Capítulo 30

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Ainda com os olhos fechados, uma voz no fundo da minha cabeça pedia para que eu abrisse os olhos

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Ainda com os olhos fechados, uma voz no fundo da minha cabeça pedia para que eu abrisse os olhos.

— Acorda Leica... Acorda. — ouvia a minha voz dizer.

E quando finalmente despertei me sentando na cama, quase que em alerta, percebi que a voz na minha cabeça não era a minha e sim de Trina. Ela estava sentada na cabeceira da minha cama, me olhando fixamente, com seu chifre enorme na cabeça. Como ela aguentava aquilo?

— Oi Leica, está na hora! — ela sussurrou calmamente, quase que como um sussurro.

— Está na hora de que? Como eu vim parar aqui? — perguntei, olhando a minha volta, porque estava tão cansada da viagem de dois dias, que não se lembrava de ter chegado até o quarto na casa da árvore.

O quarto era todo de palha como a oca dos índios. O chão do lugar era praticamente, coberto com pelo de animal e a cama que estávamos era bem macias. Sem falar da ceda amarelada que as cobria.

— Espera... — interrompi Trina, que já estava abrindo a boca para me responder.

— Esses lençóis são ceda puros? — perguntei curiosa, segurando o tecido na mão.

— É sim. Nunca viu um? — ela perguntou naturalmente, levantando-se da cama.

— Não. — respondi.

Só aqueles lençóis de seda no meu mundo, valia uma fortuna.

— Precisa se arrumar. O sino já tocou há cinco minutos, seus amigos já estão lá em baixo. — ela explicou pegando uma roupa no grande armário que cobria quase toda a parede de palha.

— Me arrumar pra quê? – Perguntei.

— Sem mais perguntas. Espero você em cinco minutos, vista isso. — ela jogou algo para mim e saiu do quarto fechando a porta.

— Mas onde está minha mochila de roupas?

Era tarde demais. Levantei da cama e corri diretamente para a janela. Estava no andar de cima da casa da árvore. A multidão de adolescentes estava enorme lá em baixo. Precisava me arrumar, mas antes iria olhar meu celular.

Procurei minha mochila por cada canto do quarto, ela devia está em algum lugar. Olhei dentro do guarda roupa e nada! Precisava dos meus pertences urgentes, porque não queria ter que vestir aquelas roupas coladas.

Examinei a roupa que Trina me deixou em cima da cama e percebi que era a mesma das garotas lá em baixo, como uma farda escolar.

— Você ficou ótima nessa roupa! — Trina falou empolgada me recebendo na mesa.

Estava me sentindo derrotada, dentro daquela roupa que há poucos minutos não queria vestir. Samantha e Dora estavam vestindo o mesmo look que eu. Isso não era ótimo? Todas elas estavam com o mesmo look que o meu.

Filhos da Natureza - O Presente Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora