Um Casamento Em Las Vegas

Capítulo 1

Eu vim para Las Vegas quando tinha 12 anos. Minha mãe conheceu um homem e do dia para noite, se apaixonou perdidamente por ele. Não considerou que meu pai era apaixonado por ela e que eu não gostava nem um pouco de Charlie. A senhora minha mãe, dona excelentíssima Nathacha, nunca se importou muito com o que eu e meu pai, queríamos, achávamos ou sentíamos.

Charlie, nadava em dinheiro, ao contrário do meu querido pai, Miguel. Que como minha mãe costumava dizer, "não passava de um assalariado". Por mais que meu pai, tenha tentado impedir minha mãe de me levar, não houve muito o que fazer, "DINHEIRO É PODER, e Charlie tem muito, muito poder!"

Quando eu fiz 17 anos, foi que eu percebi que a paixão avassaladora que minha mãe dizia que Charlie sentia, tinha mudado de foco. E seus olhares, suas visitas ao meu quarto, começaram a ser constantes e assustadoras. Foi quando Jenny, minha melhor amiga e filha da Sra. Robinson, cozinheira da casa, disse que viver debaixo do mesmo teto, com Charlie, já não era mais seguro.

Não foi nada fácil, sair inteira da briga com minha mãe, assim que completei 18 anos. Dona Nathacha não costuma ser piedosa e muito menos maternal. Mamãe é extremamente gananciosa e o fato de sua filha única, sair de casa para morar com a filha da empregada, e trabalhar em um bar, foi como iniciar a terceira guerra mundial.

— A parti do momento que você cruzar aquela porta, você estará por conta própria, Alexandra Stewart.

— Oliveira! — A corrigir.

— Que seja. — Ela diz revirando os olhos. — Aviso logo, não venha depois chorando, pedindo ajuda, que eu não darei. — Mamãe disse com toda sua segurança.

Se existe uma pessoa fria neste mundo, esta pessoa era minha mãe. Ela é desprovida de qualquer sentimento que não seja: ganância, orgulho, arrogância, petulância. Às vezes eu penso que minha mãe foi o iceberg responsável por afundou o Titanic.

Eu não tinha nada a dizer. Sabia que se eu dissesse alguma coisa, ela aproveitaria a situação para me derrubar ainda mais. Então apenas coloquei minha mochila nas costas e arrastei minha mala atrás de mim, enquanto ela ficou no meio da sua luxuosa sala e com seu rico marido, a qual ela defendia com unhas e dentes e que não poupou acusações levianas contra mim, quando eu disse sobre o comportamento inapropriado de Charlie.

Não foi nada fácil, e continua sendo difícil, mais eu nunca olhei para trás. Faz dois anos e eu continuo aqui, no Peppermill.

— ALEXXXXX! — Gritou Sr. Joson, me tirando dos meus devaneios.

— Que é droga? — Respondi irritada.

Tinha que ser aquele velho rabugento para me aborrecer logo cedo. "Alex, atenda a mesa", "Alex, você ainda não limpou balcão.", "Alex, tem que levar o lixo para fora." Ele adorava pegar no meu pé. Sr. Joson é o gerente do Peppermill, desde da inauguração, quando o pai do meu Crush abriu o bar, a uns 40 anos atrás.