Capítulo 4

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Com os olhos entre abertos, a luz forte do sol de domingo atravessava o vidro da janela do meu quarto

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Com os olhos entre abertos, a luz forte do sol de domingo atravessava o vidro da janela do meu quarto. O cansaço da noite passada não tinha deixado fechar a cortina. Quando eu apertava bem os olhos para evitar a luz, uma sombra a tinha feito sumir completamente. Escutava um ronronar em meus ouvidos enquanto uma coisa áspera e úmida lambia meus olhos carinhosamente. Dustin de novo! Imaginei. Comecei a abrir os olhos em protesto, num gemido de sono. Achava que não iria nem conseguir levantar da cama de tanta dor de cabeça. Aí lembrei que não estava na cama.

— O que você quer bichano?

O gato também soltou um miado alto em protesto. Achei que não gostava quando lhe chamava de bichano.

— Tá...

Fiz um gesto para ele se manter em silêncio. — Tá, é Dustin! — falei me levantando.

Olhei ao redor do quarto, com os olhos ainda embaçados de sono, quando avistei uma cena aterrorizante. O quarto parecia que estava de cabeça para baixo. Era lençol por todo o lado. Como minha cama era de solteiro e não cabia mais que meu traseiro nela, resolvemos dormir todas juntas no chão. Meu guarda-roupa estava aberto com lençóis caindo dele, até minhas roupas estavam espalhadas ao seu redor.

Dora e Samantha continuavam com as mesmas roupas da festa, então coloquei a mão depressa no meu corpo e vi que estava de camisolas. Como eu fiz isso, se não lembro nem como cheguei a casa? Dustin pulou em cima da cama, balançando seu rabo peludo e me fitando com seus olhos da cor do sol. Fui ao seu encontro para tentar expulsa-lo e quase caí ao bater os pés numa garrafa de bebida a minha frente. Ela fez um pequeno barulho se arrastando pelo chão, praguejei baixinho porque a dor era insuportável no meu dedo mindinho.

Como uma coisinha tão pequena poderia causar tanta dor?

— Leica, o que foi isso? Está tudo bem?

Uma voz masculina falava atrás da porta. Reconheci que era o meu pai.

— Está pai. Foi meu perfume que caiu no chão. Ainda bem que não quebrou. – falei apressadamente, com o intuito de que ele fosse embora.

— Tá bem.

Ouvi seus passos indo embora.

— Dustin, saia já daí. — sussurrei autoritária, espantando-o com as mãos.

Lembrei que tinha uma garrafa de bebida nos meus pés. Peguei-a na mão para jogar pela janela. Samantha bêbada, talvez nem percebesse que trouxera uma garrafa de Skol Beats pra casa. E logo para minha casa onde meus pais poderiam fazer um grande interrogatório como o FBI.

Abri a Janela e joguei a garrafa longe. Agora só faltava tirar Dustin do meu quarto. Se minha mãe pegasse um pelo de gato sobre a cama, estaria ferrada. Ela nem desconfiava da existência dele.

— O que você está escondendo em, seu gato danado?

Vi um papel embaixo do rabo de Dustin. Tentei afasta-lo com as mãos para que ele saísse de cima. Ele saiu miando.

Filhos da Natureza - O Presente Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora