Sinopse
"Minha vida é uma farsa, o mundo esconde segredos que as pessoas sempre falaram. Não acreditava, até ele entrar na minha vida e dizer que eu faço parte desses segredos."
Leica Derwin é uma jovem que mora com seus pais, na cidade de S...
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Na segunda-feira pela manhã, eu estava sozinha no meu quarto, ao lado de Dustin bichano. Acariciava os seus pelos escuros porque ele gostava bastante. O som de seu ronronar me deixava tranquila, depois da semana passada ter sido bem difícil. A escola tinha suspendido as aulas até descobrirem os culpados. Cinco mortes tinham sido confirmadas, e tudo isso por minha causa, por ter poderes que eu não tinha pedido.
O que sabíamos era que Thalita e Jackson tinham desaparecido, mas ninguém sabia por quanto tempo ia durar. Queria que eles nunca mais voltassem para me assombrar. Tinha passado o final de semana ao lado dos meus amigos. Daniel tentou falar comigo, mas pedi um tempo para pensar. Alguém mexia no trinco da porta do quarto, fazendo o bichano soltar até seus pés. Eu já estava pronta para atacar.
Minha mãe segurava uma sacola de legumes e verduras nos braços. Ela me observou por um segundo, parecendo que iria chorar.
Não aguentando mais a distância entre nós, e a saudade que senti por um mês, corri para seus braços e ela largou a sacola no chão. Senti o cheiro do seu perfume que era o melhor do mundo. Seu abraço foi tão forte, que senti um estalo bem lá no fundo da minha espinha. As lágrimas escorreram pelo rosto de nós duas.
— Como eu senti sua falta, Leica! — ela disse.
Como era bom ouvir sua voz, tão de perto.
— Eu falei com a senhora ontem, por que não me disse que viria para eu te esperar? — perguntei.
Larguei o seu abraço.
— Eu queria fazer surpresa. Ajuda-me com essas compras! — ela enxugou uma lágrima no rosto e eu peguei uma das sacolas no chão.
Seguimos para a cozinha.
— Como foi a viajem? A tia Soraia está bem?
Minha mãe parecia perdida, assim como meu pai. Algo não estava certo e eu iria descobrir. Só não queria que fosse hoje.
— A viajem foi bem... — soou triste. — Sua tia está bem até demais. Arranjou até um namorado no hospital. — ela sorriu.
— E a senhora está bem? Parece meio abatida.
Ela arregalou os olhos.
— Você não deixa passar nada em? — ela disse sorrindo. — Eu quero saber de você, me conta tudo. — ela sentou na cadeira e pediu para que eu me sentasse ao seu lado.
— Como vai seu namoro com Daniel?
Fiquei assustada com a pergunta dela. Lembrava que tinha contado sobre Daniel pelo telefone.
— Eu terminei.
Minha mãe parecia triste com a notícia.
— Mas você gosta tanto dele. Dá para ver no seu olhar filha. — ela acariciou minhas mãos.
