Perdoados

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Tieta

Eu estou mexendo no meu celular vendo as mensagens loucas do Leo reclamando que há dois dias eu não falava com ele, estou sentada no chão apenas de calcinha e a camisa de Juan. A luz do quarto estava desligada eu não imaginava que esse apartamento deles era tão grande era realmente um ótimo lugar para passar a noite, a vista da cidade esta iluminando um pouco o quarto e a lua estava cheia, linda de ser ver.

- Acordada há essa hora. - diz Juan se sentando ao meu lado no chão frente à janela, levei um susto com o seu timbre de voz que era mais forte quando acordava.

-A lua esta muito linda, to aqui vendo ela. - ele faz uma cara desconfiada.

-E você a vê com o celular?- eu nem me importei com o ciúmes dele que sempre foi algo repentino e as vezes sem sentido como agora.

-Eu tava conversando com Leo, faz dois dias que não falo com ele.

- Quando você esta no Brasil se comunicava com ele?- pergunta ele olhando para a Lua, eu sabia que falar sobre minha ausência era difícil pra ele.

-Eu falava quase todos os dias, nunca passamos tanto tempo longe um do outro ele é meu irmão de criação.

-Eu sei que agora pode ser tarde, mas queria pedir perdão por tudo que falei pra você aquela noite que foi embora. Estava cego e só dava ouvidos para minha dor.

-Tudo bem, eu fui imatura não te contando sobre meu passado, deveria ter falado, mas eu sempre fui muito insegura com isso.

-Você não tinha obrigação de me falar, hoje eu entendo isso. O que você fez todo o tempo que ficou lá?

- Eu fui direto para São Paulo, fui ver minha casa quer dizer, minha antiga casa. Por incrível que pareça ninguém tinha invadido. - eu começo a rir e ele também.- estava do mesmo jeito que deixamos, quando eu vim pela primeira vez eu só tinha trazido as minhas roupas, todos meus objetos ficaram lá.

Ele esta atendo me olhando e me escutando ele realmente queria que eu desabafasse com ele, e eu estava precisando disso então continuo a falar:

-Estava tudo do mesmo jeito, meu quarto ainda estava do jeito que deixei, uma desordem só, fiquei um bom tempo só olhando as coisas e recordando da minha antiga vida, chorei muito, depois com muita dor entrei no quarto da minha mãe e achei um colar que ela me deu e que eu me negava a usar porque ela usava quando ia para a noite. Decidi que não teria mais medo do meu passado e que ia tomar de vez as rédeas da minha vida.

- Eu deveria estar do seu lado nesse momento, mas eu fui um burro.

-Não se culpe era uma coisa que deveria enfrentar sozinha Juan, e foi bom depois que juntei tudo que eu queria eu doei minha casa para a vizinha que ficava comigo quando minha mãe trabalhava a filha dela estava grávida e não tinha mais espaço na casa dela para uma criança a mais. Eu sei que ela vai amar aquela casa e viver momentos lindos como eu vivi.

- Você sempre foi muito boa, apesar de brava.- diz ele sorrindo pra mim e eu juro que aquele sorriso direcionado a mim podia iluminar todo meus ser, eu sentia falta dele e isso eu não podia negar. - como vamos ficar agora?

-Eu não sei- digo rindo- eu não sei meu pai não quer isso e tenho medo de causar problemas.

Ele começa a rir descontroladamente e eu fico que nem boba olhando me perguntando o que tinha de graça nisso.

- O que foi?

- No começo era a mesma coisa só que com o Carlos e olha até nos chegamos.- diz ele sorrindo e ofegando por rir tanto.

Ensinando a AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora