Travessura

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Me afastei dele com um sorriso bobo nos lábios.

- O que você disse? – Pedi com receio de que eu tinha ouvido coisas.

- Que eu estou apaixonado por você. – Falou devagar.

- Vélez eu não acredito! – Ri. – Demorou ein.

- Na verdade, eu estava esperando o momento certo para te dizer. – Passou a mão no cabelo.

- E funcionou. – Falei. – Você sabe que tudo que estamos passando aqui neste exato momento é muita sorte, eu, vocês, nós...

- Olha eu acho que isso tem outro nome...- Deixa a frase morrer.

- É mesmo? E qual é? – Peço.

- Destino. – Sorriu.

- Você não existe...- Começo a rir baixo.

Nós dois ainda estávamos no mar, a maré tinha subido um pouco. As ondas nos atingiam, mas parecia que naquele momento não havia mais nada ao nosso redor. Ele pousou suas mãos ao redor da minha cintura, as minhas foram parar ao redor de seu pescoço e em seguida nos beijamos.

- Temos que voltar. – Digo. Nós dois já tínhamos voltado para a areia e nos sentamos ali fazia alguns minutos. Não fazia a mínima ideia de que horas poderia ser, mas provavelmente já era bem tarde. Juntos perdemos a noção do tempo.

- Vamos. – Disse.

Caminhamos bem devagar, ambos queríamos aproveitar o momento juntos. Passamos pela recepção do hotel e então pegamos o elevador que nos deixou em nosso andar dos quartos. Fomos até a frente da minha porta e paramos.

- Está entregue. – Sorri.

- Obrigada, por tudo. – Falo.

- Boa noite.

- Boa noite Vélez...

Na manhã seguinte eu nem tive chance de sair do quarto. Não podia perder minha aula, se não Angel me mata. Aproveitei e adiantei as aulas que pude. O resultado? Hillary de pijama, sentada na cama com notebook e vários cadernos.

Não podia deixar nada para depois. Assim eu poderia aproveitar muito mais os dias com a banda. E como eu suspeitava iriamos viajar depois do show desta noite. Os garotos estavam na passagem de som e eu aqui enfurnada, mas valeria a pena.

Faltava poucos minutos para minha aula acabar até meu estômago roncar de fome. Eu nem tinha percebido que não tinha comido nada desde que acordei. Por sorte o tempo passou rápido e minha aula havia acabado. Desliguei o notebook e guardei meus cadernos dentro da mala. Alguém bateu na porta e fui correndo abrir. Era Zabdiel.

- Ou impressão minha ou você ficou um pouco triste ao me ver? – Pediu.

- Não Zabdi. – Respondo.- Estou cansada. – Ele olhou para mim e viu que eu ainda estava de pijama. – Não acordei agora, por mais que pareça...- Ri. – Estava vendo minhas aulas...

- Ah sim. Nada melhor que uma cama e cadernos. – Riu. Minha barriga roncou mais alto desta vez, corei que nem um tomate. – Acho que isso é algum protesto...- Apontou para minha barriga.

- É. Ela não quer ter aula, só quer comida. – Nós dois rimos.

- Já sei. – Exclamou. – Vou te levar em um lugar maravilhoso...se troca rápido. – Me empurrou.

- Ok. – Falo.

Tiro meu pijama e coloco uma calça jeans e uma regata preta. Nos pés calço meus tênis, penteio meus cabelos e dou um trato na cara amassada, ou pelo menos tento. Depois de cinco minutos estou pronta, abro a porta e vejo Zabdiel mexendo no celular.

- Já? – Pede checando as horas. – Achei que levaria uma meia hora...

- Por comida faço tudo mais rápido. – Digo.

Nós dois nos sentamos em uma mesa para duas pessoas que ficava na janela. O lugar era bem colorido e cheio de coisas enfeitando. Já havíamos feito nossos pedidos e eu não via a hora de comer. Pensei em ter visto um Zabdiel Pizza, mas por sorte não mordi ele. Dei graças a deus quando a moça trouxe nossos pedidos.

- Isso. Está. Muito. Bom. – Digo em pausas.

- Eu imaginei que você iria gostar daqui. – Falou.

Ele tinha pego alguns doces que eu também tinha pego, mas os dele ainda estavam no prato, os meus estavam no estômago. Peguei um negócio salgado que eu nem fazia ideia do que era, mas visualmente estava bonito então resolvi experimentar.

- Já comeu todos os doces?! – Exclamou. Em seguida deu uma risadinha de leve. – Só você Hill...

- A comida daqui é muito boa...

- É mesmo, mas se prepare vem muito mais pela frente...sabe para onde nós vamos ir depois do show?

- Ainda não...- Falo.

- Christopher vai adorar. – Diz.

- Jura? – O encaro, ele assente. – Equador!

Termino de comer e conversamos mais um pouco antes de voltarmos para o hotel. Assim que chegamos Zabdi quis me mostrar uma coisa então seguimos para o quarto dele. Ele abre a porta e me encara.

- Por deus . – Ri. – Pode entrar...

- Ok. – Falo mostrando a língua.

- Olha isso. Eu precisava te mostrar essa foto do Christopher dormindo. – Disse.

- Ai Zabdiel. – Começo a rir. – Ele está ridículo. – Posta ela...

- Ele me mata. – Diz.

- Posta na conta da banda. Aí pode colocar um PS: Hillary que pediu. – Digo.

- Tem certeza? – Pede, assenti. – Você que sabe. – Dá de ombros.

Mais tarde estamos todos jantando. Tessa, Cass, Renato, eu e a banda. Não parávamos de conversas por um segundo se quer. Faltava duas horas para o show e quatro horas para irmos para o Equador. Christopher tinha dormido o resto da tarde aquele preguiçoso. Pelo menos eu pude me vingar dele com a foto do Zabdiel. Nós dois ríamos, eu só pensava na nossa travessura que fizemos juntos.

Os garotos foram se arrumar e eu também. Vesti uma calça jeans preta e um cropped roxo, nos pés calcei uma sandália preta com alguns brilhos. Passei rímel e delineador, um batom nude e pronto. Desci para a recepção e fiquei esperando eles virem. Tessa e Cass vieram logo em seguida, Tessa ficou falando que meu cropped era muito bonito e que eu tinha arrasado na escolha da roupa, Cass disse para eu não ligar que ela sempre era assim em relação as roupas.

Vi Zabdiel descendo um pouco rápido e ele veio até mim.

- Ele sabe, ele já viu, ele quer nos matar! – Disse rindo.

- Volta aqui Zabdiel! – Christopher disse atrás de nós. – Vocês dois vão ver.

- Corre! – Digo. 

PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora