Capítulo 19

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Segui em direção à cozinha da pizzaria para ver se Dustin bichano estava por lá, e assim, agradece-lo com um carinho e leva-lo pra casa

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Segui em direção à cozinha da pizzaria para ver se Dustin bichano estava por lá, e assim, agradece-lo com um carinho e leva-lo pra casa. Mas ele tinha desaparecido. Dora provavelmente o assustou.

— Você melhorou mesmo Alex? Deixou-me preocupado. — meu pai falou, nos deixando do lado de fora na calçada.

— Estou bem, obrigada. — Alex disse sem jeito. Ele odiava mentir.

Sua moral era um exemplo. Mas, agora ele iria ter que mentir por muito tempo, se quisesse proteger suas duas amigas sobrenaturais.

Caminhamos em silêncio até a praça do centro da cidade. O relógio da igreja já marcava oito horas da noite.

— Você está se sentindo bem Dora? — perguntei.

— Estou um pouco. Desculpem-me por não ter contado a vocês. — ela disse cruzando os braços.

— Tudo bem, é direito seu. A gente só ficou com medo e surpresos. Achei que fosse a única a me sentir estranha. — dei um sorriso, meia que aliviada.

— Eu estou tentando descobri o que eu sou a algumas semanas. Por isso fiquei sumida aqueles dias que vocês foram me procurar. — ela franziu o cenho.

— Espera... — Alex saltou na nossa frente, segurando o meu braço e o de Dora. — Eu tenho uma ideia maluca do que você seja! — ele apontou para Dora e franziu o cenho para mim. — Você não. — ele soltou meu braço.

— Pode falar. — Dora revirou os olhos.

— Uma Onça. Vou te mostrar. — ele pegou o celular e começou a pesquisar.

Alex mostrou um animal grande e preto para Dora, que se parecia bem semelhante com a aparência da fera dentro dela.

— Uma Onça Negra? Isso não pode ser... — ela deu de ombros para ir embora.

Ela ficava chateada e assustada, com a descoberta. Samantha tentou impedi-la de ir embora.

— Não temos certeza ainda Dora. Você pode ser outra coisa. — Samantha tentou acalmá-la outra vez.

— Esse animal tem as mesmas características quando me transformo. — seus olhos lacrimejaram. — Eu literalmente sou um monstro. — ela disse.

— Pelo menos a gente tem uma ideia do que você possa ser e eu não tenho nem uma ideia do que eu seja! — falei um pouco irritada.

Ela devia agradecer por descobrir o que poderia ser.

— Esse é um dos animais mais raro do mundo Dora. Sua espécie está em extinção há muito tempo. Na verdade é mais conhecido como Pantera Negra. — Alex falou um pouco triste.

Ele também tinha como Biologia, sua matéria preferida.

— Eu só preciso ir pra casa. Amanhã vejo vocês. — ela foi embora.

— Você a assustou Alex. — Samantha deu uma cotovelada no seu braço.

— Agora precisamos saber o que você é Leica. — ele olhou para mim.

— Gostaria de não saber. Custa ser uma pessoa normal como vocês?

— Eu sou normal, ela que é maluca! — ele deu um pequeno empurrão em Samantha.

— Ei... — ela sorriu.

Seguimos para casa. Assim que cheguei à calçada, Daniel estava em pé, olhando diretamente para mim se aproximando. Não consegui esconder a magoa aparente no meu rosto.

— Onde você esteve? Precisei de você na pizzaria. — falei e ele se aproximou, colocando seu dedo sobre meus lábios, para que eu fizesse silêncio.

— Eu estive lá, mas seu pai disse que você já tinha ido embora. — ele se explicou.

— Dora também é sobrenatural. Uma Pantera... Sei lá! Precisa da nossa ajuda. — soltei a bomba.

Ele ficou sem reação, examinando minha expressão. Depois me puxou para dentro de casa.

— Você disse que ela é uma Pantera? Onde ela se transformou? — ele perguntou curioso.

— Você não vai acreditar. — disse.

Sentei no sofá e contei tudo para Daniel, do começo ao fim. Ele só conseguia me ouvir em silêncio. Não podia querer afastar Daniel agora, quando ele era o único, a saber, o que fazer realmente.

— Você não deu uma palavra até agora.

— Acho que sei por que eles atacaram a escola toda. — ele disse, pondo os cotovelos nos joelhos, parecendo preocupado.

— Como assim? Você quer dizer que... — fiquei em dúvida.

— Que eles não estão atrás de uma garota em especifico. Eles querem todos os sobrenaturais. Mas que o foco maior é a garota. — ele passou as mãos no cabelo cortado.

— E se essa garota for eu Daniel? — perguntei de repente.

— Eu não vou deixar isso acontecer. Eu dou a minha vida se preciso, por você. — suas palavras me deixaram surpresas e sem jeito.

Afastei-me um pouco. Ele tentou se aproximar. Não sabia por qual motivo, mas sentia que suas palavras eram verdadeiras.

— Não precisa dar a vida por mim Daniel! Se algo acontecer com você vou me sentir culpada pelo resto da vida. — falei sinceramente.

— Eu gosto muito de você Leica. — ele tentou tocar minhas mãos. Recuei.

— Acho melhor você ir pra casa. Meu pai está já chegando! — disse caminhando para a porta.

Ele levantou-se e seguiu em minha direção.

— Meus sentimentos por você, Leica, são verdadeiros, apesar de você não acreditar em mim. — deixei-o pegar em minhas mãos.

Seu toque era tão carinhoso, que meus olhos se encheram de lágrimas. Não devia ficar com uma pessoa que só queria me proteger o tempo todo, ao ponto de sacrificar sua vida por mim.

— Eu também gosto muito de você Daniel, e estaria sendo boba se dissesse que não. Achei que a gente iria dar certo. — falei sentindo uma enorme pontada no peito.

O amor faz isso com as pessoas. Enche-te de felicidade, para durar segundos.

— Então você está terminando comigo? — ele perguntou.

— Acho que sim. Mas como você mesmo disse, a gente nem estava namorando, porque você nem chegou a pedir ao meu pai! — sorri, apesar da angustia por dentro.

— Mas se você me desse uma chance! — ele chegou mais perto. — Está bem. Eu não quero te forçar nada. É melhor eu ir pra casa. — ele me deu um beijo na testa.

Assustei-me um pouco. Segurei a porta enquanto ele saía.

— Eu ainda preciso da sua ajuda para descobrir o que eu sou. — falei tentando segurar as lágrimas novamente.

— Como amigos! — ele disse e deu de ombros para ir embora.

Fechei a porta e segui para o meu quarto. A palavra amigos me veio à cabeça e as lágrimas começaram a correr quentes pelo meu rosto, fazendo-me abaixar entre a porta, para sentar no chão do quarto. Também sentia falta da minha mãe, pois passava isso tudo sem a presença dela.


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