Sr. Arris On
De todas as garotas desse maldito lugar Anna era uma no qual sempre achei que nunca seria adotada, mas bem, parece que o "bom" Deus tinha planos para ela, isso foi o que irmã Clarice disse. Foda-se essa freira desgraçada e foda-se suas crenças dos infernos! Sinto que estou perdendo o controle desse maldito lugar, estou atolado em dividas e mesmo nessa situação eu gostaria muito de negar o pedido de adoção da vadiazinha, porém Matthew ou Sr. McKibben como aquele filho da puta gosta de ser chamado foi bem claro na sua decisão, ele queria a garota e queria todos seus registros limpados, obviamente em troca de um bom dinheiro.
Ele agiu a todo o tempo como um maldito mimado, ele nem ao menos pediu apenas exigiu e ponto. Maldito riquinho filho da puta. Entretanto algo me acalma, McKibben não é o tipo de cara que faz caridade, então de duas uma, ou ele usaria os órgãos da menina - coisa que muitos ricos estavam fazendo. - ou ele abusaria dela sem cessar, e isso é algo bom para mim, afinal, o que um sujo como ele pode falar de um mau lavado como eu?
— Sr. Arris? — Escuto a voz de irmã Clarice em meus ouvidos e fico tentado a revirar os olhos, porém não faço assim que ela continua. — Sr. McKibben está aqui.
— O que? — Me levanto abismado, olho direto para o relógio e vejo que me peguei pensado demais na situação. — Peça para ele entrar. — Digo ajeitando minha roupa da melhor forma possível.
— Sinto muito, mas Sr. McKibben disse que esperaria a menina na porta da frente. — Informa me fazendo franzir a sobrancelha.
— Oh, certo. Então vamos lá e...
— Me desculpe, mas ele foi claro ao dizer que era apenas para eu levar a garota sem mais ninguém.
— O que? — Pergunto assim que as palavras chegam em meus ouvidos. Ele está brincando comigo?
— Sinto muito de verdade. — Ela olha para a menina sentada na cadeira de madeira e sorrir. — Vamos!? — Diz estendendo a mão, a menina apenas me olha.
— VÁ LOGO! — Grito sem conseguir esconder minha raiva, Anna se levanta rapidamente e logo sai.
Assim que vejo a porta se fechar posso finalmente fazer o que quis fazer desde que esse homem entrou aqui. Socar algo.
Matthew On
Quinze minutos. Quinze porra de minutos fazia que eu estava ali, o que droga elas estavam fazendo? Dando um passeio por aquele maldito lugar? Já estou no meu sexto cigarro e nada dessa garota, eu mal passei um tempo com ela e já quero devolver para o lugar imundo no qual pelo visto ela não quer sair tão cedo.
— Sr. McKibben? — Finalmente eu suspiro ao ver a garota acompanhada da freira de minutos atrás. — Me desculpe à demora, tivemos que pegar as roupas de Anna. — Ela diz sorrindo, olhei para a pequena mochila que a menina carregava, ela apenas tem isso? Porque não estou surpreso?
— Tudo bem. — Respondo jogando o cigarro no chão e pisando, a freira olhou para o cigarro com cara de desgosto, mas eu obviamente não dei bola para isso. — Vamos. — Chamo a menina abrindo a porta de trás do carro. Ela pareceu confusa por uns segundos, mas assim que entende ela entra no carro.
— Senhor!? — Chama à freira, dessa vez sua voz está um tanto quanto áspera. — Você não quer mais seu cigarro? — Pergunta ela apontando para o cigarro pisado no chão.
— Não. — Respondo um tanto confuso, afinal o cigarro está amassado.
— Ótimo, também não queremos ele, jogue-o em outro lugar.
— O que? — Perguntou não acreditando no que estou ouvindo.
— O cigarro senhor, não o queremos aqui, então o leve. — Ela deixa claro que aquilo não é um pedido e isso me faz arfar.
Quem ela pensa que é? Antes mesmo que eu a colocasse no lugar que é dela, a porta do carro foi aberta e a garota desceu, pegando o cigarro rapidamente e entrando de volta tão rápido quanto saiu.
— Obrigada Anna. — Agradece a freira sorrindo para a menina, porém quando volta a me olhar o sorriso não está mais lá.
Antes que eu perdesse o controle eu dou a volta no maldito carro e entro, dou uma checada na garota no banco de trás e a vejo já de cinto. Ponto pra ela. Dou partida no carro e finalmente me vejo livre daquele lugar horrível.
Certo, uma garota eu já tenho, tudo que me falta agora é publicidade e roupas novas para essa garota, afinal, partir de hoje ela será uma McKibben, Anna McKibben. Esse nome me soa agradável.

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No way out
RomanceAnna é uma órfã cujo tudo que mais deseja é ter uma família, porém presa anos em um terrível orfanato ela vê esse seu sonho se tornar cada vez mais distante; assombrada todo dia pela lembrança do assassinato de sua mãe e pelas ameaças do diretor do...