Capítulo Onze

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Narradora On

Fazia cerca de quinze minutos que Matthew havia mandado Fernanda chamar Anna e ele sentia que a garota deveria está debochando dele por causa de sua demora. Ele já estava no seu terceiro copo de Whisky e nem assim se sentia melhor. Ele estava tentando se controlar, ele estava mesmo tentando se manter calmo e tranquilo com aquilo, mas ele continuava com aquela "velha" sensação de está perdendo o controle de tudo e isso o deixava mais do que irritado. Ele não lembrava o dia exato que sua obsessão por está sempre no controle começou, mas ele lembrava muito bem do motivo que o fez ficar assim.

Seu pai. Foi esse o motivo que o fez ser tão obcecado, quando pequeno seu pai costumava lhe deixar por horas dentro de um quarto cujo ironicamente tinha o nome de "Quarto do sorriso", quem vinha de fora e passava por aquele quarto cujo a porta era pintada de cores belas e vivas, decorada com pequenos e médios adesivos e uma linda placa com o nome "Quarto do sorriso" nunca imaginaria o quão assustado Matthew se sentia só com o pronunciar desse nome. Toda vez, exatamente toda vez que seu pai se sentia humilhado por Matthew não ser tão bom quanto os filhos dos seus amigos eram, ou quando ele julgava que Matthew não estava se esforçando o suficiente para ser melhor que os outros, ele simplesmente "mandava" o garoto para o quarto por horas.

E não importava quantas "Desculpa" ou "Prometo me esforçar mais" ele falasse, no final ele sempre acabava naquele maldito lugar, preso por aquelas malditas paredes cujo a cada segundo pareciam menores e menores e menores, quase tornando insuportável respirar lá dentro. Isso já era horrível o bastante para a pobre criança, porém para o seu pai aquilo nunca foi o bastante, tanto que com o passar do tempo às paredes foram quase todas preenchidas por prateleiras e mais prateleiras, essa cujo seu pai fez questão de preencher com bichos de pelúcias no qual Matthew sempre teve medo, e bem, por mais cruel que fosse pensar naquela possibilidade Matthew sempre acreditou que o motivo do pai dele colocar aquelas pelúcias ali fora justamente para lhe dar uma lição, já que muitas vezes o mesmo já havia dito "Homens não tem medo de coisa assim".

Depois de um certo tempo Matthew se deu conta que se não fizesse algo ele passaria a vida todo indo para aquele quarto, e então ele traçou seu próprio plano de vida. Ele nunca mais ficaria atrás de ninguém, ele nunca mais deixaria ser guiado por outra pessoa a não ser si próprio, ele nunca mais aceitaria ordens a não ser dos seus pais, ele nunca, mais nunca mais mesmo deixaria alguém ficar no controle das coisas a não ser ele. Ele comandava. Ele dava as ordens. Ele era o líder. Agora era apenas ele e mais ninguém a sua frente.

E lá estava o monstro criado, uma criança ensinada a querer sempre está à cima dos outros, uma criança se comportando e agindo como um adulto mau caráter, uma criança ensinada a sempre ser o melhor e não aceitar nada menos que isso, uma pobre criança.

— Com licença. — Pediu Anna abrindo a porta logo após dar duas leves batidas na mesma. — O senhor mandou me chamar? — Pergunta entrando no escritório devagar e com cuidado, como se fosse um pequeno animal diante do seu predador natural.

— Me diga Anna, você gostava do lugar de onde veio? — Pergunta Matthew enquanto ainda segura o copo de bebida em uma de suas mãos e observa vagarosamente os livros de sua estante, como se estivesse escolhendo algo para ler.

— O orfanato?! Não, claro que não. — Responde a garota não entendendo o motivo da pergunta, afinal Matthew estivera naquele lugar então ele deveria saber que era praticamente impossível gostar dali. E olha que ele nem sabia de tudo que acontecia ali.

— Uma vez quando pequeno eu levei para minha casa um cachorro no qual tinha encontrado na rua. — Começa calmamente, como se tivesse contado um historia para uma criança dormir. — Ele não tinha raça alguma, não tinha uma beleza exuberante e não tinha uma de suas patas, eu o chamei de Max. Mas não se engane, ele não ter uma de suas patas não o transformava em um ser infeliz, ao contrario ele era o mais alegre ser vivo de minha casa. Porém quando meu pai o viu me mandou livrar-se dele.

No way outOnde histórias criam vida. Descubra agora