(Francisca)
Hoje decidi surpreender o João, pedi ajuda ao Francisco para convencer o amigo a ir no mesmo carro que ele para o treino. Estacionei o meu boguinhas em frente ao portão do Olival e esperei que começasse a haver movimento de saída dos jogadores. Reconheci alguns da equipa principal por aparecerem na televisão, outros da equipa B por serem amigos do moreno que nunca mais saia.
Para: Kiko
- a princesa demora? Tenho fomeDe: Kiko
- a princesa está a falar com o misterPara: Kiko
- o que é que ele fez? 😱De: Kiko
- pergunta-lhePara: Kiko
- FRANCISCO AUGUSTO, CONTA-ME JÁ!!!!!De: Kiko
- -.-' mãe, juro que não fui eu que sujei o quarto
A princesa vai sairPara: Kiko
- pó caralho…De: Kiko
- olha a linguagem 🚗Avistei o carro do Francisco no cimo da rampa, liguei como combinado
- Estou?
- Olá mãe, como estás? – o carro parou
- Esqueceste-te do nosso almoço?
- Que almoço?
- Francisco Augusto és sempre a mesma coisa
- Mãe, não me chame isso – ouvi risos do outro lado – eu vou agora para ai, 10 minutos e chego, estou a sair do treino
- Ok até já – desligouPassado uns dois minutos, vejo o Graça a sair do carro e o Chico a acelerar o mesmo como estivesse atrasado para alguma coisa, nem para os fãs parou. Assim que vejo o João a aproximar-se das grades do portão de saída uma das fãs chama-o, ao início ignorou-a mas a rapariga insistiu duas ou três vezes e ele lá foi. O ar sisudo dele deixou-me com a pulga atrás da orelha e quando eles se cumprimentam com dois beijinhos pior ainda. “Quem é aquela?” perguntei aos meus botões, sai do carro para ir ter com ele e também para ver se ouvia alguma coisa interessante
- Agora já não queres saber de mim? – perguntou a ruiva, o João revirou os olhos
- Lembraste-te agora? – repostou ele, mal me viu sorriu, pediu ao segurança para abrir, ignorou a outra e veio ter comigo
- Não me ignores – disse ela assim que ele passou por ela
- Olá princesa – colocou uma das mãos dele à volta da minha cintura e depositou um beijo ligeiro nos lábios
- Olá jeitoso – dei-lhe outro beijo
- Não sabia que vinhas – fomos para o carro e a rapariga continuava a olhar para nós surpreendida
- A culpa é do almoço do Francisco Augusto – fiz-lhe uma careta
- Como é que sabes? – fez uma pausa – espera lá, foste tu?
- Não, foi a mãe – ri-me
- Assim não vale
- Não podes ser o único a preparar coisas
- Onde vamos?
- Já vais ver – arranquei e continuamos a conversarFomos almoçar a um dos meus sítios favoritos, foi a primeira vez que levei o moreno lá pois é um bocado caro e não queria que fosse ele a pagar. Passei a refeição toda a evitar o óbvio, mas ele já me começa a conhecer tão bem que toca no assunto
- Pergunta lá o que queres saber – assim que pedimos a sobremesa
- Não quero saber nada
- Maria Francisca…
- João Pedro…
- Não sejas assim
- Quem era aquela rapariga?
- Aquele abutre é a Patricia – soltei uma gargalhada
- Abutre? Patricia?
- Sim, ela só pensa em dinheiro e como pode ganhar. Não sei bem como gostei daquilo
- É a tua ex?
- Infelizmente
- Felizmente, senão não estavas comigo – fiz uma carinha de anjinho que o fez sorrir
- Sim, isso é a maior verdade
- Mas o que é que ela te fez? Eu sei que nunca te perguntei isto
- Andava sempre às minhas custas, eu otário que era gastava imenso dinheiro com ela. Bastava a menina pedir e eu pumbas caia.
- Otária é ela, fosse trabalhar
- Achas? Ela tem alergia – rimo-nos
- Como abriste os olhos?
- Talvez da pior maneira – bebeu um pouco de água – encontrei-a no meu quarto – arregalei os olhos – sim no meu quarto com o meu amigo de infância
- Fodasse!! – coloquei a mão em frente à boca porque saiu um pouco mais alto do que previsto – o que fizeste?
- Peguei nas roupas deles atirei pela janela e mandei-os sair
- A isso chamo sangue frio
- Teve que ser
- Como é que eles chegaram a esse ponto?
- Ela envolveu-se porque soube que ele tinha recebido a herança da avó, a senhora tinha bué dinheiro
- Grande vaca! E o teu amigo grande porco
- Essa foi a parte que mais me custou, era o meu amigo mais antigo
- Nunca mais falaram?
- Não, corte total. Ele bem tentou, mas nunca quis ouvi-lo, nada podia justificar o que ele me fez
- Amigos assim quem precisa de inimigos? – encolhemos os ombros – O que é que a outra estava lá a fazer hoje?
- Acabou com o Bruno e queria ver se eu estava disponível
- Ela que não se meta com o que é meu, mostro-lhe quem é a Maria Francisca – soltou uma gargalhada
- Adorei, desculpa – pegou na minha mão e depositou um kiss – não precisas fazer nada, só tenho olhos para ti
- Lindinho – sorri
- Vamos para minha casa? Jantas lá
- A tua mãe não se importa?
- Não, por mais que aches que ela não gosta de ti, ela gosta
- O meu sexto sentido diz-me que ela não vai com a minha cara, não sei explicar
- Ela alguma vez te tratou mal?
- Não pelo contrário, mas como disse não sei explicar
- Ela não demonstra muito o que sente apesar de já me ter confessado que gostou de ti e que te acha uma boa menina
- Se tu o dizes vou acreditar
- Então vamos? – acenei que sim, pedimos a conta, paguei e fomos embora