conversar – riu-se

- Não faças filmes

- Se não queres filmes é melhor acordares essa menina e saírem daqui. Os outros estão a começar acordar

- Ei mas estou tão bem aqui – fez-me uma festinha na cabeça, que me fez sorrir – ela é mesmo especial

- Estás caidinho por ele, meu

- Como resistir?

- E a Patrícia? – "quem é essa? Há outra?" pensei – Já a esqueceste de vez?

- Essa faz parte do passado longínquo. Ela preferiu o Bruno que fique com ele e que sejam muito felizes. O meu presente passa por esta pequena e espero que o futuro também – depositou um ligeiro beijo na nuca que me fez aconchegar a ele

- Ai que gay, mano – riram-se – vou para dentro

- Não deixes ninguém vir aqui

- Está bem

O moreno envolveu-me nos seus braços contra o seu corpo e começou a dar-me beijinhos na bochecha e pescoço

- Francisca? – esperei mais um pouquinho, estava a gostar destes miminhos – dorminhoca, temos que ir para dentro

- Estou tão bem aqui – deu-me um beijo no pescoço

- Já somos dois – sorri e abri os olhos

- Então fiquemos aqui

- Os outros vão começar com as coisas

- Com eles lido eu bem – olhei para ele que sorria, dei-lhe um beijo na bochecha – não sei como vou fazer isto, mas vou virar-me para ti – depois de algumas manobras e de quase cair – consegui – ele juntou a testa dele à minha – João Pedro

- Maria Francisca – mordi o lábio, fechei os olhos e depositei um ligeiro kiss nos lábios dele – gostei – sorrimos

- Sabes o que queria agora?

- O que?

- Um pequeno-almoço como na Colômbia

- Acho que vai ser difícil, não sei o que a Cris tem na cozinha

- Surpreende-me – sorri, ele deu-me um beijo na testa

- Não saias daqui – levantou-se e eu sentei-me observando a piscina

- Foi impressão minha, ou vi o João a sair daqui? – perguntou a dona da casa

- Ouviste-nos a falar de ti?

- Ah? Estavam a falar de mim? Porque? – sentou-se a minha beira

- Só falamos do que devias ter na cozinha para o pequeno-almoço

- Ahhh mas o que estavam aqui a fazer? – revirei os olhos – não escondas nada a tua amiga

- Estivemos a falar

- A falar, a sério? – levantou a sobrancelha – já ouvi desculpas melhores

- Juro que só falamos. Contei-lhe sobre o meu passado

- Sobre o Duarte? – acenei que sim – ui como chegaram a isso? – contei-lhe tudo que se havia passado entre nós – eu avisei-te que um dia te ias dar mal com os gajos que engatas

- A sério que no meio de tanta coisa só retiveste isso? Que rica amiga - abraçou-me

- Sabes que eu te adoro e só quero o teu bem. Se o Salazar te faz bem está aprovado

- Salazar? – ri-me – até parece que ando com um ditador

- Isso quer dizer que vocês andam

- Não, somos só amigos. Não gosto de rotular as relações, já devias saber

- Eu sei. Sabes que fico feliz que fales do teu passado descontraidamente – fez o sinal de aspas no descontraidamente – com pessoas que não faziam parte da tua vida naquela altura. Significa que estás a fechar um capítulo da tua vida de vez.

- Acho que devias ir para psicóloga – rimo-nos

- Interrompo? – perguntou o Graça que vinha com um tabuleiro

- Nada disso, vou deixar os pom... – olhei para mim que estava pronta para a fuzilar com o olhar se acabasse aquela palavra – vou vos deixar em paz – roubou umas uvas e virou costas

- Isso era meu – berrei mas fui ignorada

- Foi o melhor que consegui – pousou o tabuleiro à minha frente e sentou-se ao meu lado

- Está melhor do que eu esperava – dei-lhe um beijo na bochecha

Comemos tudo enquanto conversávamos sobre os nossos gostos a nível musical, filmes, séries, livros, futebolísticos, etc.

Perdidos no MomentoOnde histórias criam vida. Descubra agora