Sinopse
"Minha vida é uma farsa, o mundo esconde segredos que as pessoas sempre falaram. Não acreditava, até ele entrar na minha vida e dizer que eu faço parte desses segredos."
Leica Derwin é uma jovem que mora com seus pais, na cidade de S...
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Depois das comemorações de fim de ano, natal, ano novo, férias, minha vida idiota e conturbada de estudante voltou com tudo. Estava feliz porque seria o meu último ano no Ensino médio, e rezei muito para que aquele momento chegasse, mas que também acabasse logo! Não via a hora de estar na faculdade de Letras, pois amava aula de Literatura, e gostaria muito de publicar meus livros algum dia. Mas primeiro eu teria que começar a escrever alguma coisa e só conseguiria quando eu me formasse na escola, para ter mais o tempo livre. Minha mãe falava que eu deveria ingressar na área da saúde, mas não suportaria a roupa branca e o vermelho sangue juntos. O mundo dos livros era minha paixão e minha cor favorita era o preto.
Às cinco horas da manhã, o despertador tocava como se uma banda musical estivesse dentro do meu quarto. Minha mãe batia na porta como se também fizesse parte da banda. Naquele momento pude perceber que tinha acabado o lado bom das férias, dormir até às onze horas!
— Acorde querida, já é cinco e quarenta da manhã, você vai se atrasar para escola.
Desliguei o despertador do celular e respondi sem abrir os olhos.
— Estou de pé mãe, já vou tomar meu café da manhã!
— Vem logo, o café já está na mesa.
Ela disse numa voz distante, indo embora.
Espreguicei-me com os braços para o alto, levantando vagarosamente ainda sem abrir os olhos. Depois que eles ficaram meio abertos, caminhei a passos curtos para o guarda-roupa. Escolhi a minha pior calça jeans de cor escura e uma blusa preta. Tomei um bom banho e me vesti como se fosse para o meu próprio funeral.
Depois de me vestir com meu melhor estilo, arrumei o cabelo num coque simples, deixando fios meio soltos e passei bastante lápis preto, para esconder o sono profundo que sempre sentia pela manhã. Finalmente abri a porta do meu quarto, chequei se não tinha esquecido meu celular e fui em direção à cozinha. Meus pais estavam sentados um do lado do outro, parecendo muito felizes, como se aquele momento de volta as aulas fosse muito aguardado para se livrarem de mim, pelo menos por um tempo! Sentei na cadeira mais próxima já colocando a xícara de café na boca.
— Está parecendo que vai a um enterro, com essa roupa preta e a maquiagem escura! Se quiser eu pego os óculos escuros de sua mãe, para poder esconder os olhos de tanto chorar! — meu pai falou, dando um sorrisinho para minha mãe.
— Para Arthur, ela só está nervosa porque será o seu ultimo ano na escola... — ela pausou. — E também está triste porque nunca mais verá seus queridos professores novamente.
Olhei para ela e arqueei as sobrancelhas em choque. O que ela acabara de falar era um verdadeiro absurdo!
— Pai! Primeiro... Sempre gostei de preto desde criança e mãe... Não vou sentir falta dos professores e sim dos meus amigos. Mas não estou assim por causa deles e sim porque estou de luto, sempre fico no primeiro dia de aula! — falei estridente sem parar para respirar.
